quinta-feira, 16 de maio de 2013

Poema - Ideias Relativas



Ideias Relativas

Autor: Carlos André

Caem os versos, o alarde ao lado, colado
Proclama a simetria
Cai a insipidez do insípido
Cairá o fulgor da tarde, momentos fugazes
Declina o sol a tanger a realidade
Na noite deparo-me em círculo, compasso, exato
Exato compasso em círculo, gotas a caírem
Não vá não parta não diga, nonada, insígnia, sílfide, mulher
Stop! Não quero prolongar esta estrofe, mudemos de assunto
Jogo os versos da janela - hasta la vista
Termino esta estrofe por aqui.

Cai o término, término do túnel, ofusca a luz do trem
Patifes! Versos findos vêm e vão, mãos cálidas, cai à pena da mão
Nostalgia. Declina a lucidez!
Telégrafos, ângulos opostos: computadores e seus e-mails
Ressalva: cai o lápis da mão
Na destra mão cálida, adjetivo intenso, Relatividade Geral
E= M.C2/a luz lá fora, ulterior ao trem, viaja nos versos a (300 000 Km/s).

Busco o assunto, o homem desídia ao lado
Lado adjacente - ângulo 90°,
Do lado a coçar teus joelhos feridos
Caio-me na pergunta, indago-lhe:
-O que dói mais; a ferida exposta ou a ferida imposta?
Ante as janelas encontra-se, homem obsoleto
Procura resposta, não tendo
Minúcia o além das janelas
Sóbrio homem. O trem em movimento.
O homem sóbrio não vê a hora em desembarcar
Ir ao encontro de tua origem, tua sina
Contrai o espaço e o tempo
Não percamo-nos nas apologias de Malthus
Vejamos o homem, exceto resposta, na ponta da língua:
-Diz-me o que dói mais?
E recita o excerto dos versos, dantes por mim arrebatados pela janela:
-Voltar ao passado e permitir o futuro.

-Mas como?
Cá pum!!!
É o lápis a cair
Encontro-me em desespero, as linfas propagam, labirinto do pensamento
Braços estendidos, dissonância dos ventos
Transborda na xícara, senão deparo-me, olvido o café, a mulher a servir-me, estado: café a derramar
E vem-me ao acaso, se o acaso dantes vinha a mim
Compor esta última estrofe.

Caem as folhas e inicia o inverno.
Como é possível compreender o incompreensível da tese?
Se as folhas caíssem não seria outono?
E se o outono não viesse seria inverno?
Conclusão: contundentemente seriam ambas as estações,
E teriam ambas as mesmas relatividades gerais;
O mesmo tempo;
Passado e presente,
Começo e fim.

 (Carlos André)

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