domingo, 13 de outubro de 2013

Poema - Instinto Selvagem



Instinto Selvagem

Bocas famintas, o que me destes em troca?
Destes-me a saudade de amar
Foi assim que amamos
No cais
Meu Porto Seguro
Amamos a mercê das despedidas
Amamos a espera do encontrar
Amamos no réveillon
Amamos no dia 31 de Maio.

Bocas ardentes, o que ofereceis em favor da vida?
Oferecem teus antibióticos, cartas mal escritas
Escondem no cansaço memórias de esfinge
Amamos o sempre de cada vez.

Bocas disciplinadas, o que te intrigas?
No quanto que me entendas
Contentas-me o saber
Donde venho o que sou?

Bocas assíduas de novos carnavais
Bocas latentes
Saudosas são as criaturas
Tua lei da decomposição natural.

Caudalosos, vejo os rios que por aqui passam
Nossas vidas, vossos mundos
A matemática conspira a favor de nossas benevolências.

Sinto em ti desejos que nunca percebi
Em nenhum corpo, de nenhum Sol
Bocas petulantes, o que trazes pra mim?
-Trago-lhe o perfume de outras bocas!
Bocas com o quê de instinto selvagem.

                            (Autor: Carlos André)

Nenhum comentário:

Postar um comentário