Nosso Mundo
Vejo você crescendo. A vida continua.
O tempo não para
Quase não para,
se
parasse, tua mudança seria imediata
Querer-se encontrar as respostas que ainda não tinha
Deseja voltar, inspiração que não falha
Mede a distância percorrida entre o tempo e espaço
Para isto, menina! Criança adulta, que fingi amar
Quão não amasse teu destino?
Em volta de mim, não reparo as observâncias curtas e
modestas, dilacerantes
Em volta de mim, há o espetáculo comedido, o orgasmo
em cada palavra
Meu mundo, teu mundo é uma estrofe sem ritmo. Meu
mundo é uma estrofe clássica.
Vernáculo proibido, náusea de agora a pouco quando teu
destino estiver
em
alheios domínios
Como se não bastasse, lá fora chove, e aqui o sol
reina
Mesmo se o Sol não reinasse subsistiria a verdade
Permita em lhe dizer: a verdade é uma mentira, e a
mentira solidão. Logo,
a verdade é
um desejo de saudade perdida.
Atente-se para a concorrência que corre ao mundo
Ao mundo, teu mundo, sozinho, mudo
Mudo de conduta, mudo de aparência, estética
preestabelecida
Nosso sonho viraria moinho, repescagem pela frente
fria
Nosso sonho adormeceria ao anoitecer.
Encontro-te na lotérica e o mundo não transparece, ele
se enriquece de poucas poesias
Lunáticos pela ideia de não entender, de quando
sempre, sermos crianças vestidas de não fantasiar, amar o nosso mundo.
Nosso Mundo!
Porque a mentira é uma só
Porque a verdade são duas numa mentira
Porque a mulher portuguesa mereceria outra chance
Porque a beleza contemporânea é decadência de sentido
Se você fosse poeta
Se você fingir-se chorar
Se você admirar-se as coisas inúteis
A burrice que não existi, nunca existiu
Se você voltar-se a tentar
Se você fosse você
Se tu que amas e se condenas não fazes nada por este
amor
Por que então existiria outro protótipo de seres
humanos?
(Autor: Carlos André)
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