Efêmera
Meu corpo!
Teu corpo!
Às sós!
Admiramos o
rosto complexo
A temeridade
da fraqueza humana
Avistamos as
janelas abertas da alma
Convertidas
no espelho prognóstico
Imagem preta
e branca.
Sei que
somos do pó da ciência um ser errante
Mas tenho a
honra nata em lhe dizer coisas raras
Proponho o
verso harmonioso
Na bela
imagem do medo
Contra a
ideia que temos da utopia dos ventos
Pois notemos
que nossas intenções quanto ao que nos restou
Foi uma
parte da dúvida que outrora carregamos.
Metafísica
do desejo
Forma
genuína de que a morte é a duplicação
Entre o bem
e o mal
Nossos
momentos são tão raros, rápidos, catalíticos
Estás
sentada e conversas comigo
Estás me
ouvindo, talvez me procurando no silêncio
Estás
sentada e não vês que teus sonhos lhe agridem
Enquanto que
tua pele é um muro que separa o desejo da razão.
De fato, não
aproveitei ao máximo o som da tua voz
O vento que
a pouco bagunçou com teu cabelo
Teu sorriso
meio torto de confirmação serena
Reflexo da
imagem dos teus olhos
Que por dentro
dos olhos, se tornou efêmera.
(Autor:
Carlos André)