quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Da Guerra nasceu a Margarida


















Dos mísseis lançados em terras inimigas, nasceu a nossa insegurança
Dos tanques de guerra desfilando na avenida, proliferou o nosso extremo orgulho;
Da bandeira com as marcas da guerra hasteadas na Praça da Glória, anjos anunciaram no Olimpo;
Dos torpedos farejando o alvo a quilômetros de distância, navios e corpos dilacerados eles teriam;
Do cometa avisando a NASA que partiria a Terra em pedaços, os prognósticos não queriam acreditar;
Do esperma selecionado retardando o caminho para pensar no valor dos concorrentes, nasceria a prole para o futuro não tão distante;
Da vida se fazendo outra enquanto a partida não era a mesma, ocorreria o caos em meio ao heliocentrismo;
Do justo se justificando para os fins e meios, a senhora injustiça não tardaria chegar;
Do Museu junto do seu passado-futuro ardendo em chamas, levaria muito tempo para recompor o verdadeiro valor da nossa memória;

Enquanto tudo acontece
Algumas frequências perdem o freio
E outras conseguem se equilibrar na corda bamba
Eu fico aqui sentado no banco
Lendo meu jornal
E vejo na Praça da Guerra e Paz
No meio de cápsulas e balas de canhão
Nascer a minha futura vizinha: a Margarida!!

(Carlos André)

Nenhum comentário:

Postar um comentário