sábado, 25 de maio de 2013

Poema - A pressa exata!


A pressa exata!

Autor: Carlos André

Não paro. Corro depressa, sofro depressa, amo depressa
Logo, a pressa nos alcança.

Não! Não penso depressa
Porque depressa penso, que seja tarde para pensar
Naquilo que pensamos
Demito-me em mentes depressativas
Não me omito depressa
Tudo que me encanta, é uma ideia vertiginosamente fixa.

Óbvio que não paro. Porque se paro, sou uma ideia incessante
Não que eu não queira ser uma ideia incessante
Mas tem tanta gente que pensa ter a mesma ideia
Assemelhado a uma inércia moralista
O mundo não tem um clichê específico.

Comedido nas minhas atenções para o convencional
Estou acostumado com as antiquadas verossimilhanças
Se uma verdade é cruel, e intransponível
Isso me condiciona a não ter tanta pressa quanto tinha
Visto que ao parar, não sinto a pressa em meus pés
Entretanto, me vejo imerso em minhas responsabilidades.

Embora, um dos erros da humanidade
Não seja a falta de pressa para pensar
Talvez, seja o risco que se passa
Quando não temos pressa para ação.

(Carlos André)




terça-feira, 21 de maio de 2013

Poema - A Síntese!



A Síntese!



Autor: Carlos André



O gosto, o posto, o rosto, a saliva, simetria

Que a saudade, agora metade, se erga de sinestesia

O fixo, prolixo, prefixo, promessas biodegradáveis

O aceso, recesso, nossos sonhos brilhantes

A mira, a Dira até diria, exclamando:

-A Liberdade!

Bravo, bravíssimo, no barbante o caminho, até Amsterdã

Ego, ego, ego... o eco ecoa o som, silencio

Meu coração lá fora grita...

Meu coração agora é fogo e gelo

Meu coração lá fora bate

Têm visitas, prepare o café

Meu coração é o pêndulo entre a distância de seus passos

Penso duas vezes nos teus passos que repenso de pensar

No que penso, não deixei de refletir

Teu corpo alinha-se diante do perfeito colóquio

Tua boca chamativa, teus lábios, batom vermelho expressivo

As bocas se ajuntam lentamente,

se movimentam

de um lado

pro outro...

As línguas têm por diante o encontro desejado

Nesse instante, penso ser um semideus

Agora, o coração que lá fora bate rapidamente

Aqui por dentro e entre nós, é infinito!



(Carlos André)






Poema - O Espetáculo



O Espetáculo



Autor: Carlos André



Afinal, tudo se inicia com o fim. O começo em nossas mãos

Sobretudo, não há de faltar a nossa história

Com o alvoroço repleto das plateias

Ovacionado pelas orquestras

Por que quando as cortinas descem

Quando o público devidamente retorna pra suas casas

Quando a criança solicita pro pai que compre algodão doce

O autêntico espetáculo da vida ganha seu elenco?



É sempre assim

É hora do recreio

Um balanço em sua direção incerta

Acordar do sonho profundo.



Que a criança solicite sim o algodão doce

Pois isso não se restringe ao espetáculo da vida

Um brinde ao acaso

Brindemos as tecnologias

Um brinde das horas antecipadas do relógio.



O que vem depois do grandioso espetáculo?

O que vem depois do sonho profundo?


Eu sou um ator, e você é atriz desta peça

Arcamos com nossas franquezas

Não seremos pra toda vida meros comediantes.



Somos o elenco do espetáculo

Pra que então existir espectadores?

Porque finalmente os espectadores somos nós

Pela qual se não houver espectadores

Não haverá um poder de opinião sequer

De quando completarmos a nossa história.



                     (Carlos André)

Poema - As Adversidades



As Adversidades



Autor: Carlos André





Se fosse o medo tão machucado que já estava

A força da Natureza emaranha no silêncio da voz

As adversidades são tantas. Tantas que ficastes em sonhos demasiados

Lograstes a imensa profundeza de ser

Marieta não tem nome de gente e sim de luz

Logo Marieta é estrela cadente e sinto por contente

O Sol abranger a luz.

Na cruz.



As adversidades são tantas que o amor quase acabou

Se tivesse acabado do que restara a sorte?

É um náufrago não tentar

E tentador.



Mas me conte:

- Tu passaras além da dor?

Fostes além daquilo que lha apavora?

Dizem que a fortaleza estas no espírito

Talvez rimássemos camélias num bom descanso rimar

Florescer na vida!

Marieta é gentil 

Marieta tem nome de agente

E sinto que isso me seduz.



Vá!

Não corrompes o segredo desta vida

Diga na vitória tu és amor

Serpentes e arcanjos na mesma tribo

Vá!

Não desligue deste destino

E não o tente mudar.



Se tentardes não foi por falta de aviso

Foste por ausência de amor

Ausência de tudo que não falta nesta vida

Ausência de ti

Ausência, ausência, ausência

Destes pelo que não vivi.



Não desmembre as circunstâncias desta vida sem unanimidades

Marieta vem toda contente

Sorriso nos dentes

Se pudesse contaria a ela todo o motivo da vida.



Mas é claro!

Não estou a aqui a lhes relatar fatos da vida

Marieta estar com raiva, raiva humana, raiva com desejo, raiva de brava gente,

Pariu! Pariu o mundo sem título

E ser Marieta neste mundo,

É ser Maria e não há de adiantar êta de exclamações

Maria êta, Maria êta, Marieta!

Celina.



É outra personagem, contrário de Marieta, não tem sorriso nos dentes, contudo, pertence à fantasia

Sinto falta de você!!!



Quem disse que a tristeza é supersticiosa?

Quem disse asneira sem replicar o que lhe digo?

Quem disse que o Amor extirpou?

Quem disse que a tempestade passou?



Quem disse quem disse?





Quem dera ao menos, se pudera mais

Então há; a carne, a epiderme, película de pele

Encanto!

Pelos ombros, cidades e tormentos,

Muralhas e intentos

A Tomada da Bastilha (revolução de sentimentos...)...



Marieta e Celina são amigas desta vida

Marieta é Amor, Celina é uma flor

Tu queres que eu diga então por isso lhe dispo

Por isso me calo

Por isso me conto

Por isso me abalo

Por isso

Essa é a cota do prejuízo.





Tentamos. Quero voltar. Quero que volte

Volte pra perto de mim

Imploro, lhe peço

Não há escapatória

Não haverá incêndio de metáforas

E nem tente riscar o fósforo da ilusão

Melhor assim, então não vá!



Não corrompes o segredo desta vida

Não vá!

Sigamos o mesmo caminho

Não despeça!

Algo nos observa

Não chore!

Isso me ilumina

Não ludibrie!

Acredito em amor e compaixão

Não se cale!

Faça a razão em si mesma

Não desampare!

Naquilo que te admira.



As adversidades são tantas, meu amor,

Que o fruto concebido da vida

Irá dar-lhe o direito de ser feliz...!!!



(Carlos André)




domingo, 19 de maio de 2013

Poema - Dias outros...



Dias outros...



Autor: Carlos André



Quando dormimos dizeres que me amas?

Quando levantarmos lembrará em ter dito?

O café está esfriando

Rir sem querer das bobagens da vida

Você chamou-me a dançar

Dançamos na chuva

Dançamos nas tristezas, e alegrias

Certo cuidado quanto a isso

Podemos pegar um resfriado.



O uísque que bebo não é pra comemorar os momentos tardios

Há um dizer certo para cada constância

Nem se diga antes que se pense

O despertar da fugacidade, do cotidiano

Despertemos pra vida!



Subjugamos as incoerências

A mesa mal posta, o brigadeiro quente no fogão

Na varanda as desculpas da vida

Inocência que vede no coração.



Quando dormimos dizeres que me amas?

Quando levantarmos lembrará em ter dito?

Não obstante, a vida continua!



A cerâmica da nossa casa é azul

De quaisquer desordens não leves em questão

Da loucura, quero que leves somente a lucidez

Somos eternos loucos sem razão.



Acenda a luz da cozinha!

A geladeira há tantas coisas imediatas

No saguão, o temperamento das manhãs

No quintal, nossos filhos a brincar

Mãos sujas de barro

Sentimentos conquistados.



Quando dormimos dizeres que me amas?

Quando levantarmos lembrará em ter dito?

Temos a inércia de outros dias

Dias outros: passo na banca de jornal

Dias outros: assistamos a um bom filme.



Conquanto, quero que fiques sabendo do rabisco de contentamento feito ao chão

Desenheis o arco-íris

Nem sei se perfeita estás

Todavia, a perfeição agora é o que pouco me importa.



Quando dormimos dizeres que me amas?

Quando levantarmos lembrará-se de ter dito?



Viver o inusitado da vida

É tal como jogar três moedas na fonte e murmurar três pedidos

Propositadamente pego o metrô

Outro dia vou de trem, ou no meu carro, um táxi, ou ônibus

Precário são as localidades

Duas moedas não lhe garantem o retorno aonde quer chegar.



Quando dormimos dizeres que me amas?

Quando levantarmos lembrará-se dos dias comuns?



Dias outros...

Um dia ao outro

A ponte...

A travessia para o sucesso.



                        (Carlos André)