Cores de Almodóvar,
de Frida Kahlo, cores!
Toca o telefone e é você
Se ao menos você me dissesse
Para onde os ventos vão quando partem?
Às vezes sou tão egoísta quando fico meditando sobre a
vida
E alguém me interrompe e pergunta “gentilmente” que horas
são.
O tempo de eu abaixar a cabeça e olhar pro meu relógio de
pulso pra saber as horas
É o tempo perdido em segundos da meditação.
Mas isso é como eu agradecesse mesmo
A pessoa que me perguntou que horas eram.
Isso me incita a entender, que as horas e o tempo são como
marido e mulher, ou um simples casal de jovens namorados
E os segundos são teus filhos brincando na varanda
E o tempo nos ensina.
O tempo e o filho são duas carnes e o mesmo sangue
correndo nas veias.
Saudo ao poeta libertino John Wilmont
Saudo ao deus Baco, ao vinho na taça que bebo
E saboreio teu aroma, teu sabor!
Às uvas apetecidas que quando colocadas na boca
Provocam um desejo carnal!
O erotismo é tão belo quando escrito com tamanho
sentimento.
Um casal na cama...
Por baixo, a vagina molhada, umedecendo a calcinha azul,
seja ela de qualquer cor!
Sensações penetráveis penetrantes
O pênis se unindo a vagina e lá dentro eles tramam um
diálogo intenso!
Teus seios aquecidos em meu peito.
A cor cinza, o batom dos teus lábios!
O preto e o branco do cenário!
Um casal na cama...
Dizendo ao final do ato
Amar um ao outro
Fazendo promessas
Dizendo loucuras diversas!
Às vezes quando me olhas sorrateiramente
Sinto-me como te entendesse de imediato
E procuro também olhar pra ti!
Às vezes me afasto não sei o porquê das pessoas que me
fazem feliz!
Afasto e procuro um canto ou um ombro onde eu possa
chorar e me aconchegar!
Aí você vem e me diz que é a vida e que não vai mais
demorar.
Mas aí eu lhe pergunto:
- O que realmente é a vida?
Toca o telefone e já me lembro da tua voz Sussurrando em
meu ouvido
Se ao menos tua voz me dissesse
Para onde vão os ventos quando partem?
Às vezes me perco, não sei se como vento, mas custo
encontrar a saída.
Penso em tantas coisas
Penso em você loucamente
Penso na última noite de amor que fizemos!
E não por qual motivo que penso na cor vermelha!
Pensei na união do vermelho, branco e o azul...
O verde tangendo o amarelo
E sinto a chuva lapidando os traços do sol desenhados na
calçada da eternidade
Como nas obras de Frida e nos filmes de Almodóvar!
Nos quadros de Van Gogh!
Como aquelas várias equações de física onde o importante
não é seguir um só método
O importante é achar a resposta certa independente dos
caminhos traçados.
A minha mente calcula o passo exato que devo dar
Para que eu chegue a um determinado ponto
Sem ao menos titubear e pisar na linha.
Repare que em mim há uma ideologia, um objetivo quando
penso!
Repare que gosto muito de sair por aí a caminhar...
Pensar sobre minha vida, olhar para o céu e admirar as
estrelas brilhantes!
Cada roupa que visto representa o meu pensamento do dia,
ou quase isso.
Cada cor que uso representa o que sinto!
Toca o telefone e é você!
Se ao menos você me dissesse
Para onde vão os ventos desta vez?!
(Autor: Carlos André)