sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Poema - Psicanálise

Psicanálise









Puta?
Isto é o que você pensa
E não o que eu penso!
Chamo-me Nikita
E você?
Perceba que aqui é proibido em se contradizer
Mas aqui não é proibido em fazer amor!
Se fosse, as ideias não viriam ao mundo
Não cresceriam...
Não teriam forma e cor!
Em formato de esperma escorrendo na vagina
Unindo ao óvulo. A vida!
E ao fazer amor...
Deixo o meu corpo transparecer
O imenso desejo que flui da minha buceta.
De fato, não vivemos uma ditadura contra o amor
Vivemos uma ditadura contra a democracia
E acredite: as ideias não morrem.


Suja?
Um pouco, pois hoje escorreguei na lama e cai.
Espatifei meu coração de vidro em estilhaços
Mas catei os cacos
E refiz um coração sereno e forte!
O que é a vida se não errar
E esperar que a perfeição venha logo depois.
Por esta honestidade
Limparei o meu salto alto antes de calçar
E verei o mundo diferente do que via antes
Quando eu estava contigo!


Louca?
Isso sim!
Louca no bom sentido de ser!
Pois não é você meu analista
Meu psicanalista!
Não é você que pagará minha conta, meu drink
Quando vou ao bar e lhe encontro!
Quando eu chegar em casa
Esfregarei minha xoxota
Nas páginas dos livros proibidos.
- Baby, desculpe!
Não tenho cinto de castidade.
Então, tomarei minha última taça antes de ir embora!


Eu não sou daquelas mulheres
Que aceita qualquer tipo de homem em suas vidas
Principalmente aqueles homens que chegam na mulher
Sem antes a perguntar:
- Tu és feliz?
E mulheres que ficam só por ficar
Ou para esquecer um amor do passado!
Desilusão que fulguras a solidão!
Dito tudo isso, sou uma mulher que pensa antes de agir.
Ao invés de agir e depois pensar no que fez.
Como toda e qualquer ação
Há também falhas e reações!


Sou mais louca quando estou de TPM
Naqueles dias de estresse
Colocar aquela tensão pra fora
E sinto vontade de urinar no chão do banheiro
E ver a água do chuveiro misturar com o meu xixi.
Parece tão filosófico isso, mas é biológico
Ao mesmo tempo em que nos faz pensar na ação.
Outras vezes quando estou de TPM
Sinto desejo de transar menstruada
E ver o pau daquela pessoa que eu amo
Lambuzado com o meu sangue!


Vadia?
Isso não!
Não sou vadia!
Ao entrar no banheiro me renovo.
A água do chuveiro que molha meu corpo
Não é a mesma que deixa minha vagina encharcada
Com teus úmidos versos!
Se houve alguma química entre a gente
Não foi por causa da quebra dos átomos de carbono
Ou da absorção dos átomos de oxigênio
Durante o intenso sexo que fizemos
Nem foi por causa de Lavoisier.
Foi por aquilo que o coração gosta de sentir
Quando estás gostando...
Quando estás perdidamente apaixonada.
Mas tudo acaba na mesma pergunta
Quando estou deitada no divã
Refletindo... voltando no tempo...
E o psicanalista me pergunta diretamente:
- Afinal, o que querem as mulheres?


(Carlos André)

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