O Eu
-Não é preciso esforço sentimental para viver uma realidade como aquela.
-Eu, porém, já não tenho tantas perspectivas quanto a isso.
-Tu, pareces que já sabes?
-Eu, do quê?
-Daquela outra realidade que não seja essa.
-Não sei de outra realidade que não seja essa.
-Por que estás rindo?
-Rindo? Acredito que é felicidade!
-Acreditar não é a mesma ideia de convicção?
-Sim. Foi o que eu quis dizer.
-Tu ama-a?
-Sim, com todo o meu coração possível.
-Neste momento teus lábios crisparam.
-É porque estou ansioso, quero dizer... feliz!
-Tu estás feliz ou ainda tem a ideia indefinida de estar feliz?
-Estou feliz por completo. Ou seja, completamente.
-Pare de ser tão detalhista!
-Eu não estou sendo. Simplesmente estou ensaiando.
-Agora tu pareces um bobo dizendo isso.
-Eu sou um bobo para a humanidade?
-Não. Para si mesmo.
-E quanto a isso?
-Deixe do jeito que está.
-Mas vão pensar coisas, e tu sabes que as pessoas de hoje pensam coisas!
-Pelo jeito agora estás triste.
-Moderadamente sim.
-Estás rindo? Porventura, queiras que eu lhe trouxesse algo para comer?
-Sim, estou com muita fome.
Disse ele de si para si. Pois pensava. Assim, ele comeu a eternidade de uma forma brutalmente. Não quis nenhum pouco de solicitação, ou aderência ao fato.
(Autor: Carlos André)
sábado, 23 de novembro de 2013
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Poema - Expressões Rasas
Expressões Rasas
O cabelo, a roupa, o cachecol; batom expressivo dos lábios
A sensação que se sente quando se olha no espelho!
São tantas coisas diferentes
Tantas coisas diferentes que se parecem o mesmo.
Contudo parece até irônico dizer, que rock é funk
Que sertanejo é MPB.
É contraditório que amor seja somente orgasmo!
No amor o coração bate mais forte e cria asas de anjo!
Acontece que o mundo não para para que consertemo-lo
Pode ser que estejas rindo agora.
Saibas que existem intervalos cruéis do riso: a insegurança de estar rindo!
O motivo de estar rindo!
Pois rir sem querer, é quase um fracasso satisfatório do medo.
Não quero que fiques triste por algum motivo que seja.
CLARO, haverá momentos que não dar pra entender
Entre o que é banal e sentimental.
Tantos sonhos diferentes, que todos parecem serem iguais
Mas isso é uma leve impressão.
Aliás, capazes somos de quase tudo, e isso é a tal da LIBERDADE!!
(Autor: Carlos André)
O cabelo, a roupa, o cachecol; batom expressivo dos lábios
A sensação que se sente quando se olha no espelho!
São tantas coisas diferentes
Tantas coisas diferentes que se parecem o mesmo.
Contudo parece até irônico dizer, que rock é funk
Que sertanejo é MPB.
É contraditório que amor seja somente orgasmo!
No amor o coração bate mais forte e cria asas de anjo!
Acontece que o mundo não para para que consertemo-lo
Pode ser que estejas rindo agora.
Saibas que existem intervalos cruéis do riso: a insegurança de estar rindo!
O motivo de estar rindo!
Pois rir sem querer, é quase um fracasso satisfatório do medo.
Não quero que fiques triste por algum motivo que seja.
CLARO, haverá momentos que não dar pra entender
Entre o que é banal e sentimental.
Tantos sonhos diferentes, que todos parecem serem iguais
Mas isso é uma leve impressão.
Aliás, capazes somos de quase tudo, e isso é a tal da LIBERDADE!!
(Autor: Carlos André)
domingo, 10 de novembro de 2013
Crônica - A Existência
A
Existência
Não me sinto mais próximo, quanto
mais feliz quem sabe. Sinto-me prestes a ser alguém. Não que eu não tenha sido
alguém durante toda minha vida. Mas me sinto prestes de ser alguém, especialmente
alguém, definitivamente alguém, completamente capaz de amar. Não que eu não
tenha amado durante toda minha vida. Mas me sinto prestes de ser amado, em
detalhes!
Estou
preparado para as surpresas que ainda virão. O espetáculo que começa e acaba;
talvez, não tenha fim! Acredito que eu sou um excelente organizador: seleciono
os principais pensamentos do dia, escolho o qual me cai bem.
Possivelmente me sinto nas melhores intenções. Devidamente cuido da
minha saúde, porque sinto curiosamente que devo me importar a cada fio do meu
cabelo. Não fumo, porém bebo: suspeita que eu beba vinho, licor, champanhe:
agora, não mais suspeitam. Além disso, bebo moderadamente, não fiques
preocupada.
Para
as pessoas que fumam cigarro, seja qual forem à marca, comercial, normas da
publicidade, não fume pela marca, comercial - fume por você mesmo –, e se isso
pode lhe matar, - morra por você mesmo -; entretanto, se queres ser feliz, seja
feliz por você mesmo e por todos que te amam. Teu coração lhe espera, teu
pulmão espera por novos ares.
Reparo que há diversos lábios que estão ressecados, mordidos, quase um
laivo de sangue mínimo nota-se no canto da boca. Se não fossem meus olhos
burlescamente burlescos, eu não notaria que no canto da boca há representações
do vício ingênuo! Vários vícios, diversos vícios, vários vícios, diversos
vícios, vários vícios, diversos vícios, vários vícios, diversos vícios; tomara
que isso não cause em vossa excelência um cansaço mórbido, onde é preciso beber
água para hidratar-se dessa terrível fase humana: o vício!
Os
flocos de neve caem em seu rosto, refresca a alma, o ideal, acontecimento de
antes. Medos que a consolam e impulsionam colidir em outros medos,
enfrentá-los. Sombras do amor debaixo do sorriso. O foro da cama.
Tenho uma filha de dois meses e
meio. Alegra-me assisti-la sugar com a boquinha rosada os seios, procurando o
leite materno. Quando sentes minha presença, vira rapidamente o rostinho em
minha direção e ri, como a dizer:
-Papai, logo eu crescerei e
compreenderia este mundo!
E retornas para os seios, pois é
preciso produzir as sensações, neutralizar qualquer alarme falso, preocupação
despercebida. E isso, não é um livre-arbítrio. É simplesmente a noção de
poder... existir!
(Autor: Carlos
André)
sábado, 9 de novembro de 2013
Poema - Amor de 7 fases
Amor
de 7 fases
Não permita
a descrença no amor
O amor feito
este que desejamos, nutrimos
[de ideias que nos atraem
Igualmente.
Tal a carne que nos fez um só.
Sozinho,
nada por temer – o temor da morte
do nada existencial
Pudor que
não descreve a perfeição – a inventa
Mas mais dos
quereres, piso ao chão
agraciado pela ideia ininterrupta
E vamos
viver. Assim viver
(e compreender a cada custo)
Que no amor,
as 7 fases prevalecem
Neste
mundano mundo que fortifica.
É chegada à
hora de entrelaçarmos as mãos
O mundo nos
espera... enfim somos
sons que o vento apara
em suas mãos leves e opacas
Somos o todo
sem um nada
Nossos
corpos eternos
Mentes eternas.
Simplesmente
eternas!
(Autor: Carlos
André)
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Poema - Uma Canção de Amor
Uma Canção
de Amor
Moras tão perto do meu
coração
Que às vezes sinto-te tão
longe
Internamente externo
Aqui, bem mais perto de
mim.
Moras tão perto da minha
consciência instintiva
Que hoje nem tive coragem
de me entender
Por si só, metade
adorável, doentia
Aquiesce do teu prazer!
Moras tão perto que
enterneço em só pensar...
A outra metade da vida é
sensação
E a outra, é vivida
Metade por metade, afeto e
digressão.
Moras tão longe de me
encontrar sabendo
Que já me encontrou
Neste peito em chamas,
ardente
Loucamente feneço-me.
Seria cruel me repetir das
várias vezes
Pois aqui estamos...
E, portanto,
deduzo-me em dialetos
Traduzo-me nas
entrelinhas.
(Autor: Carlos André)
Crônica - Crônica Moderna
Crônica Moderna
Inevitável! Todas as nossas
probabilidades são inevitáveis. Certa vez, dizia o senhor Linius:
-Tua vida ainda terá
surpresas!!!
-Quais hão de serem essas
surpresas?
-Não sei. Tu a de
retornar?
-Hei de pensar no
assunto.
Confesso ao leitor que inevitavelmente
a de notar na crônica suas devidas tensões de enredo; cartas espalhadas em cima
da mesa; o toalete e seus batons. Tua boca misteriosa que dita à iminência da
crônica moderna. Sei! Que ela deixara a porta do apartamento escancarado, marcas de saudades frias e entediadas no cobertor.
-Por que não disse a ela?
-Dizer o quê?
-Você sabe o quê.
-Talvez não adiantasse.
-Adiantaria sim! Não
espere que o mundo fale por você.
-Por que diz isso? O
senhor sabe que eu não devo retornar.
-Não! Tu não sabes de
quase nada, doutor Friedrich.
-E o que eu devo saber de
tão importante senhor Linius? Diga-me.
-Quero que retornes. Não
é um pedido que lhe peço. São seus inevitáveis que pedem a ti que retorne.
-Não lhe compreendo
senhor Linius!
-Tu me compreenderás
quando fores retornar.
Esta não é uma história fictícia. É uma
história de inevitáveis. Se o leitor não me compreende de imediato, o perdoarei
por não me compreender de imediato. Porque não compreendi de imediato os
inevitáveis, e nem o motivo do retorno ao apartamento. O senhor Linius foi meu
professor de literatura no Liceu. Agora tinha compreendido de ele ter uma
literatura imediata: “são os inevitáveis da vida” – dizia ele.
Tive que ir de ônibus para chegar ao
apartamento. Três ônibus de imediato. “Lembre-se meu jovem, são os inevitáveis
que a vida nos reserva”, relembrava os dizeres do professor Linius. Até aqui,
poderia eu entender o que seria os “inevitáveis da vida”. Um pensamento em vão,
esquecido no ponto de ônibus, de fato, aqueles três ônibus que peguei, não
seriam inevitáveis, visto que, de imediato, eu poderia ter ido de metrô ou
táxi. “O inevitável é aquilo que nos consola”, repetiria esta frase no primeiro
ônibus, pensaria que o professor Linius estivesse ambíguo ao dizer à frase que
eu repetiria em algumas ocasiões da vida.
Veja que no primeiro ônibus percebi que
do meu lado, havia uma mulher que amamentava teu bebê que a pouco chorava, e
isso, nos consola, e consola o bebê ainda mais; bebê que sugava levemente o
leite quente materno – êxtase nas glândulas mamárias. E isso, consolava a mãe
ainda mais. Evitável para o bebê não chorar. Inevitável seria a sensação
adquirida no primeiro sugar.
No segundo ônibus, não acontecera nada
de inevitável. Porque sentado ao meu lado, havia um senhor de imediatos 60
anos, que lia refletidamente o jornal que comprara na banca neste segundo ponto
de ônibus. A manchete que o intrigava estava escrito: “Morre em enchente,
menino de 14 anos”. Dúvidas quanto a essa questão. Poderia ser evitável. É
evitável! Não precisa de ênfase pra ser evitável. Porém, a morte do garoto não
nos consola. Era inevitável a justiça.
O terceiro ônibus revelava um mistério.
Não havia evitáveis, ou inevitáveis no terceiro ônibus. O ônibus se encontrava
vazio, só eu de passageiro, e o motorista não imaginaria o que pudesse ter
acontecido de imediato. Aquilo poderia ser um niilismo. O dilema: o niilismo
poderia ser evitável, ou seriam cartas do baralho espalhadas em cima da mesa?
Enfim, chego ao apartamento. O porteiro
não soubera onde a Letícia poderia estar. Talvez na casa dos pais. Caminhei
diretamente ao nosso quarto, o professor Linius poderia estar certo, a carta
estaria na gaveta? E estava. Intacta inevitavelmente. Sem nenhuma palavra
distorcida. O segredo: a Letícia estava grávida. Esperando meu filho, o nosso
filho! Este era o segredo para que eu retornasse. De imediato, vi a imagem do
bebê do primeiro ônibus que chorava na procura do leite sagrado. Aquele bebê em
poucos anos estaria aprendendo a andar. Seus primeiros passos valiosos. Sim!
Queria dizer a Letícia que eu a amo muito. Era isso que eu devia ter dito
quando discutimos sem justificativa.
Inevitavelmente, fui à procura dela.
Com passos de um ser preciso, resoluto no que vai fazer, com todos os seus
imediatos. Passos de um ser inevitável. E não era necessário ter três condições
imediatas pra saber disso.
(Autor: Carlos André)
Assinar:
Postagens (Atom)