sábado, 23 de julho de 2016

Poema - A Flor do meu Segredo

Flor do meu Segredo

















Tu és uma flor, minha rosa escarlate.
Teus olhos tens a cor da pedra Jade. Iluminas-me!
E quando me concentro nos teus olhos, me disciplino
Flerto com o silêncio, o sussurro e o raciocínio dos lábios
Na ponta da língua
E ademais te leio e decifro.
Tu és meu findo degredo ao segredo
Ao meu segredo se fores em flor!

Tu és minha cura
No suor do meu corpo.
Tu és a gota que se derrama
E que espalha e neutraliza
Antes de qualquer dor a desatar.

Tu és a partida
O início desde a minha chegada, minha recaída.
O gozo dos rostos inevitáveis
Abraços inevitáveis
De mãos dados iremos a caminhar
Para conhecer os mistérios que há nesta vida
E os que outrora ficara guardados no coração.
E me faço sentir-se bem perto de ti
Ao lado dormirás a rosa em cima do piano.

Tu és minha boa poesia que me vicias de literatura
Uma boa dose de literatura é necessário
E que todos deveriam tomar alguma vez na vida. É válido.
Beber verbos, advérbios e nossas frases perfeitas
E sair por aí recitando versos de amor.

Tu és meus anseios filosóficos
Minha madrugada quando não consigo dormir
E penso na vida, quantas vezes vividas por muitos sem nenhuma emoção.

Sinto a emoção pulsando na flor
E se me dissestes o que és viver?
Direi a ti que ainda estou sonhando.
E que sou feliz mesmo por uma lágrima derramada.
E que sou feliz mesmo pelas decepções que a vida me levou.
E que sou feliz mesmo não tendo as vezes o que dizer.
E que sou feliz mesmo não tendo ninguém ao meu lado
Quando as vezes esse alguém não estás quando estou precisando
Me sentindo só.


E que sou feliz mesmo que borres a maquiagem pela emoção sentida na cena
Ao fim do espetáculo no Teatro.
E que sou feliz por completo mesmo não sendo
E já estive tão perto de ser!
E só por hoje não quero mais me enganar com as cenas ilusórias que é a vida!
Vou me permitir viver cenas onde a ilusão dê passagem à realidade.
E que sou feliz mesmo tendo a máquina de escrever falhado
E o que dizer dos humanos? Eles não falham?
Permitamos que a máquina também erre. Tentar nunca foi um outro engano!
E que sou feliz mesmo não tendo esquecido de dizer-lhe:
- Que durmas bem!
E que sou feliz mesmo tendo atrasado o envio da carta
Vai ver que o carteiro amas também, e por curiosidade quis ler a minha carta
Bem-aventurados sejam os mensageiros do amor.
 E que sou feliz mesmo não tendo desabafo o que estavas entalado na garganta
E que sou feliz mesmo tendo dito duas palavras apenas antes de desligar o telefone:
- Te amo!

Realmente, tu és meu poema de cabeceira
Minhas várias fases, estações na vida.
Meu porta-retrato na estante.
E quando caminho pela sala e coloco um disco de vinil
Percebo tua essência perdida nos livros de romance.
E vejo-a na máquina de escrever
Respondendo a minha a carta.

Amor! Nas batidas da máquina de escrever
Escrevo meu poema de cada dia
E finalmente tu tornas para mim
A flor do meu segredo!


(Autor: Carlos André)