É ela!
O fogo a brasa morte
A morte suga o fogo
A morte suga o fogo
O fogo
trespassa a mente
Falta um
condizente
Homens com
buquês de flores
Mulheres que
os namora
Alvejo
rumores, pés descalços na varanda
É ela!
Ela em
perfeito coração
Que não
entende, sei. Sei os invisíveis das coisas
Sei que
ontem não será mais o mesmo
A menos que...
Deixe que as
reticências resolvam
Mudo o
presente pelo futuro. Loucura? Talvez seja.
Olhos que
miopia futuro-presente
Por falar em
olhos, lembro olhos verde-claros
E é ela!
Rubros
lábios delgados da boca lume. Boca que diz:
- O café
está pronto!
Boca que
discorre o dia-a-dia no sofá
E o homem do
buquê de flores que mais tarde trará rosas; inquiri:
- Como foi o
dia de trabalho amor?
Ela! Doçura
nos dedos desconforme o mito semeado
O não semeado
- procura a semente na terra palavra
Tato,
contato, corpo nu
No que
replica ela:
-Foi bem amor!
Talvez o
poeta suburbano queira
Fundir
momentos intermináveis
Tal quão
veredas formas n’alma
Pedra com
sua espessura bojuda
Por dentro
da pedra a essência
Há essência
por dentro da pedra.
Tento
resgatar o tempo
O tempo que
não passamos juntos
Resgatar
Tento.
Fotografias
que desnuda o tempo
Números
ímpares
Pares tempos
Ímpares
conversas no jardim da Fonte
É ela!
Pode ser
ela!
Tem que ser
ela!
Ela ser.
Serdes em
compaixão.
Há um ente
na esquina do Jeremias Bar
O ente da
esquina entra em um táxi
Reservado,
leva a maleta com seus discursos
Espécie bem
composta
Gênero
difuso
Será que foi
o homem da esquina que matou o Jeremias do Bar?
O narrador
evita comenos, o autor dispensa freguesia
E o leitor
faz a história.
Caminho no
fio descascado do poema
Voltemos na
cena do beijo
Do buquê de
rosas recita o homem um beijo doce quente
Suponho que
ela tenha degustado goiabada no passar da padaria a casa
Entremeio o
beijo e os corpos caem o buquê de rosas da mão do homem.
Há enchentes
na alma!
Quem matou
Jeremias?
(Autor: Carlos
André)