Gravidade!
A sensualidade estar presente na dança, tal quão na
música e literatura. Portanto, desejo a todas as mulheres infelizes uma dose de
sensualidade do batom, quero dizer, dos lábios. Para os homens, desejo atitude,
harmonia com o barulho da água e do som. Percebo que o batom vermelho dos
lábios de anteontem, não foi um registro fotográfico que ficaria para sempre
registrado na memória, grudado no espelho da Vida, manchado na aba do paletó.
Só sei que ambos se amaram verdadeiramente.
O corpo
versus o equilíbrio com a água, - sensação de leveza que as mãos e os pés
transmitem para as partes do corpo -; o homem e a mulher: dois personagens
imersos a lutar pelos desejos que nunca sentiram, pelos sonhos que nunca
sonharam, numa frequência de felicidade submersa. Na mulher que executa com o
seu par um dos movimentos do tango embaixo d’água, alguns até indagariam:
-No
que ela aparentemente pensa embaixo d’água?
-Ela é
feliz por completo embaixo d’água?
-Quais
são teus desejos embaixo d’água?
-A
água pode amenizar a dor que o mundo lá fora nos provoca?
-Existi algum desejo de retornar imediatamente para a superfície?
Analisem não só a forma com que eles se gesticulam para buscar o fervor
dos seus sentimentos mergulhados no profundo de suas consciências. Ela talvez
queira se lembrar de algo que marcou sua infância, e sendo assim, acredita que
com esta lembrança, traria uma pessoa muito importante de volta. Talvez o pai
que ela não revê há muito tempo. Já ele quer superar o medo da água, ou talvez
de tantos medos que nunca percebera.
Neste
exato momento, filtramos na mente a imagem do bebê que chora a procura do leite
materno, vindo com a boquinha rosada sugando o bico do seio. Por via das
dúvidas, o bebê que há pouco tempo estava em prantos, não chora mais, porquanto
se alimenta, tendo a mãe importante satisfação, provocando
um intenso arrepio na região da aréola do seio.
Apresentei-lhes um dos rumos da felicidade que completa aos poucos. O
“infeliz” que eu escrevo não é o (infeliz) de não ser FELIZ por completo. O
infeliz é aquilo que nos limita ao invés de nos propor possibilidades
futuras.
Isto
não é um teorema para irmos longe sem antes pensar até onde possamos chegar.
Porém, sentimos o desejo de prosseguir, superarmos o desconhecido. Quando
amamos verdadeiramente, não amamos somente pelo gesto do primeiro olhar, das
mãos que se unem no primeiro encontro, das primeiras promessas ditas ou
preferivelmente sussurradas perto do ouvido. Temos a noção de levitarmos porque
a força da água suspende o peso do corpo.
Os
caminhos que geralmente são competitivos ganham voz e cores alternativas. A
onda de prazer que domina os batimentos cardíacos não dissolverá a nudez dos
fatos, o calor do corpo. Admiro a alegria presente no rosto. Amor a prova
d’água entre duas superfícies: a terra e a água: o fogo e o gelo!!!
(Autor: Carlos André)