domingo, 12 de março de 2017

Poema - Pagu

Pagu




















Apagaram as luzes
Abriram as cortinas
Entre pequenos intervalos de espaço
Colocaram a música de fundo de Stravinsky
E o espetáculo teve início.

A discussão da atual ordem política
A ampliação do Parque Industrial
Os protestos dos proletariados
O amor inocente de Matilde
Os quadros da Tarsila do Amaral
Manifestos do Oswald de Andrade
A Semana de Arte Moderna
Antecederam a Era Vargas instaurada aqui no Brasil.

Se perguntarem quem eu sou
Não vá por aí dizer falsos nomes
Esta vendo aquela imagem: essa sou eu.
Meus olhos aprofundam o teu ser
Faz-te perguntar de fato, quem tu és.
Faz-te pensar naquilo que nunca pensou.
E mesmo assim,
Não quero que cometa os mesmos erros
Dos quais eu cometi
Antes de se tornar esta de quem eu sou.

Amei sem antes anteceder as consequências
E fiz certo em não consultar o passado
E pensei no futuro,
amei de verdade e no momento que era pra ser.
Isso em mim daqui a alguns instantes refletirá
Tudo que deixei de fazer
Para aquilo que fiz por sentir.

Talvez não se lembre
Mas você está assistindo esta peça
Ouvindo esta historia
Lendo as manchetes dos jornais de ontem
E dos jornais de hoje
Pelo fato único de que lutamos
Para que isso acontecesse.

E para terminar
Note em minhas excêntricas roupas
O meu modo de falar e de se portar
Diante da sociedade manipulada pelas falsas mídias
Diz muito da minha personalidade.
Acenderam as luzes
Fecharam as cortinas
Meu nome é Patrícia Rehder Galvão
Mas podem me chamar de Pagu!


(Carlos André)

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