Com o fim da Primeira
Guerra Mundial (1914-1918), Janus, um jovem aventureiro que percorria os
escombros deixados pela Guerra, e procurava nos escombros, relógios e seus
variados tipos de modelos; flores verdadeiras nos pés de Buritizeiros.
Certo dia, Janus
confessou ao seu pai:
- Quando eu crescer,
eu serei um desbravador.
- Mas primeiro filho,
você precisa de uma bússola. Encontrar a bússola certa que te leve por este
caminho.
Quando Janus cresceu,
ele percebeu que os relógios também tinham o mesmo poder da bússola que seu pai
tanto dizia: o de fazer direcionar no caminho certo, e que este caminho chegue
à rota que desejamos, onde desde o início, foram traçados no mapa os nossos
objetivos.
Na escola, Isaque
Nobre Igor fazia(m) escárnio de Janus quando a professora de História entrava
na sala, e uivava(m) como se fosse(m) lobo(s):
- Janus, Janus, o colecionador
de lixos – não sabíamos se eram dois ou somente um, mas somente um existia
(fisicamente). Psicologicamente, Janus era mais forte do que aqueles que nunca
presenciaram a dor pungente de uma Guerra; bem mais forte do que Dalila e
Sansão.
Judith, que Janus
tanto gostava, era sua melhor companhia na sala de aula, por mais que Renata
era “amiga” de Judith para segredos mirabolantes, mas durante o recreio, Judith
e Janus compartilhavam da merenda que traziam na mochila, além de sentimentos
puros e verdadeiros. Compartilhavam trabalhos escolares, ciúmes saudáveis,
abraços partidos, cartas de uma guerra passada. Eu penso em K. M. Os dois
enrolando um ao outro não é válido. Sua mãe ficou grávida de você aos 19 anos. Não
vamos começar o ano com mentiras. Onde andou o seu pai este tempo todo? Ao
lado, no bar, um grupo de “homens” fazem barulho jogando baralho. São reflexos
da vida. Vale lembrar que tudo que estiver escondido, um dia se descobrirá. Isso
nunca foi um jogo de sinuca, onde ganhar parecesse fácil; eu prefiro o
latim-italiano, do que o inglês-Estados Unidos. Sonatas ao luar de uma música
clássica, sobretudo azul.
Um dia, Judith
declarou com o coração aberto:
- Janus, me leve no
esconderijo dos relógios, onde tem a bússola perdida.
- Judith, tente
conter a curiosidade. Te levarei quando eu encontrar o relógio certo, que há
muito tempo estou a procura.
- Por favor, me prometa
que você não vai demorar.
- Eu prometo.
Antes de pensarmos no
trem, ambos estavam pensando já nos trilhos. Antes de pensarmos no encontro
simbólico do Rio Jequitinhonha com o Rio São Francisco, de Itaporé e Pirapora, ambos
já tinham se visto. Lembre da promessa de um amor verdadeiro. Muitas vezes
desenterramos, feito ouro ou diamante, amores passados, promessas perdidas, ilusões
ilusórias em sagrados pleonasmos, mas isso nos traz tanta dor. Por isso que
Janus sempre quis olhar para frente, ao invés de cometer o erro de olhar para
trás, como um rio que faz curva em sua nascente, sem saber para onde ir. No
entanto, há um futuro não tão distante, onde vejo o equilíbrio!!
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