sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Poema - A Rosa do povo

A Rosa do povo







































O perfume das flores exala ao longe
Amanheceram no meu jardim
Teus girassóis, nossas conversas de agora à tarde.

Já sabes que amanhã bem cedo penso em ti
Procuro o porquê e além daquilo
Algo sobre mim
As flores não cantam suas dores
Algumas flores se emocionam com certa facilidade
Eu, no vagão do trem, estou a pensar sobre o passado.

Tantas vitórias como também perdas inevitáveis
Da dor da perda
A clarividência do que somos Amanda!
Estes meros atuantes no palco da vida
Algum acontecimento naquela cena
Alguma ação que modificou toda a historia
Feito dados lançados ao chão
O destino pode ter um papel crucial
Quando as cortinas se abrem!

Vosso parecer me lembra dum certo dia
Onde aproveitei mais as pessoas que me fizeram feliz.
Onde aproveitei os mínimos detalhes antes não percebidos
Onde aproveitei mais a paisagem ao redor de mim
Vendo os navios ao cais
Quase prontos para navegar neste mar imenso!

Navegar na vida, se a vida fosse inteira a navegar
Navego em ti a espera de me encontrar
No primeiro encontro
Recito versos no recinto do meu viver.
Coisas que o coração da gente não finge, mas sente.

Às vezes diz horrores
Mas ele sabe quando é que precisamos de um momento de calma...
De um afago
E sentir alguma flor que possa está vivo em meus sonhos
E lembro-me daquelas rosas que esperam alguém passar
E dizer algo que as encante!
Cativa-las – a rosa na redoma de vidro –
Ele a protege do frio, de uma jorrada de vento
Da dor...
Do batom destilei a tinta dos teus lábios, e com um lápis
Modelei teu corpo!

O desenho do corpo e a rosa vermelha...
Púrpura, purpurina.
Sinto-te tão distante naquilo que o meu coração
Tem a me dizer!
Aproveito as horas, tudo que não venha a ser contínuo
Com uma tremenda intensidade que a noção do tempo adquiri
Durante estes nossos momentos vividos.

Sinto-te muitas vezes tão perto
Que o coração já fica desperto
De qualquer ameaça ao inesperado.
Se viés à tarde
Saibas que desde cedo já estarei esperando.
Meu coração palpita a inocência e a maturidade.

Quando gosto vivo um sentimento por inteiro
Sois como um Sol
Sou a inteira explicação dos átomos
Mas que átomos têm os tipos de flores?
Quais flores podem enfeitar os átomos?

Homens que pensam...
Mulheres revolucionárias de ideais
Mulheres feministas por uma causa maior
Que vão até as ruas, protesta por seus direitos
Vestem com roupas que demonstram tua ideologia
A sede de luta de todas as rosas
Esta rosa pela qual escrevo e dedico minhas saudosas lembranças!

Lábios que falam mais alto
Que gritam, esbravejam, silencio...
Lábios que falam de outros lábios
Outras línguas que se encontram, beijam-se.
Entre outras bocas e a saliva.
Dois personagens...
E a última noite de amor “caliente” feito na cama.

Agora observo a rosa colocada a pouco no jarro d’água
Como elas exprimem sua delicadeza: o caule submerso.
Pétalas vivas, orquídeas em um canto da sala.
No quarto as promessas, os nossos segredos em alguns instantes.
Olhos que se veem no espelho da alma nua
Que contam os segundos antes que chegue o acaso
Quando as cortinas se abrem no espetáculo da vida...
O corpo nu que se levanta da cama
Lava o rosto, enxuga o rosto com a toalha
Acorda pra vida.
Toma um bom e relaxante banho
Depois toma uma xícara de café bem quente
Olha os recados deixados na secretária eletrônica.
Ler as últimas cartas que recebestes nos últimos meses
Em nome de todas as camélias que ornamenta a varanda
Um bom disco na sala de estar
Faz-me lembrar dela, daquelas tardes inesquecíveis.
Em nome de todo amor que houver nesta vida, Amanda!
Então vem e me diz, qual é o nome da rosa?
A mulher que colocara a rosa no jarro
É a mesma mulher que levantou, acordou pra vida.
Toca a campainha e o coração desata:
- Quem poderá ser?

Certas canções que escuto ficam na alma
No piano de um bar ouço um refrão de bolero
Danço um tango e sou mais feliz do que muito era antes!

Românticos com causa e efeito de serem românticos
Amar este claro modesto enigma
Somos românticos com causa e consequência de sermos.
 
É só o amor...
O amor diz tudo e ao mesmo tempo
Faz-nos dispersos pelo mundo inteiro
O amor não alimenta maldade
É recíproco e inevitável
E se não for naquele clima
Não é amor.

Uma rosa deixada em cima do piano
Tantas palavras que precisavam ser ditas
E foram ditas, proclamadas!
O poeta em frente a tua musa
Comparado a uma modelo diante das câmeras, o “flasch” e o brilho...
Uma pintura como daquelas de Leonardo da Vinci e Pablo Picasso
Uma clássica pintura da arte-máxima!


(Carlos André)

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