sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Análise da peça musical “Les Misérables”





























Assisti ao espetáculo musical da adaptação da obra “Les Misérables” (Os Miseráveis) de Victor Hugo, no Teatro Santa Izabel (Diamantina), que foi organizado divinamente pelo Coral Universitário e o pianista Fred, entre tantos outros envolvidos, que saí do musical estonteante e fazendo logo as semelhanças de injustiças que vivemos no nosso cenário, tendo como espelho o cenário parisiense do século XIX.  

Não são somente as mazelas sociais que analiso, pois naquela época, a situação trabalhista era degradante, muito mais, embora hoje ainda tenhamos “escravizações” silenciadas. Há também a análise de hierarquia, que foi derrubada uma parte considerável, depois da Revolução Francesa.

Suponho que cada um, principalmente aqueles leitores típicos victor hugorianos, saíram da peça identificando-se com algum dos personagens. A cada ato do musical, personagens que foram interpretados pela maioria do Coral Universitário, onde houvera uma forte interação musical e sem olvidar o lado sentimental, que coloria o semblante dos personagens centrais da obra, e os coadjuvantes.

 No ápice de cada cena, seja na morte de Fantine e na morte heroica de Eponina que se colocou na frente de Marius para levar o tiro em seu lugar, este lado melodramático, que por natureza a maioria das peças desse grande clássico de Victor Hugo, seja ela em canto ou encenada, possui.

São tantos personagens, mas destacarei os principais: além da forte característica marcante do personagem Jean Valjean (vivido pelo Leandro), gostei muito de uma das cenas finais, entre Marius (vivido por Luís Mafra) e Cosette adulta (vivida pela Maria Tereza). Tanto na obra quanto na peça musical, percebemos que o amor puro e inocente, pode mudar a ordem dos fatores, ou pelo menos, desorganizar o sistema que foi imposto contra a ordem do povo. Não é utópico ainda hoje declamar: liberté, égalité et fraternitè.

(Carlos André)

Estrada com Cipreste e Estrela


















Cipreste desenhado num canto da estrada
Onde a certeza encontra a incerteza
O imenso pecado ante a santidade episcopal.

Não nos esqueçamos da Estrela
De uma jornada intensa
Marcada em nossos corpos.

Onde está aquela pintura de Van Gogh?
Para onde foram os nossos filhos?
Para onde iremos depois da curva final?


(Carlos André)

Flores de cabeça pra baixo















Se o mundo não desse tantas voltas
Em seu perfeito plano de rotação
Será que mudaríamos sem perceber
Que o mundo continua girando
No seu próprio eixo
E estamos confinados dentro dele?

Se o mundo parasse de girar
E a gravidade deixasse de existir
Será que perceberíamos sem se notar
Que somos meros seres flutuantes
Ao redor da concepção?

Por dentro de mim há um ser que emana
Fantasia, realidade, nostalgia
E algo além de um Planeta Terra.

Espero que você saiba
Que o plano de translação irá demorar!!

(Carlos André)

Seleção Natural


Selecionem as melhores flores
Os melhores livros
As melhorias companhias
Dos piores amigos das melhores compaixões
Os melhores amores das melhores conquistas
Os piores desastres das melhores criações.
Mas não se esqueça
De que a primavera
Tem fim, início e meio!!

(Carlos André)

DEPOIS DA TEMPESTADE













Maktub...

Durante o período intenso de chuva, o clima naquelas redondezas amenizou-se e houve a estiagem. Tempos de colheita do vinhedo. Dos campos de trigo. Fartura de vinho e pão na mesa.

De uma simples lembrança deixada pela chuva, no chão formou-se um espelho d’água, onde os reflexos puderam ser enxergados.

Dentro dos reflexos, daqueles corpos até então, frios de amor e segredo, ocorreu um diálogo também intenso, no entanto, nada frio:

- Catarina, quando iremos nos casar?
- Ferdinan, ainda não estou preparada!
- E quando é que você estará preparada?
- Estamos juntos há pouco tempo, e sei que o casamento é importante na vida de um casal; um matrimônio sagrado, mas no momento é cedo demais para casarmos.
- Você me ama (de VERDADE)?
- Sim, Ferdinan! Eu te amo tanto, porém, esse amor não pode ser medido num casamento prematuro. Preciso tirar o meu salto alto, para sentir em que chão estou pisando, em que sociedade estou vivendo. Tire o peso dos seus sapatos também.
- Tudo bem, estou tirando... pronto!
- Me diz o que você sente quando está de pés descalços?
- Eu sinto um alívio junto do ar fresco da natureza, mesmo sem ter a comodidade e a proteção dos sapatos.
- Também é isso que eu sinto quando tiro o meu salto alto.
- Olhe Catarina: o nosso reflexo no poço d’água da chuva. Bem diferente do que estamos acostumados ao olhar pelo espelho.
- De fato, Ferdinan! E se este espelho não estiver trincado, veremos a nossa imagem perfeita projetada para o lado de fora.
- E o espelho d’água?
- Neste vemos a nossa imagem projetada com ondulações. Pois é bem provável que alguma neblina caiu neste espelho d’água. Ou quem sabe, algum ser de outro planeta pousou por um breve instante na película dessa água que um dia a pulamos, e hoje, estamos nos vendo. Momentos para o futuro.
- Catarina, e os nossos beijos e abraços, também serão lembrados no futuro?
- Bem prováveis que sim, Ferdinan! Isso se os nossos filhos forem o reflexo das lembranças não tardias do espelho d’água. 
- Catarina, eu acostumei desde a fase mais tenra, a ver o pôr-do-sol em cima dos montes.
- E é tão harmonioso senti isso de você. Agora você me entende, não é, Ferdinan? Perseverarmos.
- Sim, perseveremos. Maktub...
- Maktub!!

(Carlos André)

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Balé: um passo para o êxtase





















No palco, a vida ganha mais um brilho
Eleva a nossa imaginação a outro patamar
De sonho e fantasia misturada a dança do corpo
Na leveza de profundidade dos pés.

No palco, a vida ganha mais um pouco de rodopio
Giramos ao redor do centro de nós mesmos
E quando paramos, somos surpreendidos
Pela força magnânima: do tempo!!

(Carlos André)

Marilyn e o seu lado Literário





   

            
O que mais me encanta em Marilyn, não é só a beleza e nem tampouco o símbolo sexual que através da mídia manipuladora ela se tornou, mas eu encontro o que para mim é o mais substancial: o lado LITERÁRIO de sua biografia.

                Há um divisor de águas quando ela se torna na frente das câmeras a Marilyn Monroe, mas há também um lado Norma Jeane: o lado mais original e fantasioso de sua doçura com o seu passado e presente. Confesso que o fotógrafo Milton Green, conseguiu captar esse sentimento da Marilyn Monroe sendo Norma Jeane em suas fotos!!

(Carlos André)

SETEMBRO/2018














              
Setembro... Settembre... Septembre... Septiembre...
As mudanças das quatro estações
Seja bem-vindo à primavera!!

(Carlos André)