Protagonizada por uma das atrizes que eu mais admiro
nesse universo da sétima arte, a premiada atriz Nicole Kidman, o filme “Antes
de Dormir” (2014), adaptação do livro do escritor S. J. Watson, nos mostra a
perfeita junção entre psicanálise e suspense.
Psicanálise porque estaremos diante de um quadro da
personagem Christine Lucas, que sofre perda de memória quando ACORDA, sem
lembrar o próprio nome, de quem está ao seu lado dormindo, um tipo de amnésia
pós-traumática. O que causou este trauma? A personagem foi espancada num quarto
de hotel, e obviamente ela não sabe o que a motivou ter parado naquele lugar, e
principalmente quem foi o agressor: aqui está o suspense.
Todas as manhãs, o marido Bem Lucas (vivido pelo ator
Colin Firth) tem que se explicar a Christine que eles estão casados há 14 anos,
sem revelar muitos detalhes do passado, talvez para que Christine não absorva
muitas informações “pesadas” do seu passado durante o dia, pois quando
Christine dormir, ela não se lembrará de nada.
Podemos dizer que há um divisor de água quando o filme
retorna há duas semanas antes, no início da consulta secreta com o psiquiatra
neurológico Dr. Nasch (vivido pelo ator Mark Strong), no qual este pedirá a
Christine para manter em segredo um diário visual, ou seja, todo dia antes de
dormir, fazer uma filmagem relatando os detalhes do cotidiano, sem se esquecer
do próprio nome. Quando Ben fosse trabalhar pela manhã, o Dr. Nasch ligaria
para lembrar a Christine da câmera.
Lembranças vagas, fuga da memória, ato falho, e a
simbólica transferência. Um exemplo da transferência é quando Christine começa
a se apaixonar pelo psiquiatra Nasch. Na altura dessa trama psicológica, em
quem confiar: no marido Ben, ou no psiquiatra Dr. Nasch? O significado do
título já nos aparece logo na primeira cena, e é muito importante assistir este
filme, antes de dormir!!
(Carlos André)
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