O Néctar
Um pedaço de historia
Escrita num papel
Substanciada pela veia literária
Incutida na memória
Introduzida na garrafa e lançado ao mar
Indo parar nas mãos de uma condessa!
A gaveta, há uma gaveta no quarto:
Dentro da gaveta há uma camisinha
Pega a camisinha, coloca-se a camisinha.
Lembro daquela noite de quando transamos.
Foi muito especial!
Não escrevo pornografia
Odeio pornografia
Mulheres que fingem orgasmo
Homens que fingem amá-las
Cenas exageradas e sem uma historia de amor envolvente
Gosto do que é erótico – o Eros (amor de verdade)!
O néctar escorre nas pétalas
E desce pelo caule feito mel
Entre palavras abruptas
De uma flor incomum!
Escrevo o que é erótico
A essência do que é erótico.
O erótico envolve uma historia de amor entre duas pessoas.
Já o pornográfico não tem nada de história
Escrito com acento agudo ou sem acento.
Não tem nada de essência
Nada de amor!
Aqui faz tanto calor
E aqui faz tanto frio
Que parece o inverno da Rússia
Onde sequer podemos ler o nosso jornal sossegado
No centro de São Petersburgo!
Agora sinto tuas mãos frias em meu rosto
Teus lábios molhados e frios
Em meus lábios quentes
Tuas mãos em meu corpo
Fazendo me arrepiar
E sinto que estou contente!
(Carlos André)