segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Poema - Pele Habitável



Pele Habitável





Uma dose de suspense nos finais dos filmes hollywoodianos

Uma dose de sensualidade nas mulheres tidas infelizes

Uma dose de imaginação criativa para os que se alienam 

Uma dose de durabilidade nos encontros amorosos

Uma dose de existencialismo no corpo que perde a gravidade e cai

Uma dose de casualidades que corre fora dos trilhos

Uma dose de óperas, sinfonias, e monólogos

Uma dose de ações e reações

Uma dose de fracassos antes da vitória

Uma dose de mudanças governamentais, parlamentaristas

Uma dose da ultrainvenção desvendada no DNA

Uma boa dose de segundas intenções

Uma dose de atenção para os que te observam

Sabendo que em algum momento foram vistos olhando pro teto

Matando uma mosca na palma da mão

Pedindo a garçonete a conta

Uma dose de aplausos quando a cena chegar ao clímax

Porque nesse exato momento, não houve sequer um piscar de olhos

Enquanto lá fora o mendigo que não sabia ler

Lia rótulos de embalagens industrializadas

Lia romances, tomava uma dose de crônicas ao lado do restaurante

Lia a introdução pensando no enredo

Lia as novas decisões tomadas pelos acionistas

Lia as notícias da crise econômica

Manchetes de intervenções na Bolsa de Valores

Multiplicava preço, saúde, e sua perfeita dicção

Já em outro cenário, vestígios de sêmen no lençol

Vida que acabara de se germinar a poucas horas

Previsão de que uma ideia estar pra nascer!



(Autor: Carlos André)











Nenhum comentário:

Postar um comentário