Ideias Relativas
Autor: Carlos André
Caem os versos, o
alarde ao lado, colado
Proclama a simetria
Cai a insipidez do
insípido
Cairá o fulgor da
tarde, momentos fugazes
Declina o sol a
tanger a realidade
Na noite deparo-me em
círculo, compasso, exato
Exato compasso em
círculo, gotas a caírem
Não vá não parta não
diga, nonada, insígnia, sílfide, mulher
Stop! Não quero
prolongar esta estrofe, mudemos de assunto
Jogo os versos da
janela - hasta la vista
Termino esta estrofe
por aqui.
Cai o término,
término do túnel, ofusca a luz do trem
Patifes! Versos
findos vêm e vão, mãos cálidas, cai à pena da mão
Nostalgia. Declina a lucidez!
Telégrafos, ângulos
opostos: computadores e seus e-mails
Ressalva: cai o lápis
da mão
Na destra mão cálida,
adjetivo intenso, Relatividade Geral
E= M.C2/a luz lá
fora, ulterior ao trem, viaja nos versos a (300 000 Km/s).
Busco o assunto, o homem desídia ao lado
Lado
adjacente - ângulo 90°,
Do lado a coçar teus
joelhos feridos
Caio-me na pergunta,
indago-lhe:
-O que dói mais; a
ferida exposta ou a ferida imposta?
Ante as janelas
encontra-se, homem obsoleto
Procura resposta, não tendo
Minúcia o além das janelas
Sóbrio homem. O trem em movimento.
O homem sóbrio não vê a hora em desembarcar
Ir ao encontro de tua origem, tua sina
O homem sóbrio não vê a hora em desembarcar
Ir ao encontro de tua origem, tua sina
Contrai o espaço e o tempo
Não percamo-nos nas apologias de Malthus
Vejamos o homem, exceto resposta, na ponta da língua:
-Diz-me o que dói mais?
E recita o excerto dos versos, dantes por mim arrebatados
pela janela:
-Voltar ao passado e permitir o futuro.
-Mas como?
Cá pum!!!
É o lápis a cair
Encontro-me em desespero, as linfas propagam, labirinto
do pensamento
Braços estendidos, dissonância dos ventos
Transborda na xícara, senão deparo-me, olvido o café, a
mulher a servir-me, estado: café a derramar
E vem-me ao acaso, se o acaso dantes vinha a mim
Compor esta última estrofe.
Caem as folhas e inicia o inverno.
Como é possível compreender o incompreensível da tese?
Se as folhas caíssem não seria outono?
E se o outono não viesse seria inverno?
Conclusão: contundentemente seriam ambas as estações,
E teriam ambas as mesmas relatividades gerais;
O mesmo tempo;
Passado e presente,
Começo e fim.
(Carlos André)
Nenhum comentário:
Postar um comentário