terça-feira, 30 de abril de 2019

MAIO 2019


Maya que bate na porta
Maio, que a esperava, vem atender.

Ambos conectados pelo tempo/espaço
Como se fossem páginas de um livro
Onde cada capítulo
Uma nova história acontece!!

(Carlos André)

Fotografado pela: Larissa Oliveira.

domingo, 14 de abril de 2019

Sonata à Flor Vermelha


Toco no piano
Uma sonata para ela
..mulher amada..

Pensando nela
Na ideal amada
Pétala que me faz sentir
Um ser mais forte.. n’alma adentro.

Cultuais bons frutos
Mulher magistral
Ideal em meu pensamento
E no meu coração
Que procura incansavelmente
A serenidade e a sinceridade
Nas teclas graves e agudas do piano!!

(Carlos André)

Foto literária registrada em: 27/03/2019.
Fotografado pela professora de piano: Edineia Oliveira.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

NATALIE


No “Café de Flore”, Natalie gostava de cogitar na vida, sobretudo o que acontecia no seu núcleo familiar. Sua mãe se divorciara a pouco tempo do seu pai.

Natalie dorme muito tarde, porque sente insônia. Natalie sente a falta do seu pai. Natalie lembra que durante a infância, seu pai a levava para passear no Bosque, depois ao parque de diversões com rodas GIGANTES, maçãs do amor e algodões doces. Além do parque, em alguns finais de semana, durante a tarde, eles iam ao zoológico. À noite iam ao cinema. Lembro que um dia, o pai de Natalie a levou no Teatro para assistir pela primeira vez a Ópera “Carmen” de Bizet. O gosto de Natalie pelo cinema e teatro, foi aguçado desde a infância pelo pai.  Às vezes, Natalie visita sua infância. No entanto, Natalie guarda uma mágoa profunda no coração, sem saber o motivo de ambos terem se separado: o PAI e a MÃE. Natalie agora sabe do gosto amargo que se tornou o algodão doce.

Quando acontece alguma desilusão amorosa, Natalie se tranca em seu quarto e coloca na vitrola Debussy a toda altura, dorme feito um anjo e acorda determinada. Natalie quer descobrir o VERDADEIRO amor. Foi o que ela confessou para sua amiga Margareth. Natalie não quer ficar com “rapazes” que não ligam a mínima para o seu universo sentimental, os seus gostos, defeitos e virtudes. Natalie não quer se perder dentro de corações vazios. Natalie é idealista, porém, mantem os pés no chão.

Natalie está terminando “La Casa de Bernarda Alba”, de Federico García Lorca, e seu amigo Michelangelo a emprestou “Crime e Castigo” de Dostoiévski. Michelangelo ama Margareth, e eu não sei se Margareth ama Michelangelo.

Natalie sonha que sua vida amorosa, não seja tão semelhante com a de seus pais. Natalie percebe que naquele lugar, no “Café de Flore”, há um silêncio profundamente vazio. Um lugar compacto, mas repleto de certezas a fim de se encontrar. Com pesar no pensamento, Natalie chama o garçom e pede:

- Você pode me trazer uma xícara com café?
- Sim, madame!

 Passam-se alguns minutos de suspense, e o garçom se aproxima para lhe entregar a xícara silenciada, quase autista, que não conseguiria dialogar com sua amiga em cima da mesa. Natalie se hesita:

- Você tem o jornal de hoje? Gostaria muito de saber quais são as notícias..
- Perdono, eu non tenho. Acabaram, foram vendidos.
- Va bene..

Além de beber café, Natalie gosta de passar no “Café de Flore” para ler o jornal do dia. Em certas ocasiões, Natalie gosta de sentar ali para beber um bom vinho.. na companhia de seu amigo que havia lhe emprestado o romance, ou na companhia da sua amiga Margareth. Naquele dia específico, Natalie queria ficar sozinha. Natalie se sentia como se fosse uma personagem de um romance, ou um conto de certo contista. Na verdade, ela era: o início da mitologia. Natalie era ficcional, mas com uma lente funda de bruta realidade. Carência paternal.

Depois daquele dia no “Café de Flore”, Natalie percebeu que de um instante para o outro, a vida era lenta, fria, regozijam-te, e inutilmente paralela a si. Na VERDADE, eles mereciam somente a VERDADE dos fatos, e mais nenhuma mentira. Um dia eles irão se reencontrar, PAI e FILHA, e colocar a conversa em dia, mesmo sendo o resquício da última LEMBRANÇA!!

(Carlos André)