domingo, 19 de maio de 2013

Poema - Dias outros...



Dias outros...



Autor: Carlos André



Quando dormimos dizeres que me amas?

Quando levantarmos lembrará em ter dito?

O café está esfriando

Rir sem querer das bobagens da vida

Você chamou-me a dançar

Dançamos na chuva

Dançamos nas tristezas, e alegrias

Certo cuidado quanto a isso

Podemos pegar um resfriado.



O uísque que bebo não é pra comemorar os momentos tardios

Há um dizer certo para cada constância

Nem se diga antes que se pense

O despertar da fugacidade, do cotidiano

Despertemos pra vida!



Subjugamos as incoerências

A mesa mal posta, o brigadeiro quente no fogão

Na varanda as desculpas da vida

Inocência que vede no coração.



Quando dormimos dizeres que me amas?

Quando levantarmos lembrará em ter dito?

Não obstante, a vida continua!



A cerâmica da nossa casa é azul

De quaisquer desordens não leves em questão

Da loucura, quero que leves somente a lucidez

Somos eternos loucos sem razão.



Acenda a luz da cozinha!

A geladeira há tantas coisas imediatas

No saguão, o temperamento das manhãs

No quintal, nossos filhos a brincar

Mãos sujas de barro

Sentimentos conquistados.



Quando dormimos dizeres que me amas?

Quando levantarmos lembrará em ter dito?

Temos a inércia de outros dias

Dias outros: passo na banca de jornal

Dias outros: assistamos a um bom filme.



Conquanto, quero que fiques sabendo do rabisco de contentamento feito ao chão

Desenheis o arco-íris

Nem sei se perfeita estás

Todavia, a perfeição agora é o que pouco me importa.



Quando dormimos dizeres que me amas?

Quando levantarmos lembrará-se de ter dito?



Viver o inusitado da vida

É tal como jogar três moedas na fonte e murmurar três pedidos

Propositadamente pego o metrô

Outro dia vou de trem, ou no meu carro, um táxi, ou ônibus

Precário são as localidades

Duas moedas não lhe garantem o retorno aonde quer chegar.



Quando dormimos dizeres que me amas?

Quando levantarmos lembrará-se dos dias comuns?



Dias outros...

Um dia ao outro

A ponte...

A travessia para o sucesso.



                        (Carlos André)

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