Tardes de Domingo
Um licor já não basta, como não
basta o bastante
Um instante pro outro
Um amar quase quente. Constante!
O vinho já não tivera mais o
sabor das tardes que foram outras,
Das vidas que foram outras
Dos momentos que se confundem com a
saudade
Pudera eu entender a saudade
Se equilibrar ao passo curto;
longo é a jornada de volta
Ao menos, que nossas angústias sejam
transitórias
Não nos percamos sem saída!
Na saliva a textura do beijo,
cenas de compreensão
Muitas vezes incompreendidas
Não há traição!
Só porque haverá uma taça de vinho manchada nos lençóis
Isso não quer dizer que nada
dure, pois tudo se transforma
Não reescrevo ao desperdício, e
sim, opto por soluções.
Se viveres por um só momento,
não ousará contentar-se com o pouco
Lembras que o momento não é
somente um tempo adquirido
O tempo tem suas falhas
indigestas
O momento é a justificativa do
tempo
Tempo ao tempo
Agora não caminho com passos
curtos, administro meus pés ao caminhar infinito.
Se disser por solidão ao
descompasso,
Se ouvir porque, deve-se ouvir,
Se amar porque, deve-se amar
Amar o porquê!
Desejar o por quê?
Olhar-se um pro outro na resposta de motivo
Um querer-se de bem-me-quer
Nas tardes inesquecíveis de
domingo...
(Autor: Carlos André)
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