- São somente focos de luzes,
Clara! Focos de luzes que dão pra ver daqui da janela!
- Mas daqui dá pra ver o
mundo bem melhor do que víamos antes!
- Sim! No meu caso, da
janela do carro vejo o mundo transcrito e traduzido em raios ultravioletas.
- E lá fora, as ditas
violetas poderão brotar no solo fértil, sem fantasia, ricas de pura verdade. Raios
ultravioletas que ajudam as violetas a cresceram naquele solo.
- Bem interessante a sua observação.
Também no nosso coração, Clara! Elas poderão florescer, seja na primavera, ou
se renovar completamente no outono.
- Quê romântico, pai!
- Este pôr-do-sol está tão
belo, filha!
- Sim! Incrível é a
natureza. Pai, eu posso ver o mundo, mesmo que seja por poucos segundos, com a
lente dos seus óculos?
- No momento não, filha!
Estou dirigindo! Quando chegarmos em casa, eu lhe empresto!
- É verdade que o mundo
depende muito da pessoa que a vê?!
- Por que diz isso?
- Por que você e a mamãe
estavam discutindo um dia desses, e eu fiquei ouvindo escondida no canto da
porta!
- Não faça isso, Clara! Eu e
a mamãe estávamos...
- Sim, eu sei! Teve um
momento que você disse a ela que para tornarmos o mundo melhor, isso dependerá
muito da pessoa que a vê e interpreta por si próprio.
- Sim! Naquela ocasião, eu
estava alertando sua mãe quanto aos perigos de deixarmos a monotonia, o
cotidiano estressante nos dominar. Este nosso passeio, é uma fuga para
evitarmos isso! Não se esqueça disso filha: corra em direção aos seus sonhos, e
não perca tempo, o tempo tem suas falhas indigestas.
- Sim, meu querido pai! Não
esquecerei!!
(Carlos André)
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