terça-feira, 1 de setembro de 2015

Crônica - A Existência



                                     


                                       A Existência






          Não me sinto mais próximo, quanto mais feliz quem sabe. Sinto-me prestes a ser alguém. Não que eu não tenha sido alguém durante toda minha vida. Mas me sinto prestes de ser alguém, especialmente alguém, definitivamente alguém, completamente capaz de amar. Não que eu não tenha amado durante toda minha vida. Mas me sinto prestes de ser amado, em detalhes!
      Estou preparado para as surpresas que ainda virão. O espetáculo que começa e acaba; talvez, não tenha fim! Acredito que eu sou um excelente organizador: seleciono os principais pensamentos do dia, escolho o qual me cai bem.
          Possivelmente me sinto nas melhores intenções. Devidamente cuido da minha saúde, porque sinto curiosamente que devo me importar a cada fio do meu cabelo. Não fumo, porém bebo: suspeita que eu beba vinho, licor, champanhe: agora, não mais suspeitam. Além disso, bebo moderadamente, não fiques preocupada.
         Para as pessoas que fumam cigarro, seja qual forem à marca, comercial, normas da publicidade, não fume pela marca, comercial – fume por você mesmo –, e se isso pode lhe matar, - morra por você mesmo -; entretanto, se queres ser feliz, seja feliz por você mesmo e por todos que te amam. Teu coração lhe espera, teu pulmão espera por novos ares.
        Reparo que há diversos lábios que estão ressecados, mordidos, quase um laivo de sangue mínimo nota-se no canto da boca. Se não fossem meus olhos burlescamente burlescos, eu não notaria que no canto da boca há representações do vício ingênuo! Vários vícios, diversos vícios, vários vícios, diversos vícios, vários vícios, diversos vícios, vários vícios, diversos vícios; tomara que isso não cause em vossa excelência um cansaço mórbido, onde é preciso beber água para hidratar-se dessa terrível fase humana: o vício!
         Os flocos de neve caem em seu rosto, refresca a alma, o ideal, acontecimento de antes. Medos que a consolam e impulsionam colidir em outros medos, enfrentá-los. Sombras do amor debaixo do sorriso. O foro da cama.
         Tenho uma filha de dois meses e meio. Alegra-me assisti-la sugar com a boquinha rosada os seios, procurando o leite materno. Quando sentes minha presença, vira rapidamente o rostinho em minha direção e ri, como a dizer:

-Papai, logo eu crescerei e compreenderia este mundo!

          E retornas para os seios, pois é preciso produzir as sensações, neutralizar qualquer alarme falso, preocupação despercebida. E isso, não é um livre-arbítrio. É simplesmente a noção de poder... existir!

                                    (Autor: Carlos André)

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