domingo, 19 de maio de 2013

Poema - Antes das Sete



Antes das Sete


Autor: Carlos André

A formiga trafega pelas paredes – quão é observável a vida
A formiga percebe de uma parede a outra: o obstáculo
Bem aventurados sejam teu mundo e sua vontade aguerrida
As folhas secam ao chão se não forem varridas
Óbvio que não extenuaria pra ti as razões
Visto que a formiga transpasse pelo lado oposto, ambíguo em todas as partes
Compreensíveis sem nenhum fundamento
Toda contrição merece um desembarque.

Apartes disso, não me convêm o acaso de sempre
Irei hoje com este pensamento
Amanhã volto a ti com palavras extraordinárias
Digas-me do agora? O agora inexiste para este fundamento
Neste contínuo extraordinário, o agora somos nós
Nossas sentenças, e tributos
Escolher de um abraço apressado despercebido
De um abraço raso comovido com o barulho do agora.

Venho de uma dimensão inconfundível com a tangente
Bons são os arquitetos do Universo
Grandiosas são as formigas no plural
Nem todas as palavras minúsculas são comestíveis.

A formiga que transporta a folha até o formigueiro
Não é a mesma formiga que faz do formigueiro uma primavera
Nossa felicidade não tem desconto, sequer um cheque credenciado
Nossa felicidade não é financeira
Quem quer ser então um milionário?

Somos muito mais que milhões de arquivos armazenados no computador
Não queira eu desprezar a eficiência dos arquivos
Contudo, a retórica equivale à conferência da mente em expansão.

Aliás, temos um encontro marcado antes das sete
Necessito que vás
Imagino eu que esteja observando o tráfego das formigas pelas paredes
As formigas têm sua própria história
Com certeza descobrirás a sua.

                           (Carlos André)





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