Rua
Contínua
Escrevo-te
estas linhas tão simbólicas de saudade
A
marca do teu beijo ainda em meus lábios
Por
tentar muito, me sinto num espaço com uma visão ampla
Sacramentado
pelo vício de se aventurar, o vício em viver
O
perfume no travesseiro!
O
fio de cabelo teu deixado na cama!
Não
me sinto numa redoma de vidro. E muito menos não quero que me vejam assim. No
intervalo de tempo entre sua respiração e seu bom humor. No bater das asas do
beija-flor e no voo da libélula
Quero
me sentir
como
este
verso,
solto,
sem alinhamento,
regras da métrica
poética
sem
uso de rimas.
Raramente
uso rimas, as rimas tem hora certa para aparecer, senão o texto fica doce de
tantas rimas usadas sem pretensão poética. Todos nós alguma vez na vida
sentimos livres pra ousar... aprendemos ainda mais a leia do primeiro olhar,
dos segundos contados no relogio da parede, das terceiras cartas escritas num
quarto de hotel,
no
quinto andar,
na
sexta semana de descobrimentos do Brasil!
Esta
é a sétima carta que escrevo desde quando cheguei até aqui
A
primeira escrevi em Ouro Preto
A
segunda em Diamantina.
É
bom relembrar os finais de semana principalmente nos domingos
Juntar
uma boa turma e ir ao Bar Juá
Degustar
de um peixe frito, porção de batatas com carne
Contemplar
o Rio Jequitinhonha
Visto
que hoje sabemos que ele não é mais o mesmo
Na
praça à noite, tomar um bom vinho
Tocar
violão na Fonte com o repertório de músicas legais
Então,
sem comprometer ninguém
Nem
estragar teus ideais
Escrevo-te
estes versos com nenhuma estrofe que nos possa abalar lá na frente.
Em
minhas veias corre o sangue desta cultura
Onde
muitos chamam de pátria mãe
Como
também correm em minhas veias outras origens literárias!
Sendo
assim, bom dia Rua do Ouro.
Boa
tarde aos ipês floridos de Diamantina
Boa
noite aos vernáculos e seus bordões!
Às
vezes, olhamos pelo vidro da janela
E
não vemos nada.
As
janelas estão turvas de gotas da neblina
Aqui
pela manhã choveu bastante
Bem
diferente quando organizamos o verso
ao
nosso estilo:
Aqui
choveu pela manhã.
Pela
manhã choveu aqui.
Choveu
aqui pela manhã.
Ou
seria melhor em dizer, sem se comprometer de novo
Ou
ficar fadigado de tanta repetição:
-Chove
e continuará chovendo na terra do ESPETÁCULO.
Isto
se chama poemamotriz, contomotriz, ensaiomotriz
Não
fique com medo do “suspense” que é o escuro
A
vida é uma peça de teatro
Pela
qual na maioria dos noticiários somos coadjuvantes
Outras
vezes espectadores da cena assistida
Ela
olhou no fundo dos seus olhos e disse “SIM!”.
O
amor nos conduz a tantos caminhos.
Há
várias ruas pelas quais
Não
sei onde quero chegar
Mas
sei exatamente onde quero ir.
Seja
bem vindo ao pôr-do-sol!!
(Autor:
Carlos André)
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