terça-feira, 2 de agosto de 2016

Poema - Em Busca do Tempo Perdido


Em Busca do Tempo Perdido
 

Ontem tive um sonho e acordei

Procurei abrigo...

E teu sussurro parecia aos poucos

Se unir com as lembranças que ainda não estavam perdidas

Em mim...

 

Ontem acordei a tempo

E assisti o diálogo que havia entre o beija-flor e ela.

Uma parte do beijo que se resgatara ao lado da Fonte

Antes que se possa esquecer.

 

Despercebidamente me fiz mais forte e veloz do que os segundos que percorria nas paredes.

Por descuido deixei a rosa se sangrar em minhas mãos.

E agora foi-se o tempo em mim...

 

Embora, deu tempo de recompor tuas pétalas

E restabelecer a harmonia da natureza.

Subitamente aquilo se apegou em mim

Neste meu jeito algumas vezes “rebelde” de ser

Revolucionária, sem esquecer que antes tinha medo de dizer o que sentia.

O que nunca se sentia, naquilo que se pensou

Antes de olhar pra mim.

 

Desabafo minhas dores, meus amores, componho meu jardim.

Questiono as coisas pré-estabelecidas

Invento meu própria regra a não se regrar

Neste sistema que muitas vezes se camufla

De uma forma única e que ficara marcado

O voo inesperado daquele pássaro que havia em mim

E em ti!

 

Momentos que não se explicam

Mas que merecem ser vividos pausadamente

Como a uma pessoa que amamos muito

E que dorme ao nosso lado

Acaricia as mechas do cabelo

Impedindo que as mechas desçam até os olhos

E nos impeça de ver o que antes não víamos: um consolo ou carinho!

Fazendo renascer um pronfundo sentimento.

 

Muitas vezes acordo na madrugada e ando pela sala

Ensaio algum passo antes de apagar a luz.

E no escuro descubro o segredo escondido entre as estrelas

Entre Júpiter, Plutão e Netuno.

Algo que se diz em Platão o que nunca devo me esquecer.

 

Ontem me recontei aos corredores e pela varanda

Meu coração palpitara como uma sentença de bons olhares

Passei pela sala e vi você me olhando

E lhe disse algo que inundou o meu ser

De uma forma mera e displicentemente que aquilo me contagiou.

 

Ontem tive um sonho e acordei na minha imensidão.

Procuro-me sem me encontrar.

E encontro-me sem me dizer.

Como minha alma transbordando em mim, enfim.

 

Ontem tive um sonho tão bom que desejaria não ter acordado

Neste sonho meu desejo era mais forte do qualquer tempestade.

Sentia um abraço forte e lento

Não conseguia ver quem realmente eras.

Tive a impressão de está voando

Perplexa com a realidade lá embaixo

Noutro momento lia algum livro deitada no campo

Entre os lírios...

E alguma coisa suave fazia efeito em meu corpo

Lírico aos meus pulmões.

Ontem tive um sonho e desejei por algum instante

Retornar ao tempo em que eu era criança.

 

E é só o amor que liberta!

Mas o que és amor

Sendo que o que eu sinto é mais forte contra qualquer dor?

E logo me revi num ataque de um riso curto e sincero

Mas não percebia que naquele momento eu era feliz, sendo.

Como quem ama e vê que isso está moldando o caminho.

 

(Autor: Carlos André)

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