Poema - Clitóris

Clitóris

 sturbes...

Se masturbe...
Retires a calcinha

Tua lingerie

Se masturbes.

Debaixo do cobertor

No banheiro

Se masturbes

Enfies teu dedo dentro da vagina

Alisa teu clitóris

Sintas tua pele a se arrepiar

Clitóris a se estender!

Se masturbes...

Contorças na cama em segredos

Molhes o lençol

Momentos de energia

Pulsando na boceta!

Se masturbes...

Desde quando eu lhe disse adeus

E mesmo assim, voltei

Para dizer-te que:

-Te amo!

Se masturbes...

Sintas teu clitóris vibrando

Tua vagina úmida a molhar a calcinha

Destes meros amores em pranto!

Se masturbes...

Olhares que se atraem

Corpos que se atraem

Olhos que se veem no espelho

Olham-se e se apaixonam...

Flores molhadas!

Um paletó manchado do meu batom

Rosas perfeitas sem nenhum pudor!

Se masturbes...

Percebas uma sensação fria e quente

Sintas uma boca sugando-a

Uma língua lambendo teu clitóris!

Se masturbes...

Domines o corpo

O cheiro inesquecível da minha vagina

No gosto amargo e ao mesmo tempo doce!

Se masturbes...

Se excite, não se limites.

E não se exceda, prossiga, conquiste-me!

Não traga hoje flores brancas...

Traga flores vermelhas!

Acaricie os lábios carnosos de minha boceta

Assopre levemente bem lá no fundo!

Se masturbes...

Pois a vida tem tantas questões, explicações

Que pouco se explicam

E tão muito pouco a do que se falar.

Não se prendas, fujas, algumas vezes volte ao ponto inicial

Para onde tudo começou.

Talvez encontres o que foi perdido.

Falo de minha vida, saiba que tenho tantos planos

Sonhos a serem realizados

Com a marca registrada de uma menina com sentimentos

De uma mulher guerreira!

Se masturbes...

Bebas um bom vinho

Se vistas com todo encanto de mulher

Depois se dispas

Deixes tua alma nua

E se embriagues de pura poesia!

Se masturbes...

Supere os rancores passados

Vida que corre e não pausa

Agora mereço uma pausa, colocar a melhor maquiagem

Um flash para uma foto, um “remake”

Champanhe ou um dry Martini

Um brinde ao amor!

Entre ciclos, TPMs...

O sangue menstrual a escorrer no chão do banheiro

A fênix que ressurge das cinzas

-Ufa!

Vida que se renova!

Se masturbes...

Esqueças do barulho de lá fora

Da correria do cotidiano

Dos momentos de amargura, momentos infelizes

Da xícara de café que escapole da mão e cai

Juntar os cacos

E recompor a vida num instante!

Se masturbes...

Tenhas a liberdade de escrever loucuras de amor

De dizer que um dia já amou de verdade

Grite para tudo mundo ouvir!

Se masturbes...

Meu corpo é minha liberdade,

Minha vagina, minhas leis, meu sistema

Aliando a ordem do cosmos, das estrelas

Ao gozo inevitável!

Não penses mais nada e...

Se masturbes...

Com todo orgulho de ser mulher

De ser decidida com certa objetividade

De ser livre

Feliz!!

(Autor: Carlos André)