rasil, 1981, estado de Minas Gerais
, sentado estava João, sentado permaneceu no alpendre de sua casa, vendo aviões
voando no céu, era o progresso, dizia ele a si mesmo. Fora lavrador, mudara-se
para um vilarejo com sua família, e entrara para a escola primária onde passou
a trabalhar como servidor geral. Tivera uma esposa, Lúcia, de longos cabelos
negros e lábios grossos, morrera de
hemorragia pós-parto do seu ultimo filho, Mateus, aos 35 de idade. Eram três os
filhos de João: Hugo Filho, o primogênito, Irene, apelidada de “imperatriz” e
Mateus.
João, já
cansado, descascava batatas para o jantar. Chovia muito. Esperava seu filho
Hugo chegar da fábrica onde trabalhava na capital. Apenas Irene residia com seu
pai, esta estava no banho. Lá fora o cachorro latiu e parou subitamente. Era 20h13min
da noite. Uma voz se fez ouvir na cozinha, era uma mulher, pela voz se ouvia
que era, com um capuz e uma máscara, e uma arma apontada na direção de João, e
no estrondo, seu corpo pendeu, e batendo a cabeça na quina da mesa, chegou ao
chão banhada em sangue. Mateus foi quem primeiro chegou, vindo de uma vila
próxima dali. Entrou e sentou-se numa cadeira e entregou-se ao pranto. Minutos
depois, aparece Irene, que nada ouvira, deita-se sobre o corpo inerte de seu
velho pai, e em choque desmaia. Por volta das 22 horas, chega Hugo, que não crê
na cena que vê: era um filme de terror macabro. Logo corre até o vizinho e lhe
pede o telefone, e chegando a polícia são todos encaminhados a delegacia,
enquanto os legistas faziam seu trabalho.
João não tinha
ninguém por ele, só seus filhos. Seus pais morreram de chagas, e seus irmãos
nem chegaram a nascer. Casou-se com sua amada Lúcia aos 17 de idade, a qual não
tardou em trazer ao mundo o Hugo Filho, e anos depois a formosa Irene, parecia
realmente uma princesa. Era cópia de sua mãe. Já Mateus era o mais destemido
dos seus irmãos. Nenhuma garota da escola lhe interessava, mas caiam-lhe aos
pés por sua máscula aparência. Porém seu irmão era da noite, dos bailes, das
festas, da rua. Logo que chegou a maior idade comprou uma moto e sempre levava
uma garota para a casa de seu pai antes de mudar para a capital.
Passaram- se os
anos e a polícia não encontrou o assassino de João. Mateus cuidava da casa de
seu pai, junto com sua irmã. Certo dia ele indo de trem para a capital senta-se
ao seu lado uma jovem mulher, loira, olhos verdes, e logo Mateus se interessa
por ela e procurava de todo jeito um modo de chamar a atenção daquela, cujo
nome era Jaqueline. E logo consegue uma conversa com a moça. Ali estava ela a
passeio, cursava um curso na universidade da capital. Seu pai era empresário,
dizia ela, e sua mãe morreram de infarto alguns anos atrás.
Hugo não sabia
do paradeiro de seu irmão. Apenas sabia que receberia sua visita. E
dirigindo-se à estação, lá não encontra o jovem Mateus, que contava com 23 de
idade. Desaparecera. Procurou na bilheteria, e disseram que o trem não
percorria o percurso relatado por ele. Hugo encheu seu coração de medo. Qual o
paradeiro daquele inocente? Chamou a polícia, entram no Fusca e rumaram para o
vilarejo que seu pai vivia, e lá estava Irene, que disse ter Mateus rumado à
capital para ter com o irmão.
Mateus desceu do
trem e Jaqueline o leva para conhecer sua casa. Belo Horizonte era mesmo bela,
dizia ela ao rapaz. E a chegar à casa de seu pai, aparece o próprio chefe da
casa, era um homem de aparência rude e desleixado consigo mesmo. Falava de
dinheiro o tempo todo, tinha uma enorme barriga. Tinha seus 60, puxava de uma
perna, fruto de um acidente na juventude, quando seu Opala entrou embaixo de um
ônibus, numa noite, em uma ultrapassagem, numa rodovia estreita.
Anoiteceu e
nenhuma notícia de Mateus. Preocupado, Hugo não dormia, e junto dele sua irmã.
Não dormindo, um sentimento invadiu o coração dele: o medo de seu irmão ter
tido o mesmo destino de seu pai. Neste instante um barulho de madeira rangendo
se fez ouvir por toda a casa, portas batiam três vezes initerruptamente, e um
cheiro de carne podre podia ser sentido. Logo, a campainha tocou. Polícia. Foi
encontrado um corpo com a descrição de Mateus dentro do ribeirão Arruda, com
sinais de asfixia, e vestido somente de cueca. Hugo fez que iria para o quarto
quando viu sua irmã na sala, de pijama e a pairar sob a sala sem nada a segurar
a moça. Hugo fica em estado de choque. A porta que dava para a rua abre-se abruptamente e entra o
policial, toda sua fisionomia muda: suas veias se alteram se engrossam, olhos
cor de púrpura, este arranca a sua própria roupa e Irene vai ao seu encontro, e
como num vômito, aquele homem passa à boca da moça um liquido de cor escura,
esta reage como se tivesse um choque de eletricidade, sua respiração para, e
caindo sua pele empalidece horrendamente. Hugo corre o quanto pode, e a olhar
para trás viu escrito na fachada da casa em letras garrafais, palavras em
sangue, que diziam blasfêmias. O jovem chega ao vilarejo e dirige-se a igreja,
bate a porta e um padre atende. 23h32min.
O padre pergunta-lhe
o que se passara e Hugo relata-lhe a sua história:
Hugo Gustavo de
Albuquerque Filho nasce em Belo Horizonte, em 1958. Ao perder a mãe no nascer
de Mateus, pedira a qualquer instância sobrenatural que fizesse a possibilidade
de tornar a vê-la. Conseguira ver. Mudara-se para a capital para trabalhar aos
15, quando conheceu Jaqueline numa viagem de trem. Ela levara-o a trabalhar com
seu pai como balconista de um dos açougues que lhe pertencia. Certo dia
Jaqueline tocou a campainha da casa onde morara Hugo. Ao entrar, ela o agarrou
em beijos. Fantástica ela, pensara ele. A moça de corpo escultural. Sua pela
negra como a noite, seus olhos da cor do mar, e os cabelos longos e cacheados. Atirou
o jovem Huguinho na cama e penetrou em sua carne, a carne deste. Este ao
terminar estava exausto. Fora a primeira de repetidas vezes. E Hugo
torna-se profissional da arte de
penetrar as mulheres. Um dia Jaqueline leva sua mãe Augusta à casa de Hugo,
quando este une sua carne à de ambas. Após uma dessas noites, amanheceu.
Augusta pede uma rapidinha ao rapaz quando para seu coração, definidamente.
Quando de uma vez na cozinha de casa, a faca esbarra-lhe ao peito, a ferida não
se cura, penetrando até o miocárdio. Eis que ela desaba por cima do rapaz,
fulminante, inesperado, inerte, a morte entra e leva-a ao seu reino. E a partir
de então a escuridão entra na vida daquele jovem. Jaqueline diz-lhe poder ver-lhe
a mãe de Hugo, se ele concordasse com seus termos. O jovem devora-lhe as carnes,
toma parte da herança de Augusta, aí vem por acréscimo bares às 2h, baladas, prostíbulos, e um Opala
turbo e um Pontiac gto, cor da noite. E Jaqueline? Era amor? Não, era a sombra
e a escuridão. Seus olhos, ele dizia, eram os portões do inferno e sua vagina
era o trono de satã, e seu pênis era o príncipe das trevas. Naquela noite, nele
restaram resquícios de sanidade quando ouviu que seu pai corria risco. 20h13min
a morte entrara e levara seu bom velho para os seus umbrais. Desespera-se. Sua
irmã fora questão de tempo, logo que Mateus se lhe fosse tirada sua virgindade.
Quando souber que este fora torturado até a morte (...).
Ao pé do padre estaria
ele. 00h07min. Eis que toma o telefone e liga para o bispo relatando o
caso. Este tomado de preocupação, mas de
certo modo incrédulo, diz ao padre que tome nota de provas e conduze-as para
cúria a fim de avaliá-las. Chamando dois amigos que possuíam alguns
equipamentos, entram na Caravan e rumam à casa de João. Chovera.
Chegando a casa,
Irene estava no fogão a fazer o jantar. Entram e preparam a instalação dos
equipamentos. Jantaram e foram dormir. Pelas 03h51min um estrondando acordou a
todos: o telhado cedeu. Estrondou mais uma vez e cedeu um pouco mais. Um
terceiro estrondo e cedeu ainda mais um pouco. Parou. No meio da sala de estar,
Irene aparece flutuando. A vista deles abriu-se o assoalho da casa e ela
desceu. Quatro dias depois a Santa Sé autoriza o exorcismo. O padre chegando ao
local não havia mais casa, nem sinal de Hugo. Volta e toca o telefone. A voz de
Hugo no outro lado linha diz que viesse às
pressas a capital. Encontrara Jaqueline e Mateus. A Jaqueline não era mais
aquela que conhecera. O mal a tomara por inteiro e a transfigurara em quem ela era
no instante.
Chegando a casa
na capital, o padre e seus acompanhantes tomam parte da cena macabra que se
formara: Hugo amarrado de braços abertos de cabeça para baixo, o pai de
Jaqueline, junto a ela sentados numas cadeiras no centro da sala: olhos da cor
do pecado, veias grossas, pele da cor da escuridão, cabelos assaranhados, e
nomes blasfemos escritos a fio de sangue puderam ser visto em toda a sala, onde
sombras percorriam de um lado para o outro. Na testa do pai de Jaqueline a
marca da besta fora vista, e na moça o nome de moloch. Quando vira sua barriga
proeminente, pronta a dar a luz, e na mão esquerda um punhal. As sombras então
puseram uma cruz de cabeça para baixo no centro da sala e trouxeram um bezerro
pregando-o na cruz e disseram palavras blasfemas.
E tem-se início
ao ritual quando nasce à criança, era um menino, exatamente igual a Hugo.
Jaqueline o toma nos braços e o coloca no chão em frente à cruz inversa com o
bezerro. O padre toma água benta em suas mãos e asperge o local, que agora
ardia em chamas. Os que acompanhavam o padre trouxeram correntes de prata e
caixões, e logo começa o exorcismo. Uma a uma as letras blasfemas vão se
apagando. Huguinho num acesso de heroísmo toma a criança em seus braços, e no mesmo
instante, labaredas o atingem quando este cai inconsciente ao chão, enquanto a
criança entregava-se ao pranto. Eis que chega
o bispo a quem o padre entrega o ritual do exorcismo para que o conduza,
enquanto este asperge o local com água benta. Os acompanhantes do padre tomam
na mão uma imagem do Crucificado e na outra o Terço da Virgem. Jaqueline corre
para pegar a criança enquanto seu pai invocava moloch ajoelhando-se ante o
bezerro na cruz inversa. Um dos que auxiliavam o padre joga uma corrente sobre
Jaqueline que vai ao chão. O padre atira-lhe sal bento que faz arder e acalma a
moça que é tomada ligeiramente e posta num dos caixões. Eis que aparece moloch
em pessoa e dirige-se à criança que a toma nos braços e empunhando uma adaga
sobre esta, traspassa-lhe o coração. Cessa o choro. O bispo prossegue com o
ritual enquanto o padre continua com a água, logo consegue atingir o pai de
Jaqueline, no qual também lhe atira o sal, acalmando-o como a filha. Logo o
tomam e fecham-lhe no outro caixão. Neste instante, o bispo conclui o exorcismo
e moloch desaparece da vista deles com a criança inerte em seus braços.
04h17min. Chove torrencialmente.
emanas depois um jovem à semelhança
de um mendigo chega à delegacia de polícia na capital, e diz estar à procura
por Hugo. João, dissera ele, que ainda aos 15 antes de casar-se houvera de ter
uma namorada, de nome Elisa, com quem tivera uma filha cujo nome é
desconhecido, ao crescer, a moça fez
amizade com uma mulher de nome Lúcia a
qual se apaixonou por João e este por ela. A filha de João acomete-se a uma
doença que veio para levá-la: um caso nunca visto de esclerose lateral amiotrófica,
em três anos, morta ficou a moça. Nada tendo a tratar com a vida, sua mãe Elisa
parte para o estrangeiro e nunca mais retorna ao Brasil. Logo uma fração de
tempo se passou e Lúcia casa-se com João, onde começa a nossa história. Nisso,
um policial chama o setor de psiquiatria para onde levam o mendigo, lá, repete
a mesma história e trava uma batalha contra seu instinto de sair correndo dali e
pôr-se a procurar seu irmão. Tomaram-no e levaram-no para a cantina onde comeu
um sanduíche. Levaram-no ao banheiro onde lhe providenciaram um banho. Depois
entrou numa Veraneio e conduziram-no a sua casa. Chegando ao local, nada a ver.
Pensou Mateus que seu irmão estivera-se em casa paroquial, por ser amigo do
padre daquele local. Acerta sua
imaginação e ao ver Hugo, corre para abraçá-lo. Hugo a emocionar por rever
aquele que estava perdido, dissera que sua irmã fora possuída por moloch, sendo
assim não a vira mais após aquele dia. Nesse momento Mateus cai em si e
compreende o que houve. Um filme passa em sua mente: conhece a Jaqueline, ela o
leva pra cama. Do bagageiro do Monza para o ribeirão Arruda, onde um andarilho
a encontrar e a levar para seu barraco há passar aquele tempo todo naquele
lugar. Consequentemente, aquele que encontraram foi embora perdido e agora não
mais estava. Enquanto isso, moloch trama seu novo ataque a fim de levar Hugo e
Mateus para o inferno. No Veraneio da polícia entram cidade adentro, e ao sair,
passando pela ponte no alto do Paraopeba, uma carreta a rachar com outra
carreta tira o Veraneio da pista que logo cai às margens do rio. Num instante
da providência não sofrem nenhum ferimento grave. Pelo rádio o policial pede
reforço, e horas depois cantam pneus uma D-20 e dois Fuscas na ponte. 18h07min.
O sol se pôs mais cedo naquele dia. A noite escureceu-se sobre a cabeça deles
que ninguém enxergava um palmo à frente sua. As nuvens se dispersaram, mas
nenhuma estrela brilhara nas abóbodas celestes. A lua não subiu ao seu trono.
Luzes somente dos vagalumes e uns poucos aviões a cruzar o céu levando pessoas
alheias ao fim que estivera a chegar.
Numa encosta
próxima à capital, havia uma capela do tempo da colônia, já em ruínas, de difícil
acesso. Para lá foram eles, isso por que Mateus conhecia o lugar, havia sido lá uma noite com Jaqueline, e ao
chegarem um cheiro forte de carne podre emanava dali. Ouvindo relinchar de
cavalos, os policiais correram à cidade a trazer o padre, logo chegou um
cavaleiro: seu cavalo era cinza com olhos cor de fogo. Sua armadura era negra
como a noite e no seu escudo uma cruz ao contrário se via. Chegou outro
cavaleiro, depois o terceiro e por fim o quarto. A excetuar o primeiro cavalo,
os outros tinham os olhos da cor da morte. O segundo trazia uma foice, o
terceiro uma espada e o quarto uma lança, arco e flechas que emanavam o cheiro
de carne podre. Eles pararam em forma de combate. Um minuto de silêncio mortal.
Um estrondo põe se a ouvir, e estremece a terra. Eis que aparece moloch
montando num dragão cor da morte, de olhos a sair chamas, e nas cabeças do
dragão houvera nomes blasfemos. Junto com moloch estava Irene, grávida, pronta
para dar a luz. Moloch chama o cavaleiro da morte que põe Irene sobre um altar
de pedra, este empunha a espada sobre o ventre da moça, e Mateus corre a
socorrer, quando o cavaleiro da guerra lança lhe para longe com um golpe. A
aparência de moloch pode ser vista quando desceu do dragão, animal que se
deitou como a descansar. Irene dá a luz ao filho de moloch que manda o
cavaleiro cravar-lhe a espada. O demônio então se aproxima de Irene, abrem-lhe
as pernas, seu pênis transforma-se numa adaga, a qual crava transpassando o
ventre da moça que solta um grito de dor e entrega-se a morte, que põe o seu
corpo sobre o cavalo e o conduz ao seu reino junto com o cavaleiro da peste.
Quando depois disso, o cavaleiro da guerra toma o corpo do filho de moloch, que
a seu mando conduz a um abismo.
Naquela noite a
Terra se encheu de escuridão. Na capela apenas as luzes das lanternas dos
policiais. Logo esse feche de luz ampliou-se misteriosamente enquanto moloch
vestia a armadura da perdição; sua cabeça fora como de um bode, seus caninos
saiam-lhe pela boca como sabre; seus chifres podiam ser contados: eram quatro;
na sua mão esquerda uma espada que ardia em chamas, na sua destra, uma
corrente. Em cada dedo, garras, dedo espichados e lisos. No seu ventre a adaga
banhada em sangue. Suas pernas eram esquias extremamente estreitas e altamente cobertas
de pelos. Seus olhos não tinham cor e sua voz ecoava como um brado agonizante.
Tivera ele em altura cerca de 2 metros. Ao verem-no, os policiais foram ao chão
como mortos. Neste instante a luz que brilhava interrompeu sua luminescência e
as portas da capela abriram-se lentamente. Eis que uma Mulher, num longo
vestido branco entra e põe-se no centro da igreja, tendo em seus braços uma cruz,
a qual bateu por três vezes ao chão, quando se abriu uma fenda que dava para o
reino da morte onde o cavaleiro da perdição entrou e ficou a espreita. A Mulher
pelejava contra moloch, tendo em vista lança-lo ao precipício. Moloch por sua
vez, em toda a sua fúria lutava contra a Mulher golpeando-lhe com a espada do
pecado. Num golpe que seria fatal, acederam-se milagrosamente as velas da
igreja, e no altar entre seis dessas velas houvera uma cruz que a passou a
brilhar, e no seu brilho refletiu na cruz a qual a Mulher trazia em seus
braços, Ela lança-a sobre a fronte de moloch o qual se debruça sobre a fenda do
abismo que fecha instantaneamente. 03h07min.
ugo escrevera num diário algum
tempo depois: “ A morte sucumbiu? Qual o significado das coisas? Por que elas
significam o que significam? A partir da minha experiência, eu poderia dizer
que há seres humanos que não vivem plenamente? Intensamente pautado em emoção
ou na razão? Como posso eu, apontar caminhos para o outro trilhar? Isso é
relativismo? Ou é busca por viver? O que é então a vida? Postar status no whatsapp?
Ou simplesmente Adorar?(levando em consideração que sou cristão católico
praticante, e medievalista errante) Para que tudo isso? Por que escrevo isso?
Para que existe o universo? Para que existira logo eu? O universo existe na
minha mente, ou ele é fato, ou está apenas no pensamento divino? Que nada! Tudo
existe e eu também existo. Por quê? Como sei disso? Porque alguém me disse?
Não! Porque eu fui gerado. Só pode existir quem for gerado. O universo então
existe, porém, não é pessoa como os humanos. Agora, os objetos não têm existência
em si mesmos, eles existem na mente humana, a qual os factualiza. Contudo, eu
existo! Deus existe!!! Um dia descobrirei para que, mesmo que este dia seja
quando O ver. E por que Ele me deixaria vê-Lo? Por que alguns humanos parecem
viver? E outros parecem vegetar? Por que a guerra? ‘Não matarás’, é o que diz
Ele. E eu, de fato existo ou é invenção da minha mente? Por que aquele dia
alguém me mostrou que existe vida? Eu a vivo? Ei de ver tal pessoa outra vez?
Ah! Como é bom viver! O que é viver senão estar vivo? Ou estou enganado a respeito
de mim mesmo? Só queria que falassem menos sobre as mesmas coisas. Apesar de
que falam o que querem, e eu as falo. Não quero escrever textos belos, só quero
escrever o que eu quero escrever, o que manda minha vontade. Por que eu os vejo
com vontade de vestir-me como eles, de parecer com eles? Por que falo tudo
isso? Para que servem as palavras? Se for imperfeito, por que existir?
Portanto, qual é a saída para a existência?”