sexta-feira, 17 de junho de 2016

Poema - De olhos fechados

De olhos fechados





De olhos fechados me encontro no escuro
Lembranças, daquela última tarde.
De olhos fechados consigo enxergar tua essência e verdade
Teu sorriso e um pouco de teu silêncio
Às vezes, torna-se necessário ver
Aquilo que o coração não consegue enxergar.
                   
De olhos fechados é quando me deito
Às vezes abro-os em plena madrugada
Pela retina vejo meu amor dormindo
Dou-lhe um beijo no rosto
Ela se contrai toda.

Levanto com insônia, caminho pela varanda
Vou até a cozinha e abro a geladeira
No tempo que não passou e o que vai passar
O amor é tão bonito
Como se das janelas da alma pudesse vê teu clarão!

De olhos fechados me pergunto:
- Afinal, onde estou indo?
Quando abro os olhos
Deparo com o um caminho
E um infinito adiante.

De olhos fechados
Perco-me
Às vezes acho
Encontro-me dentro de mim.

Quase todas as pessoas que conheci
Sempre tiveram pretextos
De nomear conceitos
Alguns perderam na vida
Outros encontraram o caminho de volta.

De olhos fechados
Escuto tua respiração
O barulho dos carros
A chuva que cai no chão
A chuva que molha meu corpo
Que cai na palma de minha mão.

De olhos fechados
Vou caminhando na chuva
Comparado a substantivos que saem dos dicionários
Sei que sou feliz!

De olhos fechados
Te amo pela terceira vez consecutiva
Vejo-lhe no escuro
Nesses sentimentos compartilhados
Na luz que se apaga.

De olhos fechados compreendo-me muito mais
Vislumbro o porquê de estarmos aqui
A nossa existência
Imposta pela dicotomia da razão
De olhos fechados é quando mergulho em meu interior
Também é quando vejo as estrelas
A Lua, e o espaço que há em volta
De olhos fechados é como sinto a minha dor.

Abro os olhos e vejo pessoas especiais ao meu lado
Pessoas que conto a minha vida
Meus segredos
Minhas infelicidades
Meus dias em vão.

De olhos fechados é quando tenho vontade de chorar
A lágrima desce da fonte das lembranças
Lembro-me do passado
Daquilo que eu nunca fiz
Ou daquilo que fiz e me arrependi
Hoje quero um “drink” para celebrar este outono
O inverno que arrepia e esfria a pele
E que venha a primavera.

De olhos fechados é como sinto teu nome
É como me sinto ao terminar de ler este poema
Tornamos-nos mais fortes
Quando aprendemos a amar!


(Carlos André)

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