domingo, 18 de maio de 2014

Poema - Efêmera



Efêmera

Meu corpo!
Teu corpo!
Às sós!
Admiramos o rosto complexo
A temeridade da fraqueza humana
Avistamos as janelas abertas da alma
Convertidas no espelho prognóstico
Imagem preta e branca.

Sei que somos do pó da ciência um ser errante
Mas tenho a honra nata em lhe dizer coisas raras
Proponho o verso harmonioso
Na bela imagem do medo
Contra a ideia que temos da utopia dos ventos
Pois notemos que nossas intenções quanto ao que nos restou
Foi uma parte da dúvida que outrora carregamos.

Metafísica do desejo
Forma genuína de que a morte é a duplicação
Entre o bem e o mal
Nossos momentos são tão raros, rápidos, catalíticos
Estás sentada e conversas comigo
Estás me ouvindo, talvez me procurando no silêncio
Estás sentada e não vês que teus sonhos lhe agridem
Enquanto que tua pele é um muro que separa o desejo da razão.

De fato, não aproveitei ao máximo o som da tua voz
O vento que a pouco bagunçou com teu cabelo
Teu sorriso meio torto de confirmação serena
Reflexo da imagem dos teus olhos
Que por dentro dos olhos, se tornou efêmera.

(Autor: Carlos André)

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