sexta-feira, 10 de julho de 2015

Peça Teatral Futurista (Monólogo) - Sombras, cópias, e ideias originais



                Sombras, cópias, e ideias originais





Descrição do personagem: Juno é um personagem do ano 2042, e está diante do mar, observando as ondas que vão formando. Assim, ele começa a refletir sobre os acontecimentos:

-Mar! Tu que me ouves, saibas que sua imensidão conforta-me. O sorriso vai perdendo a ferrugem que se acumulou. Vi vários deuses em teu espelho refletir. Não aceito respostas prontas. Aceito como recompensa o teu barulho aconchegante que veio de outras brumas, das águas que nos alerta para a reflexão.

A humanidade sempre teve a chave da promessa. O protótipo da invenção, os artefatos e os fatos estão expostos. No período renascentista, eles estudaram o corpo e suas articulações. A ciência do século XXI veio montando durante séculos o famoso quebra cabeça. O mundo viveu fases: “era das trevas”, eras medievais, iluministas, modernas. Ir além da Fonte confiável, e provar da melhor qualidade. O ser humano é tão pequeno se compararmos a vida versus a morte, mas se engrandecem muito mais quando querem vencer o tempo! Seria possível vencer a morte? Viver eternamente? Eles estão criando. E sabem oque os cientistas estão criando nos laboratórios? Sombras de humanos. Quando caminho nas ruas avisto robôs que já têm todas as ações programadas. Ações de pequenas frases, pois eles não foram criados para dizerem frases longas. A família anda desestruturada, as relações de comunicação estão sendo interferidos. Meu mar que de tão extenso tu és, me impedes de navegar em tuas águas para saber o que há do outro lado do continente. Os seres humanos utilizam a clonagem terapêutica como benefício de recuperação de tecidos mortos do corpo humano, pessoas paraplégicas que através da clonagem das células tronco, recuperam seus movimentos. Mas então, o que argumentar da clonagem humana? Imagine cópias, fisicamente iguais a você caminhando pelas ruas, e de uma hora pra outra você se depara com tua própria imagem bem mais jovial ali parada, olhando pra ti. Você levantaria uma das mãos e tocaria o rosto de sua imagem para saber se o que estás diante de ti é verdade?Como se agora os seres humanos dessem conta da dimensão da velhice e da juventude, o presente versus o passado. Meu mar, por favor, responda estas perguntas que lhe faço; mar este que deixou a poucos minutos de fazer barulho e se calou. Por enquanto que tu não voltas, viajo no tempo e revivo a Era Medieval! Ela começa a dedilhar e tocar sua cítara agradável aos ouvidos.

Não quero beber da fonte do esquecimento, pois esta água é suja e não dá pra vê o que está no fundo. Quero beber daquela Fonte do Bosque, que é da água mais límpida e refrescante que ela me ofereceu, e a donzela começou cantar para mim!

(Autor: Carlos André)

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