segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Poema - Puerilidades



Puerilidades

Quando criança eu fora criança
Ainda criança brincara com o refluxo do vento – éramos
         felizes e nem sabíamos.

Quando criança tornara-me criança
Espetáculo da vida que se inicia agora
         no palco da inocência criança irradia.

Quando a criança era criança, nu na chuva dançava. Nada temia.
Ah! Sim. Temia aos pais se descobrissem
          suas traquinagens
Mas mãe! , a chuva mansa é – bebe o corpo
          desalma a alma
Num centro de tudo ao imenso do nada
Num centro de tudo ao imenso do nada
Num centro de tudo no imenso de nada
Num centro de tudo imenso de um nada
No cesto o mundo e um imenso nada
Nada, nada, nada, e chega a ser niilismo.

(Num cesto o mundo levado por uma criança)...

Vede menina bela! - que do Oceano Atlântico
            navegaríamos ao mundo sem pretensão nenhuma
            Se amar fosse perigo, tendíamos a serem almas perdidas
                     no Universo da criatividade.
          
Quando criança – criança era
       a verdade ilusória invadia
          [criança com as mãos sujas de barro
                       palpava o mundo dos adultos – num lençol as máculas de um segredo.

Quando criança pensava tal feito criança
Ao senhor que me cumprimentara as vésperas do meu aniversário.

         Não recrio ideias que não se abrilhantaram no palco da vida
               (Loucos), fomos até o ponto de acreditarmos em si próprios
          E conseguiríamos a medida certa de vencermos na vida
                    ...Ou se vence ou não vence...
Tudo é rotação. Nada a ficar em inércia de pensamento. E penso.

Que quando criança o mundo criado fora por ambições da imaginação
Fato é:
     não admiro uma cor por ser ela bonita
Admiro por ela já se sentir admirada noutros olhos dantes nunca avistados
Quando criança, criança era, e palpitava um sorriso indesejável às visitas de domingo
Não que a criança intencionava aquele motim nas tardes de domingo,
Era tido que as razões eram várias. O Mundo globalizado e seu suplemento.

Quando criança, arriscava-me num palpite incerto, o final das estórias que minha mãe narrava
       antes de eu adormecer
E quando dormia, diziam que a verdade era uma só. Sem presságios, photoshop,
                                               slides, e ditaduras
Quando a criança anoitecia de criança, a superfluidade acontecia
Em meio ao vão o sucesso era desespero
Em meio à sorte, o amor era único, sem litígios, e desquites
Em meio a tudo meu mundo era promessas
Quando tudo saudade for.

Gosto dos meus gostos,
das mesmas roupas,
do mesmo amor,
da mesma sensibilidade nos acontecimentos incríveis,
do forro da mesma cama,
na verdade que me ama.
E tudo faz sentido.

Não duvides, nem me imites
Não fuja, testemunha
Faça disso uma promessa, toda essa questão que lhe interessa
Menina, tu olhas amedrontada pra vida...
Quero que sintas feliz!

A eternidade. Vejo o de sempre...
Encosto às lembranças no travesseiro
Beijo teu sorriso
Num puro delírio de te ver passar.

Quando criança, criança era...
   e tudo foste um tanto sentido, sonho, e tradução
Quando criança... vestiste de recomeço: emoções vividas.
Filhos e gerações!

E assim, quando tudo for razão em ter sentido
Lembrarei dessas puerilidades
Do que conto hoje, amanhã, do que seremos...
Uma só palavra mudará.

(Carlos André)






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