quinta-feira, 30 de junho de 2016

Literatura erótica - O Império dos Sentidos

O Império dos Sentidos



Mãos que deslizam feito plumas ao vento sobre o corpo
Esculturas vivas de Debret
Aquele beijo deixara uma eterna saudade dentro de mim.

O que prometemos a Prometeu?
Vás e pegue a tocha do Olimpo
Não deixe este fogo se apagar
E não se deixe queimar nas promessas de amor
Aturdidos no inverno
Direi-te o que penso
Aquilo o que sinto!

Esta cicatriz entrecortante que se desfez cicatriz
Coração que se cicatrizou:
-Amor, cuidado com os cacos de vidro no chão!

Por mais que você não me veja passando
Ou não repare na cor do meu cabelo
Por mais que você um dia estejas um pouco distante
Concluímos que somos feitos um para o outro
Pois meu corpo inteiro se arrepia
E meu coração bate mais rápido
Quando te vejo passar!

Aquele batom daquele dia foi tão especial...
Bem-aventurados são os românticos
Pois só eles amam com qualquer sentido e desejo!
Porque senão não teríamos amado
Não teríamos sido julgados
Sem ter cedido um pouco do nosso orgulho!

Bocas que mastigam letras
Que bebem frases
E sugam teu principal conteúdo.

Bocas que ensinam a amar
A se desejar...
Boca que lambe outra boca
Boca que lambe a vagina, teu clitóris.

Muito mais que de repente, a sensação invade!
E lá dentro, o que sentes?
O desejo carnal...
Este ensejo muito mais que desejo
Insistir em ficar aqui comigo.

Teu corpo procurava o meu
E se houvesse rima
Meu corpo rimava com o teu
Teu corpo por cima do meu
Meu corpo idealiza estrofes
Teu corpo se encaixava no meu
Penetração...
Estavas excitante durante longos momentos inesquecíveis
O gozo em alto nível
Tua respiração ofegante se cadenciava com a minha
E por fim, dormíamos.
Como quem a dizer para o outro:
-Valeu a pena a noite que passamos juntos!

O silêncio dos teus beijos salientava os meus
Onde agora a de está os Incas e os Astecas?
Dores de Frida
Kahlo, cores.
Não Kahlo para o gesto infeliz daquilo que não me condiz.
De repente...
Muito mais do que de repente
Uma fisgada dentro da vagina.

A vagina formiga de êxtase, agora fica quente e úmida
Quando estamos a sós
Eu e você olhamos atentamente
Para ver quem virá primeiro a falar.

Um anjo...
O arco, a flecha;
A flecha do anjo que atira o arco ao corpo
Arco que trespassa o corpo
Nobres insanos, onde foi que erramos?
O golpe certeiro do cupido.

Peles úmidas juntas
O sangue é quase o mesmo quando o nosso corpo se une
O suor que escorre delicadamente pelo corpo
Exaltemos as nossas glórias
Analisemos as nossas fraquezas
Bem que pudera-nos ater-nos:
-Deixe encostar meus lábios nos teus!

Bocas inquietas
Viscerais dessas inquietudes
Ela está parada olhando-o.
Ele olha pra ela.

Sem contar que nesses anos que se passaram
Revivi boas lembranças, tentar outra vez...
Atirar-me de vez nas probabilidades que vão surgindo.
Quem de nós dirá que estás a gostar
Ou algo mais forte contra qualquer dor?

Excites-me...
Recrie nisto novas regras
E não condenes o bem melhor
O esforço sobre-humano


A imprudência dos sonhos perdidos
Exata palavra que desata o sentido
O cheiro, o libido, o pênis penetrado na vagina, desatino!
A toalha molhada
O perfume magistral dos corpos
O estremecimento de leve do quadril
As mãos desenhando o corpo
Passando pelos seios, os últimos retoques.

A conquista de um Império
Não um império de cartas do barulho
Ou um império de cartas de amor amontoadas
Que escrevi pra ti hoje cedo.
Não foi só sexo, foi poesia entre corpos
E que, portanto, esse sentido se faça entre nós
Perfeito começo que parece que não tem mais fim...

Ainda sinto você em minha pele!


(Autor: Carlos André)

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