terça-feira, 2 de agosto de 2016

Poema - Ao Som de um Bolero


Ao som de um Bolero

 
Entre drinks baratos e outros nem tanto

A vida vai ganhando forma e conteúdo

Agora lembro: meu batom vermelho ficou na aba do teu paletó.

- Sorry! (Desculpe-me!)

 

Uma mulher espera molhada o ônibus:

- O trânsito engarrafou, chegarei atrasado!

Do outro lado da vida há uma bailarina

Que ensaia teus passos de dança

Que sente na ponta dos dedos

Como a tantas mulheres haverá em sentir na ponta do teu clitóris.

A vida é um completo dançar

Às vezes com ópera ou sem

Às vezes em transe!

 

Coloco o disco de vinil

E durmo ao som de um bolero

E o que deixei pra trás na Bolívia.

 

Sinto medo de me ferir

Medo de me apaixonar outra vez

E aquela sensação se não vim, o que será? E se isso não acontecer?

E aquelas perguntas se tu vais demorar outra vez.

Outra vez me sinto tão só

Outra vez vou me embriagar de você.

 

...ao som de algo que acalme meu coração...

 

(Carlos André)

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