Psicanálise
Puta?
Isto é o que você pensa
E não o que eu penso!
Chamo-me Nikita
E você?
Perceba que aqui é proibido em
se contradizer
Mas aqui não é proibido em
fazer amor!
Se fosse, as ideias não viriam
ao mundo
Não cresceriam...
Não teriam forma e cor!
Em formato de esperma
escorrendo na vagina
Unindo ao óvulo. A vida!
E ao fazer amor...
Deixo o meu corpo transparecer
O imenso desejo que flui da
minha buceta.
De fato, não vivemos uma
ditadura contra o amor
Vivemos uma ditadura contra a
democracia
E acredite: as ideias não
morrem.
Suja?
Um pouco, pois hoje escorreguei
na lama e cai.
Espatifei meu coração de vidro
em estilhaços
Mas catei os cacos
E refiz um coração sereno e
forte!
O que é a vida se não errar
E esperar que a perfeição venha
logo depois.
Por esta honestidade
Limparei o meu salto alto antes
de calçar
E verei o mundo diferente do
que via antes
Quando eu estava contigo!
Louca?
Isso sim!
Louca no bom sentido de ser!
Pois não é você meu analista
Meu psicanalista!
Não é você que pagará minha
conta, meu drink
Quando vou ao bar e lhe
encontro!
Quando eu chegar em casa
Esfregarei minha xoxota
Nas páginas dos livros
proibidos.
- Baby, desculpe!
Não tenho cinto de castidade.
Então, tomarei minha última
taça antes de ir embora!
Eu não sou daquelas mulheres
Que aceita qualquer tipo de
homem em suas vidas
Principalmente aqueles homens
que chegam na mulher
Sem antes a perguntar:
- Tu és feliz?
E mulheres que ficam só por
ficar
Ou para esquecer um amor do
passado!
Desilusão que fulguras a solidão!
Dito tudo isso, sou uma mulher
que pensa antes de agir.
Ao invés de agir e depois
pensar no que fez.
Como toda e qualquer ação
Há também falhas e reações!
Sou mais louca quando estou de
TPM
Naqueles dias de estresse
Colocar aquela tensão pra fora
E sinto vontade de urinar no
chão do banheiro
E ver a água do chuveiro
misturar com o meu xixi.
Parece tão filosófico isso, mas
é biológico
Ao mesmo tempo em que nos faz
pensar na ação.
Outras vezes quando estou de
TPM
Sinto desejo de transar
menstruada
E ver o pau daquela pessoa que
eu amo
Lambuzado com o meu sangue!
Vadia?
Isso não!
Não sou vadia!
Ao entrar no banheiro me
renovo.
A água do chuveiro que molha
meu corpo
Não é a mesma que deixa minha
vagina encharcada
Com teus úmidos versos!
Se houve alguma química entre a
gente
Não foi por causa da quebra dos
átomos de carbono
Ou da absorção dos átomos de
oxigênio
Durante o intenso sexo que
fizemos
Nem foi por causa de Lavoisier.
Foi por aquilo que o coração
gosta de sentir
Quando estás gostando...
Quando estás perdidamente
apaixonada.
Mas tudo acaba na mesma
pergunta
Quando estou deitada no divã
Refletindo... voltando no
tempo...
E o psicanalista me pergunta
diretamente:
- Afinal, o que querem as
mulheres?
(Carlos André)
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