segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Poema - Flores de Outono

Venhas viver o que há pra ser vivido neste momento. Se liberte de tudo que lhe faz mal. Venhas sentir o que há pra ser sentido, a cada momento. Eis o poema...


Flores de Outono












Sei que é difícil lhe explicar
Mas por aqui o tempo passou.
As cores mudaram
Já sinto o barulho do vento.
Pois o tempo já não é mais o mesmo
As estações mudaram.
E as folhas caíram pelo chão.

Vou sair....
Conhecer outras paisagens!
Respirar outros ares!
Sentir o silêncio e ao mesmo tempo o barulho da natureza
Contrapondo com o barulho dos carros e das fábricas.

Porém, perceba, que agora
Possamos nos ouvir bem melhor.
Celebrar Eros e Perséfone!
Cronos e Hermes!
Recitar versos nas regiões campestres
Onde possa haver flores: lírios, girassóis, e ipês!
Que tudo isso renove a nossa alma
O nosso corpo
E fortaleça o nosso espírito.

Meu coração é tão difícil de lhe explicar.
Mas tento, e não desisto.
Sei que sou bucólico tantas vezes por me declarar.

E quando vieres
Perceberemos que “podemos” ser FELIZES
Diferente de como nos sentíamos!
E bem sei que quando as flores de outono deitam ao chão
É porque uma nova estação está por vir!


(Carlos André)

Poema - Ata-me!

Ata-me!
Desate-me em desatino.
Reate-me minha memória com minha eterna lembrança
A má lembrança joga-as fora.
Não quero que este amor me acorrente em destinos
Desatar nós...
Meu corpo ao teu
Em teu domínio minha bruta flor do querer.
Meu encanto, desencanto, puro engano
Esta saliva...
Minha doce saliva
Em teu corpo salgado
Meu costume doentio prazer não mais doentio
Tua fome, minha sede, que sacio neste momento
A ideia...
Tua ideia, vossa ideia
Minha tese de doutorado
A vosmecê que me chamas:
-Venhas pra perto de mim!
O tudo, nonada...
Um nada que diz tudo
O tudo que não diz nada.
A parte que me aquece
A outra metade me devora.
Um líquido branco que resume a obra-prima:
O esperma que escorre em câmera lenta
Dentro da vagina
Enquanto os personagens da vida real
Fazem amor na cama
Demonstram todo o desejo carnal que flui pelo corpo!
Em certos sentidos, há certas verossimilhanças
Do opaco a gravidade do corpo
Da maçã que despenca da macieira
Ao que se explica a supremacia das borboletas
No que se aplica não é exatamente o que se explica
Freud a Carl Jung.
Certas mulheres com aspecto de histeria
Certos homens que não sabem decorar teu jardim
Arrancar uma flor do jardim
E levar para tua amada
Para que ela decore teus dias, tua alma
Nas cores azuis, brancas e vermelhas
O sol desenhado com o giz
Que não apaga quando vem a chuva
Vou-me lembrar de minha infância
Da minha terna infância, dos teus olhos!
O segredo entre eles
O simples e singelo gostar de quem gosta
Nunca vou esquecer-me de ti.
Embora não se perceba tanto...
A monotonia da vida vai criando labirintos
Os dias estão a passar rápido
As flores não são mais as mesmas de tempos atrás
Nem o batom...
O charuto no cinzeiro
Nem os orgasmos são mais os mesmos
Talvez nem a cor do sutiã e do sapato.
Já os lábios são os mesmos.
As palavras também não são mais as mesmas
Há quadros antiquados na parede
Um frio que nunca se sentira
Uma xícara e um pires, o café na mesa
E uma máquina de escrever que nunca foi usada
O barulho...
Dedos que batem nas teclas e ativam ideias
E surgem palavras
Momentos...
Desatem as coincidências
Ata-me a ti.
A mulher com o destino traçado
Coincidência ou não
O encontro marcado, entre ambos
Quero lhe encontrar...
O calor que há entre dois corpos
Como uma paixão que começa a crescer e não tem fim
Este amor que nunca cansa de existir
Eu dentro de ti
Para sempre...



(Carlos André)








Poema - Mulheres à beira de um ataque de nervos!

Mulheres à beira de um ataque de nervos!











Era só uma pintura... mas foi se tornando real.
Imaginei as mulheres de Picasso
E escrevi na máquina de escrever a nossa historia.
Te desenhei e tracei pra ti o infinito
Como se fosse possível poupar as feridas da vida
Te inventei...
E você começava a crescer em minha imaginação
Feito um desejo que não soube como explicar
E você também não me explicou.

Primeiro foram os rabiscos de pincel.
Depois disso, lhe adaptei com tintas de cores diversas
E ao óleo de linhaça.
Mas você não me disse que não queria
E mesmo assim, ficou.

Me manchei com o teu batom vermelho
E nos quadros de Van Gogh e Modigliani
Era eu ali, tentando te consertar e convencer
Mas confesso que aprendi com você também.

E pela manhã, quando estávamos dormindo...
Você foi ao banheiro...
Lavou o rosto...
Se despiu...
E fugiu com as outras pinturas.
Sem deixar escrito em nenhuma carta
Para aonde iria.


(Carlos André)

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Poema erótico - A Odisséia

A Odisséia












Suga-me!
Suga minha vagina, Ulisses!
Engula o gozo doce e amargo de minha boceta!
Me deixe excitada
Visto que já estou.
Me deixe trêmula entre as pernas.
Confio em ti!
- Também confio em ti, Penélope!

Me fale sobre Epicuro
Se Nietzsche amou Salomé!
Me fale sobre a lei de atração dos astros
Enquanto você me penetras!
Sinto a filosofia fazendo sentido em meu ser.

De fato, Plutão beija os lábios de Júpiter.
O tempo está nublado
Está tão frio aqui:
- Será que vai chover?
- Não se preocupe! Relaxe...
Deixemos a tempestade de lá fora passar
Esqueçamos os problemas
Nos concentremos aqui dentro, de nós!

Penélope e Ulisses se unem
Entrelaçam no fogo da paixão.
Enquanto tudo acontece
Há uma discussão dos deuses no Monte do Olimpo
Eles se perguntam:
- Quem inventou o amor, Eros ou Afrodite?

O nosso se contraem
E nos atraímos pelo olhar
E sonhamos acordado quando vamos pra cama!
Dormimos lado a lado e sonhamos!
Feito dois pássaros vindos de uma intensa jornada!
Será que eu existo só quando penso
Ou penso para não deixar de existir?!


(Carlos André)

Poema - A Rosa do povo

A Rosa do povo







































O perfume das flores exala ao longe
Amanheceram no meu jardim
Teus girassóis, nossas conversas de agora à tarde.

Já sabes que amanhã bem cedo penso em ti
Procuro o porquê e além daquilo
Algo sobre mim
As flores não cantam suas dores
Algumas flores se emocionam com certa facilidade
Eu, no vagão do trem, estou a pensar sobre o passado.

Tantas vitórias como também perdas inevitáveis
Da dor da perda
A clarividência do que somos Amanda!
Estes meros atuantes no palco da vida
Algum acontecimento naquela cena
Alguma ação que modificou toda a historia
Feito dados lançados ao chão
O destino pode ter um papel crucial
Quando as cortinas se abrem!

Vosso parecer me lembra dum certo dia
Onde aproveitei mais as pessoas que me fizeram feliz.
Onde aproveitei os mínimos detalhes antes não percebidos
Onde aproveitei mais a paisagem ao redor de mim
Vendo os navios ao cais
Quase prontos para navegar neste mar imenso!

Navegar na vida, se a vida fosse inteira a navegar
Navego em ti a espera de me encontrar
No primeiro encontro
Recito versos no recinto do meu viver.
Coisas que o coração da gente não finge, mas sente.

Às vezes diz horrores
Mas ele sabe quando é que precisamos de um momento de calma...
De um afago
E sentir alguma flor que possa está vivo em meus sonhos
E lembro-me daquelas rosas que esperam alguém passar
E dizer algo que as encante!
Cativa-las – a rosa na redoma de vidro –
Ele a protege do frio, de uma jorrada de vento
Da dor...
Do batom destilei a tinta dos teus lábios, e com um lápis
Modelei teu corpo!

O desenho do corpo e a rosa vermelha...
Púrpura, purpurina.
Sinto-te tão distante naquilo que o meu coração
Tem a me dizer!
Aproveito as horas, tudo que não venha a ser contínuo
Com uma tremenda intensidade que a noção do tempo adquiri
Durante estes nossos momentos vividos.

Sinto-te muitas vezes tão perto
Que o coração já fica desperto
De qualquer ameaça ao inesperado.
Se viés à tarde
Saibas que desde cedo já estarei esperando.
Meu coração palpita a inocência e a maturidade.

Quando gosto vivo um sentimento por inteiro
Sois como um Sol
Sou a inteira explicação dos átomos
Mas que átomos têm os tipos de flores?
Quais flores podem enfeitar os átomos?

Homens que pensam...
Mulheres revolucionárias de ideais
Mulheres feministas por uma causa maior
Que vão até as ruas, protesta por seus direitos
Vestem com roupas que demonstram tua ideologia
A sede de luta de todas as rosas
Esta rosa pela qual escrevo e dedico minhas saudosas lembranças!

Lábios que falam mais alto
Que gritam, esbravejam, silencio...
Lábios que falam de outros lábios
Outras línguas que se encontram, beijam-se.
Entre outras bocas e a saliva.
Dois personagens...
E a última noite de amor “caliente” feito na cama.

Agora observo a rosa colocada a pouco no jarro d’água
Como elas exprimem sua delicadeza: o caule submerso.
Pétalas vivas, orquídeas em um canto da sala.
No quarto as promessas, os nossos segredos em alguns instantes.
Olhos que se veem no espelho da alma nua
Que contam os segundos antes que chegue o acaso
Quando as cortinas se abrem no espetáculo da vida...
O corpo nu que se levanta da cama
Lava o rosto, enxuga o rosto com a toalha
Acorda pra vida.
Toma um bom e relaxante banho
Depois toma uma xícara de café bem quente
Olha os recados deixados na secretária eletrônica.
Ler as últimas cartas que recebestes nos últimos meses
Em nome de todas as camélias que ornamenta a varanda
Um bom disco na sala de estar
Faz-me lembrar dela, daquelas tardes inesquecíveis.
Em nome de todo amor que houver nesta vida, Amanda!
Então vem e me diz, qual é o nome da rosa?
A mulher que colocara a rosa no jarro
É a mesma mulher que levantou, acordou pra vida.
Toca a campainha e o coração desata:
- Quem poderá ser?

Certas canções que escuto ficam na alma
No piano de um bar ouço um refrão de bolero
Danço um tango e sou mais feliz do que muito era antes!

Românticos com causa e efeito de serem românticos
Amar este claro modesto enigma
Somos românticos com causa e consequência de sermos.
 
É só o amor...
O amor diz tudo e ao mesmo tempo
Faz-nos dispersos pelo mundo inteiro
O amor não alimenta maldade
É recíproco e inevitável
E se não for naquele clima
Não é amor.

Uma rosa deixada em cima do piano
Tantas palavras que precisavam ser ditas
E foram ditas, proclamadas!
O poeta em frente a tua musa
Comparado a uma modelo diante das câmeras, o “flasch” e o brilho...
Uma pintura como daquelas de Leonardo da Vinci e Pablo Picasso
Uma clássica pintura da arte-máxima!


(Carlos André)

Poema erótico - Universo Estrelar

Universo Estrelar








Há uma diferença entre prazer e desejo
E poucos percebem isso...
Este planeta habitável alguns chamam de vagina
Outros preferem outro nome menos científico.
Então digo diretamente a você que nunca fez isso
Se deixe conhecer...
Desvende tua vagina
Este Universo sagrado
Que há em ti!

Mistérios escondidos, e haverá que...
Nos lábios externos da vagina
Algum microplaneta que os telescópios possam detectar.
Já seria um grande feito histórico
Para tua felicidade
E teu prazer descomunal.

Nos lábios internos é onde já és úmido
Local que a carne e o verbo não se deturpa
Nasce o gozo...
O líquido hialino que flui como um lençol freático
Quando tu estás molhada e tão excitada por baixo
Que chega a delirar em êxtase!

Descobre novos planetas
E entre tantos planetas há os que já existiam antes.
O principal planeta desse sistema: é o clitóris!
Que se estende quando o dedo é esfregado
Alisando suavemente, depois aumenta a velocidade
Sensação gostosa que sente.
- Mas vamos com calma, amor!
Ainda há o Sol que não queima
Mas ilumina, aquecendo de intenso desejo
Na busca pelo ápice do prazer
E o nome do Planeta destino é o: Orgasmo!

E onde haverá o ponto de luz?
De onde viemos? Para onde vamos?
- Viemos da Via Láctea!
Algo que se aplica a explosão do Big Bang
Ao gozo do cosmo
E o nascimento das estrelas!

(Carlos André)

Poema - Psicanálise

Psicanálise









Puta?
Isto é o que você pensa
E não o que eu penso!
Chamo-me Nikita
E você?
Perceba que aqui é proibido em se contradizer
Mas aqui não é proibido em fazer amor!
Se fosse, as ideias não viriam ao mundo
Não cresceriam...
Não teriam forma e cor!
Em formato de esperma escorrendo na vagina
Unindo ao óvulo. A vida!
E ao fazer amor...
Deixo o meu corpo transparecer
O imenso desejo que flui da minha buceta.
De fato, não vivemos uma ditadura contra o amor
Vivemos uma ditadura contra a democracia
E acredite: as ideias não morrem.


Suja?
Um pouco, pois hoje escorreguei na lama e cai.
Espatifei meu coração de vidro em estilhaços
Mas catei os cacos
E refiz um coração sereno e forte!
O que é a vida se não errar
E esperar que a perfeição venha logo depois.
Por esta honestidade
Limparei o meu salto alto antes de calçar
E verei o mundo diferente do que via antes
Quando eu estava contigo!


Louca?
Isso sim!
Louca no bom sentido de ser!
Pois não é você meu analista
Meu psicanalista!
Não é você que pagará minha conta, meu drink
Quando vou ao bar e lhe encontro!
Quando eu chegar em casa
Esfregarei minha xoxota
Nas páginas dos livros proibidos.
- Baby, desculpe!
Não tenho cinto de castidade.
Então, tomarei minha última taça antes de ir embora!


Eu não sou daquelas mulheres
Que aceita qualquer tipo de homem em suas vidas
Principalmente aqueles homens que chegam na mulher
Sem antes a perguntar:
- Tu és feliz?
E mulheres que ficam só por ficar
Ou para esquecer um amor do passado!
Desilusão que fulguras a solidão!
Dito tudo isso, sou uma mulher que pensa antes de agir.
Ao invés de agir e depois pensar no que fez.
Como toda e qualquer ação
Há também falhas e reações!


Sou mais louca quando estou de TPM
Naqueles dias de estresse
Colocar aquela tensão pra fora
E sinto vontade de urinar no chão do banheiro
E ver a água do chuveiro misturar com o meu xixi.
Parece tão filosófico isso, mas é biológico
Ao mesmo tempo em que nos faz pensar na ação.
Outras vezes quando estou de TPM
Sinto desejo de transar menstruada
E ver o pau daquela pessoa que eu amo
Lambuzado com o meu sangue!


Vadia?
Isso não!
Não sou vadia!
Ao entrar no banheiro me renovo.
A água do chuveiro que molha meu corpo
Não é a mesma que deixa minha vagina encharcada
Com teus úmidos versos!
Se houve alguma química entre a gente
Não foi por causa da quebra dos átomos de carbono
Ou da absorção dos átomos de oxigênio
Durante o intenso sexo que fizemos
Nem foi por causa de Lavoisier.
Foi por aquilo que o coração gosta de sentir
Quando estás gostando...
Quando estás perdidamente apaixonada.
Mas tudo acaba na mesma pergunta
Quando estou deitada no divã
Refletindo... voltando no tempo...
E o psicanalista me pergunta diretamente:
- Afinal, o que querem as mulheres?


(Carlos André)