quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Poema - Azul, branco e vermelho!



Azul, branco e vermelho!

O esplêndido vestido azul que vestira
A branca cortina que o vento balançara
Cortina que desce e se fecha em segredos
Nas janelas ocultas da alma!

Lábios, boca, olhos
Rostos que se leem.
A catarse necessária: diálogos esparramados no ar.
Batom vermelho que se destaca em teus lábios
O encontro dos lábios
Tange a boca, aquece a língua: o beijo.
Saliva fria, agora morna se espalha dentro da boca
Mar que se acalma e que existimos
Onde há um silêncio curto o verso reina
Após ele dizer para ela:
-Amo-lhe!

(Autor: Carlos André)

domingo, 10 de janeiro de 2016

Poema - Manhãs e telefonemas...



Manhãs e telefonemas...





Saibas que nesta estrada procuro os belos inícios
Penso em ti...
Desde então, quero muito revê-la!
Saber quem tu és hoje, quais são teus sonhos,
medos, anseios, preocupações, e o que pensa do futuro!
Veja por este Sol que nos norteia:
para onde se vai quando nunca se sabe? 
Nosso pedaço de instante não conhecido.

Nesta cidade há pessoas que lutam por novas manhãs...

Nossos momentos permaneceram por muito tempo intacto
Temos a capacidade de movimentá-los.
Viver a bela dinâmica.
Penso em dizer-te tantas coisas fundamentais
Pelas quais eu nunca disse.
O amanhã saberá nos acalmar, talvez dizer-nos
E claro que eu ainda lhe digo:
-Nenhuma flor deixa de existir se regarmos com amor e carinho!

Roubaram-nos o que nos eram antes por direito
Mas recuperamos o mapa, a bússola, e um coração valente
Por esses vales, riachos, florestas caminhamos.
Neste intervalo do tempo, ergueram cidades
Prédios e seus arranha-céus...
De tua boca saíram palavras fortes e enternecedoras
Inevitável seria em não sentir!

Ouço do outro lado da linha a tua voz:
-Tudo bem, como foi teu dia?
Do outro lado eu lhe respondo e declaro:
-Estou bem, só um pouco cansado do trabalho da Fábrica, tem tanto tempo que não nos vemos!

(Autor: Carlos André)

Crônica - Gravidade!



Gravidade!




         

  A sensualidade estar presente na dança, tal quão na música e literatura. Portanto, desejo a todas as mulheres infelizes uma dose de sensualidade do batom, quero dizer, dos lábios. Para os homens, desejo atitude, harmonia com o barulho da água e do som. Percebo que o batom vermelho dos lábios de anteontem, não foi um registro fotográfico que ficaria para sempre registrado na memória, grudado no espelho da Vida, manchado na aba do paletó. Só sei que ambos se amaram verdadeiramente.

    O corpo versus o equilíbrio com a água, - sensação de leveza que as mãos e os pés transmitem para as partes do corpo -; o homem e a mulher: dois personagens imersos a lutar pelos desejos que nunca sentiram, pelos sonhos que nunca sonharam, numa frequência de felicidade submersa. Na mulher que executa com o seu par um dos movimentos do tango embaixo d’água, alguns até indagariam:

          -No que ela aparentemente pensa embaixo d’água?

          -Ela é feliz por completo embaixo d’água?

          -Quais são teus desejos embaixo d’água?

          -A água pode amenizar a dor que o mundo lá fora nos provoca?

          -Existi algum desejo de retornar imediatamente para a superfície?

          Analisem não só a forma com que eles se gesticulam para buscar o fervor dos seus sentimentos mergulhados no profundo de suas consciências. Ela talvez queira se lembrar de algo que marcou sua infância, e sendo assim, acredita que com esta lembrança, traria uma pessoa muito importante de volta. Talvez o pai que ela não revê há muito tempo. Já ele quer superar o medo da água, ou talvez de tantos medos que nunca percebera.

         Neste exato momento, filtramos na mente a imagem do bebê que chora a procura do leite materno, vindo com a boquinha rosada sugando o bico do seio. Por via das dúvidas, o bebê que há pouco tempo estava em prantos, não chora mais, porquanto se alimenta, tendo a mãe importante satisfação, provocando um intenso arrepio na região da aréola do seio.

         Apresentei-lhes um dos rumos da felicidade que completa aos poucos. O “infeliz” que eu escrevo não é o (infeliz) de não ser FELIZ por completo. O infeliz é aquilo que nos limita ao invés de nos propor possibilidades futuras. 

       Isto não é um teorema para irmos longe sem antes pensar até onde possamos chegar. Porém, sentimos o desejo de prosseguir, superarmos o desconhecido. Quando amamos verdadeiramente, não amamos somente pelo gesto do primeiro olhar, das mãos que se unem no primeiro encontro, das primeiras promessas ditas ou preferivelmente sussurradas perto do ouvido. Temos a noção de levitarmos porque a força da água suspende o peso do corpo.

      Os caminhos que geralmente são competitivos ganham voz e cores alternativas. A onda de prazer que domina os batimentos cardíacos não dissolverá a nudez dos fatos, o calor do corpo. Admiro a alegria presente no rosto. Amor a prova d’água entre duas superfícies: a terra e a água: o fogo e o gelo!!! 


 (Autor: Carlos André)