Labirintos da Mente
As horas daquela tarde fria
se passavam tão imperceptivelmente, enquanto o ardiloso diálogo entre Irene e
Plínio acontecia na cama, lugar tão quente de paixão e ardor.
Irene era a primeira a
indagar, depois de um beijo com gosto de morango, intenso e molhado:
- Plínio, você me ama de
verdade?!
- Sim Irene! Por que eu não
lhe amaria?
- É porque às vezes sinto
você tão longe, parece que estamos em diferentes barcos, e não vejo você
expressando todo o nível do teu amor por mim.
- Irene, por favor, não
penses nisso. Eu te amo e isso é o que importa.
- Não, Plínio! Não quero só
ser amada, quero ser compreendida. Amar também é compreender. Não sei se você
sabe disso!
- Deixemos para discutir
isso depois, me beije agora!
Nesse momento, Irene
atendera irracionalmente o pedido de Plínio, e encostara de novo teus lindos
lábios calorosos nos frios lábios de Plínio. Teve até um estalar de línguas, na
mistura da saliva de um, com a saliva do outro. A felicidade de Irene não era
tida como um autoflagelo da ignorância humana. Todavia, tua felicidade era
pertencente à liberdade mais primordial do que nunca.
Durante o beijo, o clitóris
liso de Irene se estendia; tuas pétalas de uma hora pra outra, tornavam-se
úmidas, como se o mar cometesse loucuras com as marés. As marés, vindo e
voltando, isso no primeiro estante – devagar -, mas agora mais forte do que a
tempestade que estava por vir.
Plínio estava afetado
psicologicamente com aquele início de conversa de Irene. Dava pra notar que teu
coração estava aflito por dentro, tuas mãos estavam frias mais do que o comum
nesta estação de inverno. Plínio também estava receoso em não querer prever no
que aquele diálogo desencadearia.
Suponhamos que se Plínio
traísse Irene, e esta o encontrando num restaurante acompanhando de tua nova
amante, o que passaria pela mente de Irene? Irene pegaria um garfo da mesa de
algum cliente e tentaria matá-los? Até então, não sabemos do nível emocional e
psicológico de Irene em determinadas situações.
Por isso que sempre digo aos
meus pacientes: amem-se e não se matem. Respire no contar até três. Pois cada
ação, seja ela tenebrosa ou de bom agrado, pode resultar em uma reação que na
maioria dos casos, será irreversível, e em certos drinks, de uma tacada só:
reversível na mudança inovadora de perspectiva quanto aos relacionamentos.
(Carlos André)
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