terça-feira, 31 de outubro de 2017

Crônica - Momento: Marilyn!

Momento: Marilyn!


O que as câmeras não mostram a vida consente, como um farfalhar de seda, das bordas do vestido, passando nos pés do sofá.

- Corta! Refaçamos esta cena!
- De novo?!
- Sim, retorne aos seus lugares!

Em cada ângulo que analisamos a face de Marilyn, percebemos que nos tornamos mais íntimos de sua expressão, ora triste, ora extrovertida, enigmática com seu sorriso ingênuo; ou seriamente introvertida nos seus pensamentos:

- Depois desta filmagem, quero um dia inteiro de descanso: estou exausta!
- No camarim, quer que eu a ajude a tirar a maquiagem?
- Não, obrigado! Pode deixar que eu mesma a tiro!

Diante das câmeras, a mídia sensacionalista pode fazer acontecer de tudo, sejam matérias fantásticas, surrealistas. Embora, haja aquelas raras matérias, que de fato, revelam a verdade subtendida nos olhos da sã embriagues, e que são fáceis de serem entendidos, quando nos aproximamos mais da realidade que a envolve!!


(Carlos André)

Poema - Fizemos amor ouvindo Chopin

Fizemos amor ouvindo Chopin















Naquele dia que fomos pra cama
Coloquei o disco de Chopin
E aumentei o volume ao máximo
E deixamos a música clássica
Ser a música ambiente
Da nossa íntima relação: você por cima de mim.

Você estava tão nervosa
E antes que o clima se tornasse tão quente
E os nossos beijos fossem mais intensos
Tendo sua língua se esbarrando na minha
O gosto de sua saliva
Eu fazia carinho em sua nuca
Consequentemente, os pelos de sua pele erguiam-se
E você se soltava aos poucos.
A música também lhe tranquilizava.

Você desabotoava o sutiã e despia-me - deixava-me nu -;
Em frende da natureza tão bela e harmoniosa.
Você me permitia com um simples olhar
E eu invadia seus seios, chupava-os.
Mamilos da existência eterna, e que por baixo
Sentia sua calcinha molhada e a retirava
Com a ponta da língua excitava a ponta do seu clitóris
Lambia os lábios carnosos e avermelhados de sua vagina
E a música de Chopin já estava no “Vivace, em Fá maior”;

E, por fim, eu pegava a camisinha
Na gaveta da escrivaninha.
Meu pênis já estava muito ereto
Assim, eu vestia cuidadosamente o pênis com a camisinha
Você abria as pernas e sentava por cima
Beijava-me e eu retribuía o beijo
Você se remexia, às vezes pulando
Outras vezes rebolando
Sentindo a ponta do meu pênis duro
A fazer cócegas de delírios e arrepios lá dentro.
E em poucos minutos, antes que gozássemos
Seus gemidos de dor prazerosa
Acompanhariam em sintonia
O compasso da música de Chopin!


(Carlos André)

Poema - Contemplação

Contemplação

...minha língua a lamber sua vagina...
...a pontinha do seu clitóris...
...como é gostoso sentir o gosto de sua vagina.

Saiba: que quando há um poema e a imagem a ilustrar
Nessa ocasião, a escrita terá que dizer mais do que a imagem;
A escrita começará a revolucionar
E nós começamos assim: com as preliminares.
Quanto tempo duraria
A nossa concentração?
De olhar um no olho do outro
Dizer a verdade
Pois já estamos tão acostumados
Com as mentiras que nos fazem
Tanto mal.

Quanto tempo duraria
As carícias
Se não for pra sentir mais perto?
O vinho derramado no forro da mesa
O beijo molhado
O brusco suor escorrendo no meu pênis
E ele escrevendo a história
Dentro de sua vagina – carnuda –
Seus lábios externos, eletrizantes, a tremerem de êxtase.
A imagem pouco nos mostra isso
E é mais válido para a nossa imaginação
Uma contemplação de cada vez!!


(Carlos André)

Poema - Desavisados

Desavisados
























Levantaram-me!
No arco invisível
Puxada pela âncora
sem sentido;
Triste imagem
que a mente imprime
por inteiro.

Levaram-me!
Prenderam meus pais:
torturaram minha mãe,
meu pai.
Onde estão eles?
Não sei lhe dizer.
Eles diziam
Que só queriam
fazer-lhes algumas perguntas.

Tentaram me seduzir
Com discursos fáceis
de se iludir qualquer um.
Sei que eles já leram
“O Príncipe” de Maquiavel.
E não me venha agora
Com discursos de Prometeu!


(Carlos André)

Poema - A Procura do Silêncio

A Procura do Silêncio

























Desatar os nós das sandálias
E ir a busca do que nos fortalece
Ao invés de permanecermos naquilo
Que não nos faz tanto bem.

Desatar o verbo da garganta
Propagar o som
Mas que também invadamos
As barreiras de propagação do som
Na procurar da calma, calmaria!

É preciso ser
Para saber o que é.

Não ser mais o que fomos
Todavia, procurar o que somos.


(Carlos André)

Poema - Cabelos ao vento também são pássaros

Cabelos ao vento também são pássaros













Cabelos longos dispersos ao vento
O vento que nos trouxera a ideia de sermos tempo
Dispersos no espaço – cometa -.

Para esta dança
Vou dar a volta em seu mundo
Para dizer que fico.
Vou criar infinidades de passos
Muito antes que os ponteiros do relógio
Desintegrem os átomos da meia noite.

Cabelos ao vento também são poemas mentais;
São pássaros que voam sem rumo
Ou qualquer destino traçado!


(Carlos André)

Poema - O Almoço dos Barqueiros!

O Almoço dos Barqueiros












Ali, nas margens do rio Sena
Num ambiente comum e descontraído
A vida dos barqueiros
E de algumas damas ali presentes
Vão tomando forma e expressividade no espaço
Invadindo os contornos da moldura
Perfilando seus ideais mais supremos.

As uvas e as garrafas de vinho
Em cima do forro branco da mesa
De um lado esquerdo, a dama brincando com seu cachorrinho
E do outro, uma dama conversa com um barqueiro
Veremos que a dinâmica da vida não para.

Mas o que mais me surpreende nesta cena de lazer
Quando analiso cada foco de luz e cor
É a dama do copo d’água!
No que será que ela está a pensar?
Ela se expressa de uma maneira única
Como quem sabe que o momento certo
Haverá de chegar!!


(Carlos André)

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Novela - O PIANISTA

Capítulo XIV – Margaret;

Margaret crescia numa rapidez constante no útero de Leocádia. Esta bem que declarava para Armênio, que sentado no sofá, lia as últimas notícias do jornal:

- Veja, meu amor! A nossa filha está crescendo e esperneando!

Armênio colocava a mão na protuberância da barriga, acariciando-a, sentido sua filha em constante movimento; depois abaixava a cabeça e beijava a barriga. Levantando, dizia no dorso do ouvido de Leocádia:

- Que ela seja forte e feliz, isso será determinante para nossa felicidade!

Enquanto isso, o pequeno Alfred se encontrava na sala, passando a limpo os últimos exercícios básicos de piano do professor Joaquim. No quarto, Cyndi lia os livros que listara para pegar na biblioteca aquele dia. Acredito que em alguns instantes, ela ligaria para marcar em ir ao teatro no próximo final de semana com suas amigas; ou quiçá ligasse para resolver outro assunto. Para o momento geral, todos estavam esperando ansiosos que a Margaret viesse ao mundo.

Entretanto, para aquele dia, aquele momento específico para daqui a pouco, a família dos Botticelli Alves esperava a chegada de Camila e Pérola para o jantar. Será que com o passar do tempo para o pequeno Alfred, haveria diferenças de afinidades entre sua coleguinha Pérola e a sua futura irmã Margaret?


(Carlos André)

domingo, 29 de outubro de 2017

Novela - O PIANISTA

Novela – O PIANISTA
Capítulo XIII – A Carta;

“Luana...

Escrevo em um dia frio, onde a chuva lá fora com granizo começou a cair. Aos poucos, o clima ia se tornando ríspido e exasperante. Com o passar do tempo, eu já não tinha mais o controle de minhas próprias ações.

Querida, os nossos filhos não mereciam sequer ouvir isso: tortura, injustiça, medo dos desafios inusitados que havia na prisão; medo daquilo que vem pela frente; gritos agonizantes pelos corredores quase intermináveis do Galeão. Será que morreremos na cadeira elétrica, no pau-de-arara, seremos jogados ao mar, ou seremos simplesmente tidos como desparecidos políticos?

 Eu me sinto um trato (eles rasgaram minha roupa) que está definhando pouco a pouco em sua existência ignóbil, pela qual, não há mais saída, a não ser acabar com minha própria vida colocando uma corda no pescoço, pois não quero dar o orgulho, o gostinho deles fazerem isso. Mas por pensar em nossos filhos e em ti, nunca perderei a esperança de seguir em frente. Penso muito na Clara e no Gustavo; e por mais que seja difícil nesse momento, eu tenho fé que tudo acabará bem!

Há companheiros de cela que depois de serem torturados e postos em suas celas ensanguentados, clamavam “por favor, me dê um pouco d’água, estou com sede!”; ou aqueles que nem tinham tempo de pedirem água, ou clamarem por Deus. Se bem que, se Deus existisse ali, onde ele estaria?

Querida, era mais do que necessário ter um preparo psicológico do que físico nesse ambiente. Espero que um dia, os nossos filhos tenham a maturidade de entenderem que o pai deles não foi um covarde, um ser inútil e mesquinho, que para os militares, um completo traidor: aquele que não passou a informação devida, o número e o endereço dos camaradas que conseguiram fugir. 

Desejo que os nossos filhos vejam o outro lado da história, e que não comecem a interpretar os fatos verídicos a contragosto. Já não estamos mais vivendo a era Costa e Silva (no qual só se lembra do milagre econômico), agora se instalou a Era mais tenebrosa, onde a tortura anda à solta, e se tornou um cardápio predileto dos militares, período do general Médici.

Espero que os nossos filhos futuramente possam estar cientes, do que é viver às margens de uma decisão importantíssima, e do que é ser líder do seu tempo, em seu tempo. Confesso que há dentro de mim uma chama que não quer se apagar, mas que aos poucos se enfraquece. Eu te amo muito, além dos nossos filhos que me deste. Seria inútil eu dizer “Adeus”, bem melhor um “Até breve”. Perseverar e lutar sempre... um beijo forte no coração!

Do seu querido marido P. A. Tabarez.
15/09/1970”

Esta foi a carta de Pedro Alvarez Tabarez, que foi entregue a Luana por um amigo de sela. Luana era uma das professoras da mesma escola onde Leocádia dava aula.


(Carlos André) 

sábado, 28 de outubro de 2017

Novela - O PIANISTA

Capítulo XII – Qual é o nome do bebê?;

  Um mês se passara após o incidente ocorrido. Não digo a copulação, mas a notícia da vinda de um novo bebê.

Certa vez, o pequeno Alfred não foi tão virtuoso nos exercícios com o professor Joaquim... o maestro; pela qual começaria a treinar a partitura da Ópera  Carmen Bizet. Não sabemos se os erros cometidos na execução da partitura fossem pela vinda do bebê.

O pequeno Alfred estava acostumando com a ideia da vinda de um novo irmãozinho ou uma nova irmãzinha. Cyndi, que com sua vinda para Belo Horizonte, estava planejando se comunicar com a estilista Zuzu Angel, dizia:

- Meu Alfred! Logo, logo, você terá como companhia um irmãozinho ou...
- Quero uma irmãzinha!
- O quê?! Nossa, que quanta exigência!
- Estou sendo sin..cero!
- Vamos esperar para saber!

Era de se esperar que o pequeno Alfred contasse para Pérola. Irmã ou irmão? Ainda não sabia. Camila parabeniza-lhe:

- Que lindo, Alfred! Fico muito feliz: por ti, pela família!
- Grazie! Que dia você levará Pérola em casa? Disse aos meus pais, sobre a ida de vocês – Emendava Alfred, depois dos parabéns, e era extraordinário para uma criança, nascida com sete meses prestes a completar seis anos, a excelente retórica que até então, exercia.
- Poderemos marcar! Não vejo a hora de conhecer seus pais.

E este dia chegaria. Alfred estava ansioso para saber qual seria o sexo do bebê; o nome do bebê. Chegou o dia do ultrassom, e o resultado???????......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... Era uma menina, e se chamaria: Margaret.


(Carlos André)

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Novela - O PIANISTA

Novela – O PIANISTA
Capítulo XI – A surpresa após ter ido à biblioteca;

Esta cena acontece no retorno ao parque com um destaque: o céu estava colorido de cinza: completamente nublado. Se Van Gogh ou Claude Monet pudesse pintá-lo na mesma perspectiva, fico curioso em saber como ficaria, mas deixemos isso pra depois. Bem provável que choveria no caminho de volta para casa, ou quem sabe agora.

- Até mais Pérola! – Alfred abraçou a pequena Pérola.
- A..té...Alfred! – A pequena Pérola se desmanchava feito gelatina, de puro contentamento do resultado que foi a ida à biblioteca, a biografia dos compositores clássicos; o milk-shake tomado.
- Camila... quero que você e Pérola venha em minha casa!
- Quem sabe um dia pequeno Alfred, Pérola e eu possamos conhecer sua casa... seus pais!
- Exatamente Camila! Venha almoçar ou jantar um dia com a gente; minha tia Leocádia gostará muito de Pérola! Mas agora tenho que devolver este pequeno aventureiro antes que chova. Olhe como o céu está!
- Sim, também temos que ir! – Aprovava Camila.
- Tchau, querida Pérola!
- A..té... Cyndi!
- Oh, que fofura! Sabe meu nome direitinho. Um beijo! Até mais Camila!
- Até mais Cyndi!

Se você esperava que chovesse agora ou no caminho, não acertou. Cyndi e Alfred chegaram ao apartamento, momento também em que suponho que Camila e Pérola chegassem também no apartamento. Cyndi e Alfred encontraram logo quando abriram a porta, Armênio e Leocádia, ansiosos, sentados no sofá. Em cima da mesa, havia uma garrafa de vinho, no canto um litro de refrigerante, três jarras de suco, um de laranja, acerola e maracujá que a empregada Luíza tinha colocado na mesa. Quando eles se apresentaram na sala, Armênio e Leocádia levantaram-se. Armênio iniciou, ajoelhando para o pequeno Alfred:

- Temos uma notícia para te contar meu querido Alfred!
- Tia, não me diga... que.. – Pressentiu Cyndi logo ao ver a expressão do rosto de sua tia Leocádia.
- Sim, Cyndi! Estou grávida!
- É menino ou menina?
- Ainda não sabemos Cyndi! Leocádia fará o ultrassom nas próximas semanas! – Afirmou Armênio.

   De fato, Alfred se surpreendeu com a notícia. Havia no canto de sua boquinha, uma expressão de ciúme? Ou uma expressão de alegria? Porventura houvesse um pouco das duas. Será que o pequeno Alfred aceitaria que seus pais dividissem a atenção para seu novo irmão ou irmã, ou isso não seria um problema para ele? Só o tempo diria. Embora, a relação que se estabeleceu com sua amiguinha no parque, a Pérola, já era um indício dos desmembramentos dos próximos capítulos em se tratando do futuro bebê que crescia no passar dos meses, dentro da barriga de sua mãe.

Foi num dia de chuva, à noite, quando retornaram da biblioteca, e Cyndi e Alfred já estavam dormindo, Leocádia e Armênio se jogaram na cama e fizeram amor. O pênis de Armênio dentro da vagina de Leocádia, no vai e vem, no balanço das ondas do mar. Comparado a uma ressaca do mar, um monte de esperma entra na vagina de Leocádia e se esparrama feito um copo d’água que sem querer, cai das mãos do criador – talvez pelo susto de está em completo gozo surgindo -, que expele água do copo em estilhaços no chão da sala.

A surpresa: dentro da vagina há um muco cervical, transparente e escorregadio, assemelhado com a clara de um ovo. Sendo escorregadio, os espermas se locomoveram com uma facilidade imensa, onde somente um esperma venceu a corrida contra o tempo, e conseguiu proliferar o óvulo de Leocádia.


(Carlos André) 

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Novela - O PIANISTA

Capítulo X – A Chegada;

 E eles tentaram logo que chegaram ao parque. Alfred avistou sua coleguinha Pérola no balanço, enquanto Camila a empurrava; de lá pra cá, pra cá e pra lá, numa sequência do balanço. Camila, avistando a chegada de Alfred, parou de balançar Pérola, para que esta o visse.

- Olha lá Pérola, quem veio brincar com você! – Exclamara Camila no ouvido de Pérola. Uma exclamação que podemos dizer que fosse quase um sussurro; um brando vento que viesse visitar os prados, dispersando as sementes para outras regiões, semeando-lhes esperança para um bom cultivo.
- Olá Pérola!
- Olá Alfred! – Respondeu imediatamente Pérola com sua meiguice na face.
- Camila – direcionou Alfred para a mãe de Pérola -, deixe a Pérola ir com a gente na biblioteca? – Perguntara o pequeno Alfred.
- Olá Alfred! Vocês irão mesmo à biblioteca? – Perguntou Camila, olhando diretamente para Cyndi. Camila (de cabelos ruivos naturais), diferente de Cyndi (que também tinha cabelos ruivos, embora fossem pintados e sua cor natural fosse o castanho), não gostava que sua filha saísse para lugares que não fosse o parque, a casa de seus pais ou no sítio da família. Cyndi agora com dezoito; Camila com seus trinta. Todavia, idade pouco importava para as definirem. As atitudes de cada uma, é que revelava a dimensão de representação no espaço atuante.
- Sim, Camila! Tenho que comprar alguns livros que listei. Pérola irá adorar o espaço da biblioteca. Acredite!
- Tudo bem! Acredito que Rodrigo não se importará! Aproveito para ir na casa de uma amiga que não vejo há tanto tempo – Rodrigo era o pai de Pérola, e estava para chegar da Argentina. Ambos se conheceram no lançamento de um livro de um escritor que Rodrigo admirava; Pérola era a garçonete do espaço daquele dia -. E onde eu posso pegá-la? Você irá de carro?
- Sim, estou com o carro do meu tio Armênio. Pode ser aqui no parque, ou num lugar que for mais perto para você! A biblioteca fica a três quadras e meia daqui.
- Então, quando eu retornar... espero aqui! Não demorarei muito na minha amiga. Pérola... comporte-se!
- Tcha..uuu mamãe! Disse Pérola com seus cinco aninhos de meiguice!

No caminho, o pequeno Alfred ia conduzindo a imaginação de Pérola aos universos musicais. Dentro do carro, Alfred disse a Pérola que lhe apresentaria um livro com a biografia (com algumas curiosidades) de todos os músicos clássicos: Vivaldi; Verdi; Rossini; Debussy, Tchaikovsky; Handel; Schubert; Dvorák; Chopin; Bach; Beethoven; Mozart, entre tantos outros, que conhecia, apesar de sua tenra idade. Estávamos em 1970 ainda, e Alfred iria completar seis primaveras.


(Carlos André) 

Novela - O PIANISTA


Capítulo IX – A boa relação entre Cyndi e o pequeno Alfred;


Deixei para detalhar neste capítulo, a boa relação que se estabeleceu de imediato entre Cyndi e o pequeno Alfred.


Exposto no capítulo passado, Cyndi havia levado Alfred para passear no parque, após Alfred ter tido exercícios de piano com o professor particular, amigo de seu pai, o Joaquim... o maestro. Armênio sempre dizia que, se não fosse o serviço no departamento de finanças, que tanto detestava, ele continuaria a ensinar Alfred.


Armênio acreditava que os militares pudessem dar-lhe o direito de reabrir o seu jornal. Devido a uma crônica satirizando os militares numa linguagem metafórica, a censura descobriu a metáfora e acabou barrando a continuação de o Jornal Novo Olhar. Esperança e confiança nunca faltavam para o bendito Armênio. Retornemos em Alfred e Cyndi.


Cyndi amava cuidar do pequeno Alfred, enquanto passava um tempo na casa de sua tia. Não que esse tempo fizesse com que perdesse o seu lado de inquietude ideológica, uma revolucionária. Ela era devota aos zelos que sua tia Leocádia passava antes de ir lecionar. Dava para notar na expressão de Alfred, quando Cyndi o perguntava:


- O que vamos fazer hoje querido Alfred, depois de sua aula de piano?
- Vamos ao parque! – Respondia Alfred todo contente.
- Sim, meu querido Alfred! Mas, além disso, iremos à biblioteca para que possamos ver alguns livros.
- Tudo bem! Amo biblioteca.
- Por que você não chama aquela sua coleguinha do parque para ir com a gente?
- A mãe dela não deixa!
- E se a gente pedisse!
- Podemos tentar!


(Carlos André)