terça-feira, 20 de março de 2018

Clara evidencia























- São somente focos de luzes, Clara! Focos de luzes que dão pra ver daqui da janela!
- Mas daqui dá pra ver o mundo bem melhor do que víamos antes!
- Sim! No meu caso, da janela do carro vejo o mundo transcrito e traduzido em raios ultravioletas.
- E lá fora, as ditas violetas poderão brotar no solo fértil, sem fantasia, ricas de pura verdade. Raios ultravioletas que ajudam as violetas a cresceram naquele solo.
- Bem interessante a sua observação. Também no nosso coração, Clara! Elas poderão florescer, seja na primavera, ou se renovar completamente no outono.
- Quê romântico, pai!
- Este pôr-do-sol está tão belo, filha!
- Sim! Incrível é a natureza. Pai, eu posso ver o mundo, mesmo que seja por poucos segundos, com a lente dos seus óculos?
- No momento não, filha! Estou dirigindo! Quando chegarmos em casa, eu lhe empresto!
- É verdade que o mundo depende muito da pessoa que a vê?!
- Por que diz isso?
- Por que você e a mamãe estavam discutindo um dia desses, e eu fiquei ouvindo escondida no canto da porta!
- Não faça isso, Clara! Eu e a mamãe estávamos...
- Sim, eu sei! Teve um momento que você disse a ela que para tornarmos o mundo melhor, isso dependerá muito da pessoa que a vê e interpreta por si próprio.
- Sim! Naquela ocasião, eu estava alertando sua mãe quanto aos perigos de deixarmos a monotonia, o cotidiano estressante nos dominar. Este nosso passeio, é uma fuga para evitarmos isso! Não se esqueça disso filha: corra em direção aos seus sonhos, e não perca tempo, o tempo tem suas falhas indigestas.
- Sim, meu querido pai! Não esquecerei!!

(Carlos André)

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