quinta-feira, 22 de março de 2018

A Mágica Montanha















É bem mais prático conversamos cara a cara, rosto a rosto, face a face, do que pelas telas do computador. Só assim saberemos o que estamos sentindo, quais são nossas verdadeiras emoções!

Em cima da Montanha, o mundo é conquistado por aqueles que labutaram no decorrer da subida. Ao chegar no topo, percebo que nitidamente o mundo que eu via dentro do meu quintal, orquestradas por girassóis e orquídeas, é bem diferente do mundo de agora.

O que será que vem depois das Montanhas?

Em cima da Montanha, ou para aqueles que ousam escalar o Monte do Everest, o mundo que víamos nas tvs, não deixa de ser impossível. Mas eu prefiro o mundo daqui, do lado de fora.

Em cima dos livros, sobreponho os meus óculos. Mais tarde retornarei a ler, para saber de fato o que eu perdi para além daquelas Montanhas!!

(Carlos André)

terça-feira, 20 de março de 2018

Clara evidencia























- São somente focos de luzes, Clara! Focos de luzes que dão pra ver daqui da janela!
- Mas daqui dá pra ver o mundo bem melhor do que víamos antes!
- Sim! No meu caso, da janela do carro vejo o mundo transcrito e traduzido em raios ultravioletas.
- E lá fora, as ditas violetas poderão brotar no solo fértil, sem fantasia, ricas de pura verdade. Raios ultravioletas que ajudam as violetas a cresceram naquele solo.
- Bem interessante a sua observação. Também no nosso coração, Clara! Elas poderão florescer, seja na primavera, ou se renovar completamente no outono.
- Quê romântico, pai!
- Este pôr-do-sol está tão belo, filha!
- Sim! Incrível é a natureza. Pai, eu posso ver o mundo, mesmo que seja por poucos segundos, com a lente dos seus óculos?
- No momento não, filha! Estou dirigindo! Quando chegarmos em casa, eu lhe empresto!
- É verdade que o mundo depende muito da pessoa que a vê?!
- Por que diz isso?
- Por que você e a mamãe estavam discutindo um dia desses, e eu fiquei ouvindo escondida no canto da porta!
- Não faça isso, Clara! Eu e a mamãe estávamos...
- Sim, eu sei! Teve um momento que você disse a ela que para tornarmos o mundo melhor, isso dependerá muito da pessoa que a vê e interpreta por si próprio.
- Sim! Naquela ocasião, eu estava alertando sua mãe quanto aos perigos de deixarmos a monotonia, o cotidiano estressante nos dominar. Este nosso passeio, é uma fuga para evitarmos isso! Não se esqueça disso filha: corra em direção aos seus sonhos, e não perca tempo, o tempo tem suas falhas indigestas.
- Sim, meu querido pai! Não esquecerei!!

(Carlos André)

quarta-feira, 14 de março de 2018

A Morte do Dr. Igor


A Morte do Dr. IGOR





























        





          A morte do DR. Igor por tuberculose foi sentido pelo meio científico, porém, não tanto pelo psicanalista Sigmund Alfred, já que este não ia de acordo com todas as vertentes de pensamento seguido pelo Dr. Igor.
O Dr. Igor utilizava-se de métodos pouco éticos para hipnotizar suas pacientes. Dizia amá-las fervorosamente; seduzia-as, e no final, largava-as em meio ao vão dos sentimentos irreais. O Dr. Igor só queria lucrar com dinheiro, não se importando com os sentimentos das pacientes.
O psicanalista Sigmund Alfred era completamente ao contrário do Dr. Igor, pois Sigmund Alfred queria libertar as pacientes do jugo imperial do Dr. Igor, optando ora pela terapia pela fala, onde a paciente pudesse expor todos os seus verdadeiros sentimentos: falar o que viesse na mente.
Acontece que Sigmund Alfred amava tanto uma de suas pacientes, a Kaliane, e ela pouco percebia esse sentimento que irradiava verdadeiramente de dentro do Sigmund Alfred. Kaliane, outrora fora uma das pacientes do inescrupuloso (Dr.) Igor, que de doutor não tinha nada – como já foi dito antes -, e Kaliane mentia para Sigmund Alfred dizendo-lhe que estava namorando, mas a verdade é que Sigmund Alfred percebia que Kaliane era insegura em seus sentimentos, tinha medo de não dar certo outra vez (talvez com um outro alguém que lhe entendesse os motivos de sua personalidade, de sua insegurança quanto ao que sentir). Sua história de vida perpassava por grandes caminhos tortuosos, e ela desejava a liberdade: a liberdade que o Sigmund Alfred pudesse enfim decifrar, além das notas sagradas do piano!!

(Carlos André) 
          

segunda-feira, 12 de março de 2018

Melbe e sua imaginação fértil


























Melbe divertia-se dentro dos livros. Procurava naquele momento, o que havia de mais oculto nas palavras e encontrava: o rabisco do raciocínio mergulhado no extenso saber. Como se isso não bastasse, para que ela pudesse percorrer com os olhos e desvendar o labirinto.

Certo dia, depois de chegar do trabalho de bibliotecária, e após tomar um bom banho, desnudar a alma debaixo do chuveiro, Melbe, que havia pegado emprestado da biblioteca do centro da cidade, um livro de um escritor que por coincidência, era do mesmo signo de Melbe: o signo de Peixes.

Melbe, que na madrugada sentia fortes insônias, senta no sofá do seu escritório e resolve ler, ou melhor, Melbe incessantemente resolve devorar as páginas daquele livro que lhe chamara bastante atenção, tanto pela capa e pela qualidade do que vinha escrito dentro.

Dentro de Melbe havia uma batalha constante de entender cada personagem daquele livro, o modo que cada personagem via o mundo; as características psicológicas de cada personagem, visto que nenhum personagem tinha uma personalidade em comum com o outro. Para Melbe, isso tornava o romance instigante, e pensava consigo mesma durante a leitura:
- Se eu fosse esse personagem, eu não faria assim. Existe outro modo mais fácil deles se entenderem.
Caso algum leitor vier me perguntar sobre o quão é difícil o ofício do escritor, no que tange a respeito do processo de criação de cada personagem, eu responderia:

- Se eu pudesse reinventar a Melbe, talvez ela tivesse cabelo ruivo ou quem sabe azul.

Retornando a narração, Melbe em cada capítulo lido do romance, percebia que o imprevisível poderia acontecer a qualquer instante, a exemplo de um personagem coadjuvante que ninguém esperava, pudesse aparecer no decorrer dos últimos capítulos e mudar a história de vez. Coisa que talvez o personagem principal não tivesse condição de fazer, ou que não queria ter a incumbência de tanta responsabilidade da história em suas mãos.

O telefone toca na sala, e Melbe escuta, mas resolve não atender. Melbe continua dentro do livro. O telefone toca pela segunda vez, e Melbe hesita em ir atender – talvez fosse ele lhe pedindo desculpas pela última noite –, mas há alguma força literária que a impede de ir. Melbe continua a ler os capítulos finais do romance. O telefone toca pela terceira vez, mas Melbe está tão interligada com o final da história, que não escuta o chamado da secretária telefônica. Melbe está a imaginar de como seria tão lindo se ambos os personagens pudessem passear de mãos dadas num campo extenso e florido!!

(Carlos André)

Crédito na imagem: Ben Giles.

domingo, 11 de março de 2018

Conto escrito por um amigo e jovem escritor chamado João Batista, proveniente de Gouveia - MG. O Conto se chama "Entre o amor e a morte: o assassinato de João Gustavo de Albuquerque Hugo"

B
rasil, 1981, estado de Minas Gerais , sentado estava João, sentado permaneceu no alpendre de sua casa, vendo aviões voando no céu, era o progresso, dizia ele a si mesmo. Fora lavrador, mudara-se para um vilarejo com sua família, e entrara para a escola primária onde passou a trabalhar como servidor geral. Tivera uma esposa, Lúcia, de longos cabelos negros e  lábios grossos, morrera de hemorragia pós-parto do seu ultimo filho, Mateus, aos 35 de idade. Eram três os filhos de João: Hugo Filho, o primogênito, Irene, apelidada de “imperatriz” e Mateus.
João, já cansado, descascava batatas para o jantar. Chovia muito. Esperava seu filho Hugo chegar da fábrica onde trabalhava na capital. Apenas Irene residia com seu pai, esta estava no banho. Lá fora o cachorro latiu e parou subitamente. Era 20h13min da noite. Uma voz se fez ouvir na cozinha, era uma mulher, pela voz se ouvia que era, com um capuz e uma máscara, e uma arma apontada na direção de João, e no estrondo, seu corpo pendeu, e batendo a cabeça na quina da mesa, chegou ao chão banhada em sangue. Mateus foi quem primeiro chegou, vindo de uma vila próxima dali. Entrou e sentou-se numa cadeira e entregou-se ao pranto. Minutos depois, aparece Irene, que nada ouvira, deita-se sobre o corpo inerte de seu velho pai, e em choque desmaia. Por volta das 22 horas, chega Hugo, que não crê na cena que vê: era um filme de terror macabro. Logo corre até o vizinho e lhe pede o telefone, e chegando a polícia são todos encaminhados a delegacia, enquanto os legistas faziam seu trabalho.
João não tinha ninguém por ele, só seus filhos. Seus pais morreram de chagas, e seus irmãos nem chegaram a nascer. Casou-se com sua amada Lúcia aos 17 de idade, a qual não tardou em trazer ao mundo o Hugo Filho, e anos depois a formosa Irene, parecia realmente uma princesa. Era cópia de sua mãe. Já Mateus era o mais destemido dos seus irmãos. Nenhuma garota da escola lhe interessava, mas caiam-lhe aos pés por sua máscula aparência. Porém seu irmão era da noite, dos bailes, das festas, da rua. Logo que chegou a maior idade comprou uma moto e sempre levava uma garota para a casa de seu pai antes de mudar para a capital.
Passaram- se os anos e a polícia não encontrou o assassino de João. Mateus cuidava da casa de seu pai, junto com sua irmã. Certo dia ele indo de trem para a capital senta-se ao seu lado uma jovem mulher, loira, olhos verdes, e logo Mateus se interessa por ela e procurava de todo jeito um modo de chamar a atenção daquela, cujo nome era Jaqueline. E logo consegue uma conversa com a moça. Ali estava ela a passeio, cursava um curso na universidade da capital. Seu pai era empresário, dizia ela, e sua mãe morreram de infarto alguns anos atrás.
Hugo não sabia do paradeiro de seu irmão. Apenas sabia que receberia sua visita. E dirigindo-se à estação, lá não encontra o jovem Mateus, que contava com 23 de idade. Desaparecera. Procurou na bilheteria, e disseram que o trem não percorria o percurso relatado por ele. Hugo encheu seu coração de medo. Qual o paradeiro daquele inocente? Chamou a polícia, entram no Fusca e rumaram para o vilarejo que seu pai vivia, e lá estava Irene, que disse ter Mateus rumado à capital para ter com o irmão.
Mateus desceu do trem e Jaqueline o leva para conhecer sua casa. Belo Horizonte era mesmo bela, dizia ela ao rapaz. E a chegar à casa de seu pai, aparece o próprio chefe da casa, era um homem de aparência rude e desleixado consigo mesmo. Falava de dinheiro o tempo todo, tinha uma enorme barriga. Tinha seus 60, puxava de uma perna, fruto de um acidente na juventude, quando seu Opala entrou embaixo de um ônibus, numa noite, em uma ultrapassagem, numa rodovia estreita.
Anoiteceu e nenhuma notícia de Mateus. Preocupado, Hugo não dormia, e junto dele sua irmã. Não dormindo, um sentimento invadiu o coração dele: o medo de seu irmão ter tido o mesmo destino de seu pai. Neste instante um barulho de madeira rangendo se fez ouvir por toda a casa, portas batiam três vezes initerruptamente, e um cheiro de carne podre podia ser sentido. Logo, a campainha tocou. Polícia. Foi encontrado um corpo com a descrição de Mateus dentro do ribeirão Arruda, com sinais de asfixia, e vestido somente de cueca. Hugo fez que iria para o quarto quando viu sua irmã na sala, de pijama e a pairar sob a sala sem nada a segurar a moça. Hugo fica em estado de choque. A porta que  dava para a rua abre-se abruptamente e entra o policial, toda sua fisionomia muda: suas veias se alteram se engrossam, olhos cor de púrpura, este arranca a sua própria roupa e Irene vai ao seu encontro, e como num vômito, aquele homem passa à boca da moça um liquido de cor escura, esta reage como se tivesse um choque de eletricidade, sua respiração para, e caindo sua pele empalidece horrendamente. Hugo corre o quanto pode, e a olhar para trás viu escrito na fachada da casa em letras garrafais, palavras em sangue, que diziam blasfêmias. O jovem chega ao vilarejo e dirige-se a igreja, bate a porta e um padre atende. 23h32min.
O padre pergunta-lhe o que se passara e Hugo relata-lhe a sua história:
Hugo Gustavo de Albuquerque Filho nasce em Belo Horizonte, em 1958. Ao perder a mãe no nascer de Mateus, pedira a qualquer instância sobrenatural que fizesse a possibilidade de tornar a vê-la. Conseguira ver. Mudara-se para a capital para trabalhar aos 15, quando conheceu Jaqueline numa viagem de trem. Ela levara-o a trabalhar com seu pai como balconista de um dos açougues que lhe pertencia. Certo dia Jaqueline tocou a campainha da casa onde morara Hugo. Ao entrar, ela o agarrou em beijos. Fantástica ela, pensara ele. A moça de corpo escultural. Sua pela negra como a noite, seus olhos da cor do mar, e os cabelos longos e cacheados. Atirou o jovem Huguinho na cama e penetrou em sua carne, a carne deste. Este ao terminar estava exausto. Fora a primeira de repetidas vezes. E Hugo torna-se  profissional da arte de penetrar as mulheres. Um dia Jaqueline leva sua mãe Augusta à casa de Hugo, quando este une sua carne à de ambas. Após uma dessas noites, amanheceu. Augusta pede uma rapidinha ao rapaz quando para seu coração, definidamente. Quando de uma vez na cozinha de casa, a faca esbarra-lhe ao peito, a ferida não se cura, penetrando até o miocárdio. Eis que ela desaba por cima do rapaz, fulminante, inesperado, inerte, a morte entra e leva-a ao seu reino. E a partir de então a escuridão entra na vida   daquele jovem. Jaqueline diz-lhe poder ver-lhe a mãe de Hugo, se ele concordasse com seus termos. O jovem devora-lhe as carnes, toma parte da herança de Augusta, aí vem por acréscimo  bares às 2h, baladas, prostíbulos, e um Opala turbo e um Pontiac gto, cor da noite. E Jaqueline? Era amor? Não, era a sombra e a escuridão. Seus olhos, ele dizia, eram os portões do inferno e sua vagina era o trono de satã, e seu pênis era o príncipe das trevas. Naquela noite, nele restaram resquícios de sanidade quando ouviu que seu pai corria risco. 20h13min a morte entrara e levara seu bom velho para os seus umbrais. Desespera-se. Sua irmã fora questão de tempo, logo que Mateus se lhe fosse tirada sua virgindade. Quando souber que este fora torturado até a morte (...).
Ao pé do padre estaria ele. 00h07min. Eis que toma o telefone e liga para o bispo relatando o caso.  Este tomado de preocupação, mas de certo modo incrédulo, diz ao padre que tome nota de provas e conduze-as para cúria a fim de avaliá-las. Chamando dois amigos que possuíam alguns equipamentos, entram na Caravan e rumam à casa de João. Chovera.
Chegando a casa, Irene estava no fogão a fazer o jantar. Entram e preparam a instalação dos equipamentos. Jantaram e foram dormir. Pelas 03h51min um estrondando acordou a todos: o telhado cedeu. Estrondou mais uma vez e cedeu um pouco mais. Um terceiro estrondo e cedeu ainda mais um pouco. Parou. No meio da sala de estar, Irene aparece flutuando. A vista deles abriu-se o assoalho da casa e ela desceu. Quatro dias depois a Santa Sé autoriza o exorcismo. O padre chegando ao local não havia mais casa, nem sinal de Hugo. Volta e toca o telefone. A voz de  Hugo no outro lado linha diz que viesse às pressas a capital. Encontrara Jaqueline e Mateus. A Jaqueline não era mais aquela que conhecera. O mal a tomara por inteiro e a transfigurara em quem ela era no instante.
Chegando a casa na capital, o padre e seus acompanhantes tomam parte da cena macabra que se formara: Hugo amarrado de braços abertos de cabeça para baixo, o pai de Jaqueline, junto a ela sentados numas cadeiras no centro da sala: olhos da cor do pecado, veias grossas, pele da cor da escuridão, cabelos assaranhados, e nomes blasfemos escritos a fio de sangue puderam ser visto em toda a sala, onde sombras percorriam de um lado para o outro. Na testa do pai de Jaqueline a marca da besta fora vista, e na moça o nome de moloch. Quando vira sua barriga proeminente, pronta a dar a luz, e na mão esquerda um punhal. As sombras então puseram uma cruz de cabeça para baixo no centro da sala e trouxeram um bezerro pregando-o na cruz e disseram palavras blasfemas.
E tem-se início ao ritual quando nasce à criança, era um menino, exatamente igual a Hugo. Jaqueline o toma nos braços e o coloca no chão em frente à cruz inversa com o bezerro. O padre toma água benta em suas mãos e asperge o local, que agora ardia em chamas. Os que acompanhavam o padre trouxeram correntes de prata e caixões, e logo começa o exorcismo. Uma a uma as letras blasfemas vão se apagando. Huguinho num acesso de heroísmo toma a criança em seus braços, e no mesmo instante, labaredas o atingem quando este cai inconsciente ao chão, enquanto a criança entregava-se ao pranto. Eis que chega  o bispo a quem o padre entrega o ritual do exorcismo para que o conduza, enquanto este asperge o local com água benta. Os acompanhantes do padre tomam na mão uma imagem do Crucificado e na outra o Terço da Virgem. Jaqueline corre para pegar a criança enquanto seu pai invocava moloch ajoelhando-se ante o bezerro na cruz inversa. Um dos que auxiliavam o padre joga uma corrente sobre Jaqueline que vai ao chão. O padre atira-lhe sal bento que faz arder e acalma a moça que é tomada ligeiramente e posta num dos caixões. Eis que aparece moloch em pessoa e dirige-se à criança que a toma nos braços e empunhando uma adaga sobre esta, traspassa-lhe o coração. Cessa o choro. O bispo prossegue com o ritual enquanto o padre continua com a água, logo consegue atingir o pai de Jaqueline, no qual também lhe atira o sal, acalmando-o como a filha. Logo o tomam e fecham-lhe no outro caixão. Neste instante, o bispo conclui o exorcismo e moloch desaparece da vista deles com a criança inerte em seus braços. 04h17min. Chove torrencialmente.
S
emanas depois um jovem à semelhança de um mendigo chega à delegacia de polícia na capital, e diz estar à procura por Hugo. João, dissera ele, que ainda aos 15 antes de casar-se houvera de ter uma namorada, de nome Elisa, com quem tivera uma filha cujo nome é desconhecido,  ao crescer, a moça fez amizade com uma mulher de nome  Lúcia a qual se apaixonou por João e este por ela. A filha de João acomete-se a uma doença que veio para levá-la: um caso nunca visto de esclerose lateral amiotrófica, em três anos, morta ficou a moça. Nada tendo a tratar com a vida, sua mãe Elisa parte para o estrangeiro e nunca mais retorna ao Brasil. Logo uma fração de tempo se passou e Lúcia casa-se com João, onde começa a nossa história. Nisso, um policial chama o setor de psiquiatria para onde levam o mendigo, lá, repete a mesma história e trava uma batalha contra seu instinto de sair correndo dali e pôr-se a procurar seu irmão. Tomaram-no e levaram-no para a cantina onde comeu um sanduíche. Levaram-no ao banheiro onde lhe providenciaram um banho. Depois entrou numa Veraneio e conduziram-no a sua casa. Chegando ao local, nada a ver. Pensou Mateus que seu irmão estivera-se em casa paroquial, por ser amigo do padre daquele local. Acerta  sua imaginação e ao ver Hugo, corre para abraçá-lo. Hugo a emocionar por rever aquele que estava perdido, dissera que sua irmã fora possuída por moloch, sendo assim não a vira mais após aquele dia. Nesse momento Mateus cai em si e compreende o que houve. Um filme passa em sua mente: conhece a Jaqueline, ela o leva pra cama. Do bagageiro do Monza para o ribeirão Arruda, onde um andarilho a encontrar e a levar para seu barraco há passar aquele tempo todo naquele lugar. Consequentemente, aquele que encontraram foi embora perdido e agora não mais estava. Enquanto isso, moloch trama seu novo ataque a fim de levar Hugo e Mateus para o inferno. No Veraneio da polícia entram cidade adentro, e ao sair, passando pela ponte no alto do Paraopeba, uma carreta a rachar com outra carreta tira o Veraneio da pista que logo cai às margens do rio. Num instante da providência não sofrem nenhum ferimento grave. Pelo rádio o policial pede reforço, e horas depois cantam pneus uma D-20 e dois Fuscas na ponte. 18h07min. O sol se pôs mais cedo naquele dia. A noite escureceu-se sobre a cabeça deles que ninguém enxergava um palmo à frente sua. As nuvens se dispersaram, mas nenhuma estrela brilhara nas abóbodas celestes. A lua não subiu ao seu trono. Luzes somente dos vagalumes e uns poucos aviões a cruzar o céu levando pessoas alheias ao fim que estivera a chegar.
Numa encosta próxima à capital, havia uma capela do tempo da colônia, já em ruínas, de difícil acesso. Para lá foram eles, isso por que Mateus conhecia o lugar,  havia sido lá uma noite com Jaqueline, e ao chegarem um cheiro forte de carne podre emanava dali. Ouvindo relinchar de cavalos, os policiais correram à cidade a trazer o padre, logo chegou um cavaleiro: seu cavalo era cinza com olhos cor de fogo. Sua armadura era negra como a noite e no seu escudo uma cruz ao contrário se via. Chegou outro cavaleiro, depois o terceiro e por fim o quarto. A excetuar o primeiro cavalo, os outros tinham os olhos da cor da morte. O segundo trazia uma foice, o terceiro uma espada e o quarto uma lança, arco e flechas que emanavam o cheiro de carne podre. Eles pararam em forma de combate. Um minuto de silêncio mortal. Um estrondo põe se a ouvir, e estremece a terra. Eis que aparece moloch montando num dragão cor da morte, de olhos a sair chamas, e nas cabeças do dragão houvera nomes blasfemos. Junto com moloch estava Irene, grávida, pronta para dar a luz. Moloch chama o cavaleiro da morte que põe Irene sobre um altar de pedra, este empunha a espada sobre o ventre da moça, e Mateus corre a socorrer, quando o cavaleiro da guerra lança lhe para longe com um golpe. A aparência de moloch pode ser vista quando desceu do dragão, animal que se deitou como a descansar. Irene dá a luz ao filho de moloch que manda o cavaleiro cravar-lhe a espada. O demônio então se aproxima de Irene, abrem-lhe as pernas, seu pênis transforma-se numa adaga, a qual crava transpassando o ventre da moça que solta um grito de dor e entrega-se a morte, que põe o seu corpo sobre o cavalo e o conduz ao seu reino junto com o cavaleiro da peste. Quando depois disso, o cavaleiro da guerra toma o corpo do filho de moloch, que a seu mando conduz a um abismo.
Naquela noite a Terra se encheu de escuridão. Na capela apenas as luzes das lanternas dos policiais. Logo esse feche de luz ampliou-se misteriosamente enquanto moloch vestia a armadura da perdição; sua cabeça fora como de um bode, seus caninos saiam-lhe pela boca como sabre; seus chifres podiam ser contados: eram quatro; na sua mão esquerda uma espada que ardia em chamas, na sua destra, uma corrente. Em cada dedo, garras, dedo espichados e lisos. No seu ventre a adaga banhada em sangue. Suas pernas eram esquias extremamente estreitas e altamente cobertas de pelos. Seus olhos não tinham cor e sua voz ecoava como um brado agonizante. Tivera ele em altura cerca de 2 metros. Ao verem-no, os policiais foram ao chão como mortos. Neste instante a luz que brilhava interrompeu sua luminescência e as portas da capela abriram-se lentamente. Eis que uma Mulher, num longo vestido branco entra e põe-se no centro da igreja, tendo em seus braços uma cruz, a qual bateu por três vezes ao chão, quando se abriu uma fenda que dava para o reino da morte onde o cavaleiro da perdição entrou e ficou a espreita. A Mulher pelejava contra moloch, tendo em vista lança-lo ao precipício. Moloch por sua vez, em toda a sua fúria lutava contra a Mulher golpeando-lhe com a espada do pecado. Num golpe que seria fatal, acederam-se milagrosamente as velas da igreja, e no altar entre seis dessas velas houvera uma cruz que a passou a brilhar, e no seu brilho refletiu na cruz a qual a Mulher trazia em seus braços, Ela lança-a sobre a fronte de moloch o qual se debruça sobre a fenda do abismo que fecha instantaneamente. 03h07min.

H
ugo escrevera num diário algum tempo depois: “ A morte sucumbiu? Qual o significado das coisas? Por que elas significam o que significam? A partir da minha experiência, eu poderia dizer que há seres humanos que não vivem plenamente? Intensamente pautado em emoção ou na razão? Como posso eu, apontar caminhos para o outro trilhar? Isso é relativismo? Ou é busca por viver? O que é então a vida? Postar status no whatsapp? Ou simplesmente Adorar?(levando em consideração que sou cristão católico praticante, e medievalista errante) Para que tudo isso? Por que escrevo isso? Para que existe o universo? Para que existira logo eu? O universo existe na minha mente, ou ele é fato, ou está apenas no pensamento divino? Que nada! Tudo existe e eu também existo. Por quê? Como sei disso? Porque alguém me disse? Não! Porque eu fui gerado. Só pode existir quem for gerado. O universo então existe, porém, não é pessoa como os humanos. Agora, os objetos não têm existência em si mesmos, eles existem na mente humana, a qual os factualiza. Contudo, eu existo! Deus existe!!! Um dia descobrirei para que, mesmo que este dia seja quando O ver. E por que Ele me deixaria vê-Lo? Por que alguns humanos parecem viver? E outros parecem vegetar? Por que a guerra? ‘Não matarás’, é o que diz Ele. E eu, de fato existo ou é invenção da minha mente? Por que aquele dia alguém me mostrou que existe vida? Eu a vivo? Ei de ver tal pessoa outra vez? Ah! Como é bom viver! O que é viver senão estar vivo? Ou estou enganado a respeito de mim mesmo? Só queria que falassem menos sobre as mesmas coisas. Apesar de que falam o que querem, e eu as falo. Não quero escrever textos belos, só quero escrever o que eu quero escrever, o que manda minha vontade. Por que eu os vejo com vontade de vestir-me como eles, de parecer com eles? Por que falo tudo isso? Para que servem as palavras? Se for imperfeito, por que existir? Portanto, qual é a saída para a existência?”