quinta-feira, 30 de junho de 2016

Poema - Cores de Almodóvar, de Frida Kahlo, cores!

Cores de Almodóvar, de Frida Kahlo, cores!















Toca o telefone e é você
Se ao menos você me dissesse
Para onde os ventos vão quando partem?

Às vezes sou tão egoísta quando fico meditando sobre a vida
E alguém me interrompe e pergunta “gentilmente” que horas são.
O tempo de eu abaixar a cabeça e olhar pro meu relógio de pulso pra saber as horas
É o tempo perdido em segundos da meditação.
Mas isso é como eu agradecesse mesmo
A pessoa que me perguntou que horas eram.
Isso me incita a entender, que as horas e o tempo são como marido e mulher, ou um simples casal de jovens namorados
E os segundos são teus filhos brincando na varanda
E o tempo nos ensina.
O tempo e o filho são duas carnes e o mesmo sangue correndo nas veias.

Saudo ao poeta libertino John Wilmont
Saudo ao deus Baco, ao vinho na taça que bebo
E saboreio teu aroma, teu sabor!
Às uvas apetecidas que quando colocadas na boca
Provocam um desejo carnal!
O erotismo é tão belo quando escrito com tamanho sentimento.
Um casal na cama...
Por baixo, a vagina molhada, umedecendo a calcinha azul, seja ela de qualquer cor!
Sensações penetráveis penetrantes
O pênis se unindo a vagina e lá dentro eles tramam um diálogo intenso!
Teus seios aquecidos em meu peito.
A cor cinza, o batom dos teus lábios!
O preto e o branco do cenário!
Um casal na cama...
Dizendo ao final do ato
Amar um ao outro
Fazendo promessas
Dizendo loucuras diversas!

Às vezes quando me olhas sorrateiramente
Sinto-me como te entendesse de imediato
E procuro também olhar pra ti!

Às vezes me afasto não sei o porquê das pessoas que me fazem feliz!
Afasto e procuro um canto ou um ombro onde eu possa chorar e me aconchegar!
Aí você vem e me diz que é a vida e que não vai mais demorar.
Mas aí eu lhe pergunto:
- O que realmente é a vida?

Toca o telefone e já me lembro da tua voz Sussurrando em meu ouvido
Se ao menos tua voz me dissesse
Para onde vão os ventos quando partem?

Às vezes me perco, não sei se como vento, mas custo encontrar a saída.
Penso em tantas coisas
Penso em você loucamente
Penso na última noite de amor que fizemos!
E não por qual motivo que penso na cor vermelha!
Pensei na união do vermelho, branco e o azul...
O verde tangendo o amarelo
E sinto a chuva lapidando os traços do sol desenhados na calçada da eternidade
Como nas obras de Frida e nos filmes de Almodóvar!
Nos quadros de Van Gogh!
Como aquelas várias equações de física onde o importante não é seguir um só método
O importante é achar a resposta certa independente dos caminhos traçados.

A minha mente calcula o passo exato que devo dar
Para que eu chegue a um determinado ponto
Sem ao menos titubear e pisar na linha.
Repare que em mim há uma ideologia, um objetivo quando penso!
Repare que gosto muito de sair por aí a caminhar...
Pensar sobre minha vida, olhar para o céu e admirar as estrelas brilhantes!
Cada roupa que visto representa o meu pensamento do dia, ou quase isso.
Cada cor que uso representa o que sinto!

Toca o telefone e é você!
Se ao menos você me dissesse
Para onde vão os ventos desta vez?!


(Autor: Carlos André)

Poema - Os Amantes do Café Flore

Os Amantes do Café Flore

Quero lhe encontrar para falar sobre a vida...
Falar sobre Simone de Beauvoir
Falar sobre o futuro
As últimas apresentações no teatro
Os últimos filmes lançados no cinema
E estive sentado na poltrona do teatro
Eu era um entre os 320 espectadores
Eu era o mistério entre a esfinge e a próxima pergunta
Eu era a música de Mozart tocada com maestria no piano
A Nona Sinfonia de Beethoven
Eu era o mistério dos teus olhos
Entre a retina e o que teus olhos olhavam além
E o que eles veem?
Exatamente! Era eu o público e ao mesmo tempo o ator coadjuvante do espetáculo.


Ter-se tantos planos! Teríamos tantos planos?
Tenho tantos planos...
Quando tiver uma filha colocarei o nome de Sophie!
Algo que possa ser constante
Que me lembre de filosofia
Àquelas tardes onde o sol tangia os montes
E a alma expandia no morro dos ventos uivantes
Gosto quando sorris pra mim!
E penso muitas vezes nos livros de cabeceira
E a tua imagem em minha mente que não mente
Mas que diz a verdade.
Nos leves pingos de chuva que cai sobre o guarda-chuva.
Um casal indo de mãos dadas na rua
Caminhando com objetivos não tão distintos
Homens que abrem o guarda-chuva e ao mesmo tempo...
Abrem as páginas dos livros!


Amantes da livraria
Que se encontravam na livraria para conversarem
E no Café Flore para tomarem juntos, uma xícara de café!
Se esquentar do frio de lá fora
Para falar sobre a vida, esta nossa vida vivida
Em um dado momento da vida, há folhas caídas ao chão.
Isto quer dizer que o tempo está chegando
E tu me fizeste lembrar alguém de dez anos atrás.
Teus lábios, tua boca, teu verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo
Tua mesma mania de sempre.


Um bom lugar para discutirmos filosofia
Dissertar sobre Descarte, Paul Sartre, Voltaire
Fumar um charuto neste momento...
Voltar a dizer sobre a bela literatura de Violette
Prefiro nesse instante uma excelente garrafa de vinho!
Duas taças com tua boa companhia.
No bar, no restaurante ou no Café Flore
Sempre nesses lugares típicos
A vida parece ganhar uma tonalidade diferente
Quando ambos resolvemos falar de filosofia e literatura!


Quero lhe encontrar para falar...
Sobre meus desejos, tuas emoções, “pensamentos!”
Atitudes estas que desvelam o nosso sono, tenho sonhos!
Uma psicanálise profunda nestes nossos tempos.
Acredite, às vezes sinto tanta monotonia quando estou há contar os minutos e vejo que as horas demoram.
Certas conversas aliviam e confortam a alma de vez
Então, se apresse!
Temos um encontro marcado antes das sete
Necessito que venhas ao meu encontro.



(Carlos André)

Poema - Diário Proibido

Diário Proibido












Olá, muito prazer, este é o meu diário proibido
No qual escrevo em um dia intenso e frio
Só o calor do corpo que agora compete!
Esquenta o clima, clímax, clitóris e um simples toque: me toques!
O que escrevo deve ser lido com muita atenção
Perspicácia entre os sábios, amantes, aos que se amam de verdade.
Os bem-aventurados e os de coração selvagem.

A libido, o prazer da carne, na carne: o sexo.
Algo a mais...
Sinto agora, a ponta da tua língua
Por cima dos lábios carnudos de minha vagina
Indo além daquilo que realmente se traduz!
A louca busca pelo êxtase que desejo, desejamos.

E de tudo que sinto, sentimos: nutrimos este desejo De ideias que nos atraem, atraímo-nos.
Tua boca pronunciava verbos sagrados em minha “xoxota”
Sexo, poesia e algo a mais...
Lembro que a minha pele você lambia
O sentir-se parece mais do que profundo.

Intervalo entre carros
A saliva entre os cenários marcantes
Bocas petulantes que se retratam e que também são Literatura!
A gente se amando, tuas mãos em meu rosto
Tua mão apalpava a minha coxa
Minhas pernas remexiam-se
O amor que és gostoso e tão grandioso
E você chupava a minha boceta!

Meu mundo girava em torno do Sol
A deusa Vênus desejava boas vindas ao planeta Júpiter.
E o amor que parecia restrito crescia entre a gente (publicamente)
E esta minha mente publicava coisas que eu não imaginava que a JUVENTUDE e os ADULTOS pudessem COMPREENDER!
Fatos no silêncio como um cigarro aceso
E uma bela moça molhada esperando o ônibus passar!


(Carlos André)

Literatura erótica - Labirinto de Paixões

Labirinto de Paixões




















Venha com todo este amor
Pra perto de mim
Encoste tua cabeça em meu ombro
Desabe e desabafe feito um rio de emoções
Beije meu rosto e deslize em minha boca
Afague meus cabelos
Venhas e não tenhas pressa!

Venha e me pertença
Navegue em meu corpo
Meu corpo ao teu…
Percorra este labirinto, e me descubras – entre o cobertor -
Desamarre-me das correntes do passado.

O calor por baixo
Brusco suor do meu corpo descendo e parando em tua boca.
Bocas que se comprometem a sentir se é que só sentem
Sugando o sagrado néctar entre as pernas
Estas bocas, bem-me-queres, a saliva morna na vagina
O desejo na carne, e por dentro penetráveis labirintos.

O poeta e tua escrita significativa
A fala e a linguagem que nos chama
Palavras sagradas que escorrem como esperma na vagina
Frases descritas na expressão do rosto
O gozo prazeroso entre “nós”
A nós que nos velejamos
E o beijo tangendo a lâmina e a não cicatriz!

Não é só sexo
Mas é algo a mais, constante
Que faz me compreender
Esta nota grave tocada no piano
A minha consciência me traz onde eu havia parado
A ocorrência dos fatos
E agora a nota aguda
Sobreposta à nota grave.
Me faz crer na ideia
Junto a ti sou às vezes teu outono no inverno
Embora este calor é tudo que o corpo quer
Pois não é só música
Mas é de pura poesia isso que há em mim!

(Autor: Carlos André)


Literatura erótica - O Império dos Sentidos

O Império dos Sentidos



Mãos que deslizam feito plumas ao vento sobre o corpo
Esculturas vivas de Debret
Aquele beijo deixara uma eterna saudade dentro de mim.

O que prometemos a Prometeu?
Vás e pegue a tocha do Olimpo
Não deixe este fogo se apagar
E não se deixe queimar nas promessas de amor
Aturdidos no inverno
Direi-te o que penso
Aquilo o que sinto!

Esta cicatriz entrecortante que se desfez cicatriz
Coração que se cicatrizou:
-Amor, cuidado com os cacos de vidro no chão!

Por mais que você não me veja passando
Ou não repare na cor do meu cabelo
Por mais que você um dia estejas um pouco distante
Concluímos que somos feitos um para o outro
Pois meu corpo inteiro se arrepia
E meu coração bate mais rápido
Quando te vejo passar!

Aquele batom daquele dia foi tão especial...
Bem-aventurados são os românticos
Pois só eles amam com qualquer sentido e desejo!
Porque senão não teríamos amado
Não teríamos sido julgados
Sem ter cedido um pouco do nosso orgulho!

Bocas que mastigam letras
Que bebem frases
E sugam teu principal conteúdo.

Bocas que ensinam a amar
A se desejar...
Boca que lambe outra boca
Boca que lambe a vagina, teu clitóris.

Muito mais que de repente, a sensação invade!
E lá dentro, o que sentes?
O desejo carnal...
Este ensejo muito mais que desejo
Insistir em ficar aqui comigo.

Teu corpo procurava o meu
E se houvesse rima
Meu corpo rimava com o teu
Teu corpo por cima do meu
Meu corpo idealiza estrofes
Teu corpo se encaixava no meu
Penetração...
Estavas excitante durante longos momentos inesquecíveis
O gozo em alto nível
Tua respiração ofegante se cadenciava com a minha
E por fim, dormíamos.
Como quem a dizer para o outro:
-Valeu a pena a noite que passamos juntos!

O silêncio dos teus beijos salientava os meus
Onde agora a de está os Incas e os Astecas?
Dores de Frida
Kahlo, cores.
Não Kahlo para o gesto infeliz daquilo que não me condiz.
De repente...
Muito mais do que de repente
Uma fisgada dentro da vagina.

A vagina formiga de êxtase, agora fica quente e úmida
Quando estamos a sós
Eu e você olhamos atentamente
Para ver quem virá primeiro a falar.

Um anjo...
O arco, a flecha;
A flecha do anjo que atira o arco ao corpo
Arco que trespassa o corpo
Nobres insanos, onde foi que erramos?
O golpe certeiro do cupido.

Peles úmidas juntas
O sangue é quase o mesmo quando o nosso corpo se une
O suor que escorre delicadamente pelo corpo
Exaltemos as nossas glórias
Analisemos as nossas fraquezas
Bem que pudera-nos ater-nos:
-Deixe encostar meus lábios nos teus!

Bocas inquietas
Viscerais dessas inquietudes
Ela está parada olhando-o.
Ele olha pra ela.

Sem contar que nesses anos que se passaram
Revivi boas lembranças, tentar outra vez...
Atirar-me de vez nas probabilidades que vão surgindo.
Quem de nós dirá que estás a gostar
Ou algo mais forte contra qualquer dor?

Excites-me...
Recrie nisto novas regras
E não condenes o bem melhor
O esforço sobre-humano


A imprudência dos sonhos perdidos
Exata palavra que desata o sentido
O cheiro, o libido, o pênis penetrado na vagina, desatino!
A toalha molhada
O perfume magistral dos corpos
O estremecimento de leve do quadril
As mãos desenhando o corpo
Passando pelos seios, os últimos retoques.

A conquista de um Império
Não um império de cartas do barulho
Ou um império de cartas de amor amontoadas
Que escrevi pra ti hoje cedo.
Não foi só sexo, foi poesia entre corpos
E que, portanto, esse sentido se faça entre nós
Perfeito começo que parece que não tem mais fim...

Ainda sinto você em minha pele!


(Autor: Carlos André)

Poema - Marilyn Monroe

Marilyn Monroe












As linhas que a literatura nos reserva
É como o tempo que escorre nas inúmeras páginas de um livro!
Pois a vida passa tão depressa enquanto viramos a página:
-Outro romance, uma nova aventura?
Se bem que em algum momento
Já estivemos tão distantes
A ponto de não nos compreender.

Cadê o cenário, a câmera, o foco, as atrizes?
O diretor com sua marca registrada?
Cadê a semelhança na antítese?
O roteirista com aquele roteiro?
Onde anda Romeu e Julieta?

A maquiagem agora acabou!
Aos que não perceberam
Os aplausos tem um quê de filosofia com as mãos.
Sinto tua mão tocando meu rosto, afagando meu cabelo!
Esta cena é tão triste quando ele retém com o dedo
A lágrima que desceu no resto dela!
Retornando ao assunto da maquiagem, não deixe que a lágrima borre-a.
Gosto mais de rostos sem maquiagem
Rostos sem máscaras
Rostos sem falsidade, e com muitas verdades.
Não que os rostos com maquiagem não dizem verdades
A maioria diz, mas é só para efeito de comparação e sei que entendes!

Em quase todos os lugares que olho: quadros, revistas, estampas de camisetas, a Marilyn está lá!
Sorrindo...
Às vezes dando uma pausa em cada drink
Em cada porre que a vida dar
Às vezes pensativa... (lendo algo importante)
Às vezes chorando...
Às vezes amando...
Às vezes se amando mais...
Às vezes se olhando no espelho e vendo outra metade do lado de fora!

O botão que soltou da flor, os lábios da donzela no papel
Mulheres autênticas, os homens tentando conquistá-las
Tentando decifrar a flor, o rosto, o pensamento;
Os mistérios do meu coração...


Vejas o infinito...
Debruce sobre a flor e recite-me um verso!

Vejas como é tão lindo dizer: “Te Amo!”
Coisas que não omitimos
E para sempre quero estar contigo!

Preciso colocar uma vírgula na minha vida
Na constante velocidade que anda
Tenho medo dos pontos finais.

Sintas a LIBERDADE escrita com a caligrafia de tinta vermelha...
A camisa e o que nela está inscrito, um molde de cultura da massa
Mas sinto também, aqui, dentro de mim...
Que esta LIERDADE é AZUL
Este amor feito chocolate quando adere na boca
O doce da boca
O mel entre os lábios
Literatura “clássica”, pop e ultrainventiva.

O truque no virar da página.
E o que será que pensa cada mulher quando fecha o livro?


(Autor: Carlos André)

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Poema - De olhos fechados

De olhos fechados





De olhos fechados me encontro no escuro
Lembranças, daquela última tarde.
De olhos fechados consigo enxergar tua essência e verdade
Teu sorriso e um pouco de teu silêncio
Às vezes, torna-se necessário ver
Aquilo que o coração não consegue enxergar.
                   
De olhos fechados é quando me deito
Às vezes abro-os em plena madrugada
Pela retina vejo meu amor dormindo
Dou-lhe um beijo no rosto
Ela se contrai toda.

Levanto com insônia, caminho pela varanda
Vou até a cozinha e abro a geladeira
No tempo que não passou e o que vai passar
O amor é tão bonito
Como se das janelas da alma pudesse vê teu clarão!

De olhos fechados me pergunto:
- Afinal, onde estou indo?
Quando abro os olhos
Deparo com o um caminho
E um infinito adiante.

De olhos fechados
Perco-me
Às vezes acho
Encontro-me dentro de mim.

Quase todas as pessoas que conheci
Sempre tiveram pretextos
De nomear conceitos
Alguns perderam na vida
Outros encontraram o caminho de volta.

De olhos fechados
Escuto tua respiração
O barulho dos carros
A chuva que cai no chão
A chuva que molha meu corpo
Que cai na palma de minha mão.

De olhos fechados
Vou caminhando na chuva
Comparado a substantivos que saem dos dicionários
Sei que sou feliz!

De olhos fechados
Te amo pela terceira vez consecutiva
Vejo-lhe no escuro
Nesses sentimentos compartilhados
Na luz que se apaga.

De olhos fechados compreendo-me muito mais
Vislumbro o porquê de estarmos aqui
A nossa existência
Imposta pela dicotomia da razão
De olhos fechados é quando mergulho em meu interior
Também é quando vejo as estrelas
A Lua, e o espaço que há em volta
De olhos fechados é como sinto a minha dor.

Abro os olhos e vejo pessoas especiais ao meu lado
Pessoas que conto a minha vida
Meus segredos
Minhas infelicidades
Meus dias em vão.

De olhos fechados é quando tenho vontade de chorar
A lágrima desce da fonte das lembranças
Lembro-me do passado
Daquilo que eu nunca fiz
Ou daquilo que fiz e me arrependi
Hoje quero um “drink” para celebrar este outono
O inverno que arrepia e esfria a pele
E que venha a primavera.

De olhos fechados é como sinto teu nome
É como me sinto ao terminar de ler este poema
Tornamos-nos mais fortes
Quando aprendemos a amar!


(Carlos André)