sábado, 8 de junho de 2019

JUNHO 2019


Mês inicia:
Num gesto curto que incita pensamento:
Por 30 dias; manhas, tardes e noites:
Com a taça de vinho e a flor vermelha;
E a Juno guiando o mês de Junho!!

(Carlos André)
Fotografado pela: Larissa A. Oliveira Santos.
Local: Campus 2 na UFVJM (Diamantina).

sexta-feira, 10 de maio de 2019

MARGARETH


O mundo de Margareth era diferente do universo circunspecto de muitas “Margareths” por aí. No quesito amor, Margareth se entregava facilmente ao mundo da imaginação. Idealizava paixões, na maioria das vezes platônicas; encontros casuais da vida, e não mantinha os pés no chão. Embora, não perdesse a cabeça facilmente, Margareth conservava equilíbrio, pois antes de agir, pensava.

Margareth era bailarina na Companhia do Teatro de Paris. Desde pequena, aos cinco anos, seu pai a incentivava buscar na arte do balé, a superação: do trauma. Margareth havia perdido sua mãe, justamente em seu parto prematuro. Margareth nasceu de 7 meses.

A juventude de Margareth estava vivendo com o medo da Aids. Sua amiga Cinthya havia contraído o vírus de um relacionamento com um garoto que mal conhecia, chamado Isaque Nobre, e logo no primeiro encontro, acabaram transando sem camisinha. Além disso, Isaque Nobre consumia drogas injetáveis, e mantinha relacionamentos promíscuos: Isaque que se apaixona pela Renatta; Renatta que tem um caso com Françoise; Françoise que se envolve com Ptolomeu, que ficara com Isaque. Escaravelhos. Cinthya não sabia. (Margareth tinha votado “não” a liberação das drogas, entre elas a maconha; votado “não” ao armamento em seu país; votado “não” ao corte de verbas para as universidades federais francesas; além de ter votado “não” a reforma da previdência da Corte Imperial Francesa). Margareth, que abominava algumas companhias de Cinthya, reconfortava-a:

- Cinthya, levante a cabeça. A vida continua, e tudo passa. Eu acredito que um dia, a ciência possa encontrar a cura definitiva. Por enquanto, beba os remédios para controlar o avanço do vírus.

A melhor amiga de Margareth era Natalie; o melhor amigo de Margareth era Michelangelo. Porém, Michelangelo não queria ser somente amigo de Margareth. Michelangelo amava Margareth, e o que doía dentro dele, é que Margareth sabia do sentimento que Michelangelo nutria por ela. Certo dia, depois que a chuva caiu, e as flores verdadeiras lá fora cresceram, Margareth e Michelangelo quase fizeram amor, depois de passarem a tarde e a noite conversando no sofá. Recordo-me das uvas apetecíveis que da terra pura brotaram: e o ótimo vinho, que com a Margareth bebi.

Margareth tem apenas 25 anos, a mesma idade que a minha; a mesma cor favorita: azul. No momento, antes de ir para o ensaio do “Lago dos Cisnes”, magnum opus de Tchaikovsky, Margareth encontrava-se absorta, mergulhada em outro mundo, onde o chão se abria para ela, desabafava temores, pedindo socorro, mas Margareth não ouvia; ou se ouvia, não queria escutar. Margareth queria fugir dali, voar, e finalmente alcançar os PÁSSAROS: mesmo sendo por um breve INSTANTE!!

(Carlos André)

terça-feira, 30 de abril de 2019

MAIO 2019


Maya que bate na porta
Maio, que a esperava, vem atender.

Ambos conectados pelo tempo/espaço
Como se fossem páginas de um livro
Onde cada capítulo
Uma nova história acontece!!

(Carlos André)

Fotografado pela: Larissa Oliveira.

domingo, 14 de abril de 2019

Sonata à Flor Vermelha


Toco no piano
Uma sonata para ela
..mulher amada..

Pensando nela
Na ideal amada
Pétala que me faz sentir
Um ser mais forte.. n’alma adentro.

Cultuais bons frutos
Mulher magistral
Ideal em meu pensamento
E no meu coração
Que procura incansavelmente
A serenidade e a sinceridade
Nas teclas graves e agudas do piano!!

(Carlos André)

Foto literária registrada em: 27/03/2019.
Fotografado pela professora de piano: Edineia Oliveira.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

NATALIE


No “Café de Flore”, Natalie gostava de cogitar na vida, sobretudo o que acontecia no seu núcleo familiar. Sua mãe se divorciara a pouco tempo do seu pai.

Natalie dorme muito tarde, porque sente insônia. Natalie sente a falta do seu pai. Natalie lembra que durante a infância, seu pai a levava para passear no Bosque, depois ao parque de diversões com rodas GIGANTES, maçãs do amor e algodões doces. Além do parque, em alguns finais de semana, durante a tarde, eles iam ao zoológico. À noite iam ao cinema. Lembro que um dia, o pai de Natalie a levou no Teatro para assistir pela primeira vez a Ópera “Carmen” de Bizet. O gosto de Natalie pelo cinema e teatro, foi aguçado desde a infância pelo pai.  Às vezes, Natalie visita sua infância. No entanto, Natalie guarda uma mágoa profunda no coração, sem saber o motivo de ambos terem se separado: o PAI e a MÃE. Natalie agora sabe do gosto amargo que se tornou o algodão doce.

Quando acontece alguma desilusão amorosa, Natalie se tranca em seu quarto e coloca na vitrola Debussy a toda altura, dorme feito um anjo e acorda determinada. Natalie quer descobrir o VERDADEIRO amor. Foi o que ela confessou para sua amiga Margareth. Natalie não quer ficar com “rapazes” que não ligam a mínima para o seu universo sentimental, os seus gostos, defeitos e virtudes. Natalie não quer se perder dentro de corações vazios. Natalie é idealista, porém, mantem os pés no chão.

Natalie está terminando “La Casa de Bernarda Alba”, de Federico García Lorca, e seu amigo Michelangelo a emprestou “Crime e Castigo” de Dostoiévski. Michelangelo ama Margareth, e eu não sei se Margareth ama Michelangelo.

Natalie sonha que sua vida amorosa, não seja tão semelhante com a de seus pais. Natalie percebe que naquele lugar, no “Café de Flore”, há um silêncio profundamente vazio. Um lugar compacto, mas repleto de certezas a fim de se encontrar. Com pesar no pensamento, Natalie chama o garçom e pede:

- Você pode me trazer uma xícara com café?
- Sim, madame!

 Passam-se alguns minutos de suspense, e o garçom se aproxima para lhe entregar a xícara silenciada, quase autista, que não conseguiria dialogar com sua amiga em cima da mesa. Natalie se hesita:

- Você tem o jornal de hoje? Gostaria muito de saber quais são as notícias..
- Perdono, eu non tenho. Acabaram, foram vendidos.
- Va bene..

Além de beber café, Natalie gosta de passar no “Café de Flore” para ler o jornal do dia. Em certas ocasiões, Natalie gosta de sentar ali para beber um bom vinho.. na companhia de seu amigo que havia lhe emprestado o romance, ou na companhia da sua amiga Margareth. Naquele dia específico, Natalie queria ficar sozinha. Natalie se sentia como se fosse uma personagem de um romance, ou um conto de certo contista. Na verdade, ela era: o início da mitologia. Natalie era ficcional, mas com uma lente funda de bruta realidade. Carência paternal.

Depois daquele dia no “Café de Flore”, Natalie percebeu que de um instante para o outro, a vida era lenta, fria, regozijam-te, e inutilmente paralela a si. Na VERDADE, eles mereciam somente a VERDADE dos fatos, e mais nenhuma mentira. Um dia eles irão se reencontrar, PAI e FILHA, e colocar a conversa em dia, mesmo sendo o resquício da última LEMBRANÇA!!

(Carlos André)
    

domingo, 31 de março de 2019

ABRIL 2019


Abril um novo mês
Um gesto de carinho e coincidência
VERDADE na vermelha pétala “flor”
Branco simbolizando a pureza no cenário
Além das teclas brancas do piano
Onde toco uma sonata para ti
Quando nos Vênus
Juro a Marte
Das guerras históricas
Só sobraram revoluções!!

(Carlos André)

Foto literária registrada pela minha professora de piano: Edineia Oliveira.

terça-feira, 26 de março de 2019

Lugares remotos


Sinto sua falta
Que saudade da minha infância
Das palavras de conselho
No final de cada afago
E tem a outra parte
Que eu também sinto falta:
De um mundo sem preocupações:
- Que dia vamos ao parque de diversões?

Lembra-se de quando brincávamos de desvendar a floresta?
Fingíamos sermos borboletas gigantes a procura do vento
E corríamos de braços abertos, mesmo sem saber voar
Gritando para quem pudesse ou não ouvir:
- Somos descobridores!
Você se lembra disso?

Ainda tenho em meu corpo o seu perfume
O gosto dos seus lábios umedecidos nos meus
Por que tem que ser assim?
Me diz se isso faz sentido?

Lembro que no dia do seu aniversário
Te dei de presente um mapa e uma bússola
Minha mãe até me disse
Que isso não era presente que se dê para uma menina
Mas eu não me importei com os regalos de etiqueta
Eu fiz o que o meu coração estava dizendo por dentro
E você sentiu e sorriu
Como as flores abrindo as pétalas
Para receber a luz do sol.

Não sei se foi o tempo
Ou o tempo mesmo que se foi
Mas perdemos tanto tempo
Tentando procurar alguma saída
Algum encontro
Depois que se passaram dez anos
E ainda insisto em te procurar
Nos lugares mais remotos!!

(Carlos André)

O Beijo em Tempos de Guerra



























O beijo quando não é verdadeiro
Não muda a paz
Nem a guerra.

As bombas atômicas esfriando-se em cada esquina
Pedaços de vidros da janela lá embaixo
Dizem que ela amou de verdade
Mas nada pode se explicar
O fato de ela ter pulado 
Fugir sem explicação.

Se bem que a guerra estava à solta
E os nazistas a estavam procurando
Em cada canto uma sentença
Em cada sentença uma triste oração.

Dizem que os beijos mais verdadeiros
São os que ficam marcados na memória
Mas eu quero esquecer a guerra que passou
Quero viver outra história contigo
Quero chegar em casa e poder lhe abraçar
Ou quem sabe você possa está me esperando 
Para comemorarmos o fim da destruição!!

(Carlos André)

sexta-feira, 8 de março de 2019

MARÇO 2019




















Lendo o meu livro A TRILOGIA DAS CORES: AZUL, BRANCO E VERMELHO
Publicado em 2017 pela Editora Madrepérola.
Lendo de “Sophie!” a “Volver”
Acompanhado de uma boa taça de Vinho
E “Volver” significa:
Quando for preciso
Sempre retornar a leitura para ter novos ângulos de estudo
Novos pontos de vista, interpretações
Do início ao final
“Asas do Desejo”, “Metrópole”, “Marilyn Monroe”, “As Estrelas”, entre tantos.
Por isso que todos os 66 poemas presentes no livro
Interligam-se entre si
Em suas respectivas ordens que predispus no sumário.

Março é o mês que nasci: 17 de março de 1994.
Nada mais justo do que dedicar a março a temática do meu livro
Essas distintas cores: azul, branco e vermelho
Que a qualquer momento na leitura podem finalmente se unir.

Então, Marte, um brinde ao deus das atitudes rápidas e determinadas
Lá em Roma é o mês da primavera
Mas por aqui, no hemisfério sul, é o mês do Outono
O mês do signo de peixes
O meu mês
O mês da Origem!!

(Carlos André)

Foto literária registrada pela: Josiane Moreira.
(http://www.editoramadreperola.com/produto/a-trilogia-das-cores-azul-branco-e-vermelho/?fbclid=IwAR2g8tmA-O4X4vIiChpViPdi_tfOSj5ihY1wJNcR0AjjCFvcDbqXRtSwioo)

A Trilogia das cores...

🍷🌹..
(http://www.editoramadreperola.com/produto/a-trilogia-das-cores-azul-branco-e-vermelho/?fbclid=IwAR2g8tmA-O4X4vIiChpViPdi_tfOSj5ihY1wJNcR0AjjCFvcDbqXRtSwioo)



terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

O MUNDO DE JUDITH



SILÊNCIO. Judith se debatia em seu monólogo de desespero, agrupando lembranças boas e más; diálogos das pessoas íntimas que desejavam o seu bem:

- Ele sente sua falta K. M.
- Enquanto você está nos Estados Unidos, que na verdade não são tão “Unidos” assim.
- Os erros do passado a machucaram. Guerras civis, feridas expostas, impostas...
- Eu sinto muito.
- Já é carnaval – anunciava o Id.
- E o que isso tem a ver?
- Equilibro entre o deus PrAzEr e a deusa RAZÃO.
- Mas o carnaval já passou. Quarta-feira de “cinzas”.
- Fico feliz que você o abraçou no último dia.
- Ele gosta tanto de ti e você ainda não percebeu.
- Claro que percebi.
- Vamos ao cinema assistir uma sessão de Ingmar Bergman e outra de Fellini?
- Hoje eu não posso, pois tenho que terminar de ler Ulysses de James Joyce. Mas amanhã eu tenho “tempo” e podemos ir.
- Tire umas férias e viaje para a Itália.
- Não acredito em vidas passadas, mas parece que perdi algo naquele país das pinturas de Leonardo da Vinci e Michelangelo. Berço da cultura Ocidental.
- Mergulhe, e não se esqueça de retornar a superfície.
- E a peça “O Fantasma da Ópera”, você gostou?
- Sim, e muito. Gostei da parte em que o fantasma, Erik, declara para Cristine Daaé todo o seu sentimento por ela.
- E eu gosto da parte em que suas vozes se harmonizam, diante do silêncio estrondoso da plateia. Este é um dos motivos que eu amo ÓPERAS.
- Não quero beber da água turva, barrenta. Saia da lama.
- Quantas VIDAS VaLe a VIDA, Vale?
- Quero beber da água cristalina. Na cor branca o ser mais puro. Vinho puro... desejo.
- Eu odeio todos os seus amigos “homens”, exceto os de boa índole: com boas “influências”. E olhe que são poucos – confessava o Superego, penetrando na carne da consciência.
- Eu já sabia que o puro e o impuro estavam misturados no mesmo Rio Lete – alertava o Ego.
- Judith é pura – declarava Afrodite.
- Alguns não acreditam – dizia Februarius.
- Minha melhor amiga se chama Esperança. E a sua?
- Florença, aquilo que floresce. Percorremos o coração desconhecido de gôndolas. Penso em conquistar o teu coração.
- Eu sinto dentro de mim, o peso de um pássaro em minhas mãos.
- Dante Alighieri e Beatrice se amaram, mesmo que a barreira do além os impediam. Isso me deixa mais feliz e contente.
- Lerei poemas, além de pequenos contos para a nossa filha quando ela ainda estiver em sua barriga. Quero que ela acostume com o universo das palavras desde cedo.
- O que mais você tem medo, Judith: me diz?
- Tenho medo de sorrir sem está contente, ou está contente sem saber o verdadeiro significado de ser feliz.
Lembro que Judith sentiu-se seu corpo molhado, e a vida encharcada de perguntas dentro do Rio Lete. Judith exclamava para as almas que se debatiam entre si:
- Acalmem-se. Eu me vi a primeira vez do lado oposto do espelho, e me senti mais leve.
- Asas deltas de uma borboleta gigante?
- Na verdade, pequena.
- Gandhi no coração de quem sente.
- Quem bebesse daquelas águas do Rio Lete, o rio de Hades, esqueceria das vidas passadas, mas Judith não queria beber.
- Para descobrir a Fonte perdida, Judith volveria? Tentaria de novo, de um jeito diferente?

Ao lado, perto da voz da RAZÃO, eu vejo a Fonte e sua PURIFICAÇÃO: diante do mundo fantástico das palavras!!

(Carlos André)

sábado, 2 de fevereiro de 2019

FEVEREIRO 2019

Februarius...
Curto são seus dias de duração
E tão perto e distante do Rio Late
Há uma Fonte
Onde os erros e acertos
O InFeRnO e o CÉU
Os AMOReS não correspondidos
O PrAzEr e a RAZÃO
CaRnE e SENTIMENTOS
Estão de lados opostos.

Bucolicamente, só me restou esta flor vermelha BRANCA
Além da LITERATURA e o VINHO
Que estão presentes na mesa de forro branco
Onde bebemos e saciamos
Duas ideias fatiadas com manteiga dentro de um cesto..
Descubro que na mesma tonalidade do BRANCO da ÁGUA cristalina
Eu percebo bem mais de perto: a PURIFICAÇÃO!!

(Carlos André)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Comprando Flores



Para oferecer a vida
Para o amor
Ou o próximo amor.

Se bem que hoje
Ela passou na Floricultura
Para sentir mais um pouco
A vida
Que tinha perdida
Lá no fundo
Onde nascem os sentimentos.

Ela comprou flores
Honestas
Coloridas
Para levar a um lugar
Onde o leitor e a leitora supõe que seja
Mas quase ninguém sabe
O que se passa dentro dela!!

(Carlos André)