sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Poema - É Ela!



É ela!

O fogo a brasa morte
A morte suga o fogo
O fogo trespassa a mente
Falta um condizente
Homens com buquês de flores
Mulheres que os namora
Alvejo rumores, pés descalços na varanda
É ela!
Ela em perfeito coração
Que não entende, sei. Sei os invisíveis das coisas
Sei que ontem não será mais o mesmo   
A menos que...
Deixe que as reticências resolvam
Mudo o presente pelo futuro. Loucura? Talvez seja.
Olhos que miopia futuro-presente 
Por falar em olhos, lembro olhos verde-claros
E é ela! 
Rubros lábios delgados da boca lume. Boca que diz:
- O café está pronto!
Boca que discorre o dia-a-dia no sofá
E o homem do buquê de flores que mais tarde trará rosas; inquiri:
- Como foi o dia de trabalho amor?

Ela! Doçura nos dedos desconforme o mito semeado
O não semeado - procura a semente na terra palavra
Tato, contato, corpo nu
No que replica ela:
-Foi bem amor!
Talvez o poeta suburbano queira
Fundir momentos intermináveis
Tal quão veredas formas n’alma
Pedra com sua espessura bojuda
Por dentro da pedra a essência
Há essência por dentro da pedra.

Tento resgatar o tempo
O tempo que não passamos juntos
Resgatar
Tento.
Fotografias que desnuda o tempo
Números ímpares
Pares tempos
Ímpares conversas no jardim da Fonte
É ela!
Pode ser ela!
Tem que ser ela!
Ela ser.

Serdes em compaixão.

Há um ente na esquina do Jeremias Bar
O ente da esquina entra em um táxi
Reservado, leva a maleta com seus discursos
Espécie bem composta
Gênero difuso
Será que foi o homem da esquina que matou o Jeremias do Bar?
O narrador evita comenos, o autor dispensa freguesia
E o leitor faz a história.

Caminho no fio descascado do poema
Voltemos na cena do beijo
Do buquê de rosas recita o homem um beijo doce quente
Suponho que ela tenha degustado goiabada no passar da padaria a casa
Entremeio o beijo e os corpos caem o buquê de rosas da mão do homem.
Há enchentes na alma!

Quem matou Jeremias?

(Autor: Carlos André)

Nenhum comentário:

Postar um comentário