Pele Habitável
Uma dose de suspense nos finais dos filmes hollywoodianos
Uma dose de sensualidade nas mulheres tidas infelizes
Uma dose de imaginação criativa para os que se alienam
Uma dose de durabilidade nos encontros amorosos
Uma dose de existencialismo no corpo que perde a gravidade e
cai
Uma dose de casualidades que corre fora dos trilhos
Uma dose de óperas, sinfonias, e monólogos
Uma dose de ações e reações
Uma dose de fracassos antes da vitória
Uma dose de mudanças governamentais, parlamentaristas
Uma dose da ultrainvenção desvendada no DNA
Uma boa dose de segundas intenções
Uma dose de atenção para os que te observam
Sabendo que em algum momento foram vistos olhando pro teto
Matando uma mosca na palma da mão
Pedindo a garçonete a conta
Uma dose de aplausos quando a cena chegar ao clímax
Porque nesse exato momento, não houve sequer um piscar de
olhos
Enquanto lá fora o mendigo que não sabia ler
Lia rótulos de embalagens industrializadas
Lia romances, tomava uma dose de crônicas ao lado do
restaurante
Lia a introdução pensando no enredo
Lia as novas decisões tomadas pelos acionistas
Lia as notícias da crise econômica
Manchetes de intervenções na Bolsa de Valores
Multiplicava preço, saúde, e sua perfeita dicção
Já em outro cenário, vestígios de sêmen no lençol
Vida que acabara de se germinar a poucas horas
Previsão de que uma ideia estar pra nascer!
(Autor: Carlos André)
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