quinta-feira, 20 de abril de 2017

Poema - Sonhos de uma noite de Outono

Sonhos de uma noite de Outono




















Jéssica, teu sorriso inefável
Enaltece a vida
Que a próxima estação venha
E não se despeça tão cedo.

Que o Sol
Que aquece o nosso coração
Descanse tua luz
Amanhã no Japão
Pois ainda temos o mundo
Para conquistar.

Jéssica, teu esplêndido cabelo encaracolado
É poesia escrita ao vento
É verbo e substantivo
Concreto e abstrato!

Não derrame qualquer lágrima
Se não for pra valer à pena
No aprendizado da vida!
Não confias em qualquer amor
Se não for pra sentir nele
Uma paixão junto com a verdade do que sentes.
E não se desespere
Mas tenha fé.

Folhas que se deitam ao chão
Pensamentos mornos, frios, e pouco turbulentos
Que vai mudança a estação, a vida: porvir...
De quando tu passas por aqui
Deixam-nos a essência
Dispersa em alegria
E longe da infelicidade
Memorável és tua identidade.

Antes que a noite venha
E faça sentido em teu coração
Lembre-se dos sonhos...
E não se esqueça sempre de visitar
O lugar onde eles nascem!!


(Carlos André)

domingo, 2 de abril de 2017

Conto - A Casa mal assombrada

Conto

A Casa mal assombrada















Certa vez, por aquelas redondezas de paisagens tão exuberantes, existia um casal de anciãos, de coração humilde e benevolente.

Ambos, tanto o senhor Amadeus e a senhora Ifigênia, hospedaram em tua casa naquele dia, viajantes que por aquele caminho passavam, e sendo que a estalagem ficava na cidade Distante, e que pelo nome já diz: se encontrava muito distante dali.

Naquela manhã, do dia 31 de outubro, pouco convencional esta data, e tendo chovido na manhã anterior, um casal de jovens namorados, Heitor e Laura, que estavam fazendo trilha, e podemos imaginar o quanto eram o estado em que se encontravam. Decidiram bater na porta daquela humilde casa. Quem primeiro perguntou foi Heitor:

- Bom dia! Vocês sabem nos informar onde podemos encontrar um alojamento? Estamos cansados, e não temos nenhuma noção para onde ir!

- E a nossa água acabou no meio do caminho!

Interveio Laura, disposta a ajudar teu namorado a convencer o senhor Amadeus a lhes ajudar.

Amadeus decidiu:

- Entrem! Vocês podem se hospedar aqui em nossa casa.

Dona Ifigênia, aproximou-se porta, colocou uma das mãos ao ombro do esposo, e logo, sem analisar-lhes, exclamou:

- Sejam bem-vindos! Por favor, acomodem-se!

Eles entraram, sentaram na cadeira, em frente da mesa retangular de madeira de angico; tomaram água, beberam café bem quente, falaram um pouco de suas vidas, jogaram baralho, tomaram um bom banho, refrescaram a alma. Almoçaram ao meio dia, descansaram no quarto que o casal dispôs.

Levantaram, saíram para passear na chácara, e ao entardecer, jantaram, beberam vinho da jarra, narraram casos fictícios e reais. Uma dessas historias, fora contada por Ifigênia, com extrema lucidez:

- Vocês sabiam que há muito tempo, há quase duzentos anos, esta região era comandada por feitores encarregados pela Coroa Portuguesa, de vigiar os escravos no árduo trabalho de construir a ponte do Martírio – disse Ifigênia.

- Passamos por esta ponte antes pegarmos a trilha – disse Heitor.

- Pois é! A história desta ponte é uma das mais faladas aqui na região. Sendo que, na construção dela, morreram muitos escravos. Alguns que caíam lá do alto, outros que eram esmagados por pedras -; comentou Amadeus.

- E os escravos que morreram na construção, dizem que estão por aí, a perambular nos arredores da ponte. Assustando moradores.... e...

- É melhor pararmos por aqui. Estou cansada amor! Desculpem-nos. Disse Laura, um tanto assustada.

- Os senhores nos desculpem! A Laura, diferente de mim, não gosta de ouvir historias de suspense.

- Disponham! E não se incomodem - sentenciou Ifigênia e Amadeus respectivamente.

E Laura e Heitor, foram para cama descansar do intenso dia que tiveram. Dormiram um sono profundo, de tanto profundo, deu por parecer que dormiram por cem anos, mas enfim, acordaram na manhã seguinte, agradeceram e despediram do casal. Quando chegaram na cidade Distante, comentaram para alguns sobre aquele casal. Um deles disse:

- Estranho! Ali não morava ninguém. Faz mais de cem anos, que morava naquela casa, um casal de senhores, mas eles já morreram.

Laura empalideceu, mas se conteve firme. Já Heitor, ficou trêmulo, sem dizer uma só palavra, pois palavra não havia pra ser dito.


(Carlos André) 

Poema - Memórias de um Vale

Memórias de um Vale











Memórias de um rio que tecem margens
Nascentes de um rio que invade a lembrança
Ainda fria na argila das mãos
Que modelam a escultura
A arte do artesanato
O futuro daquela família
E o teu pão de cada dia.

Rios que desembocam em cachoeiras
Vai desenhando as areias por este gigante vale
E logo, surgem serras e picos
Uma nova geologia
Na face da mãe natureza.

Lembro da face da criança que com fome
Contentara-se com um pedaço de chocolate na boca.
E observara atentamente
A chuva que demorou seis meses a cair.

Triste inocência desta criança
Que ainda não sabe o que espera tua geração.

Enquanto isso, homens e mulheres vão à luta!
Subtrai o cansaço
E aumenta ainda mais a vitalidade
Quando se trata de sonhos
Para este Vale
Que é Jequitinhonha... oh, meu Jequi!


(Carlos André)