segunda-feira, 24 de julho de 2017

Conto - Labirintos da Mente

Labirintos da Mente



























As horas daquela tarde fria se passavam tão imperceptivelmente, enquanto o ardiloso diálogo entre Irene e Plínio acontecia na cama, lugar tão quente de paixão e ardor. 

Irene era a primeira a indagar, depois de um beijo com gosto de morango, intenso e molhado:

- Plínio, você me ama de verdade?!
- Sim Irene! Por que eu não lhe amaria?
- É porque às vezes sinto você tão longe, parece que estamos em diferentes barcos, e não vejo você expressando todo o nível do teu amor por mim.
- Irene, por favor, não penses nisso. Eu te amo e isso é o que importa.
- Não, Plínio! Não quero só ser amada, quero ser compreendida. Amar também é compreender. Não sei se você sabe disso!
- Deixemos para discutir isso depois, me beije agora!

Nesse momento, Irene atendera irracionalmente o pedido de Plínio, e encostara de novo teus lindos lábios calorosos nos frios lábios de Plínio. Teve até um estalar de línguas, na mistura da saliva de um, com a saliva do outro. A felicidade de Irene não era tida como um autoflagelo da ignorância humana. Todavia, tua felicidade era pertencente à liberdade mais primordial do que nunca.

Durante o beijo, o clitóris liso de Irene se estendia; tuas pétalas de uma hora pra outra, tornavam-se úmidas, como se o mar cometesse loucuras com as marés. As marés, vindo e voltando, isso no primeiro estante – devagar -, mas agora mais forte do que a tempestade que estava por vir.

Plínio estava afetado psicologicamente com aquele início de conversa de Irene. Dava pra notar que teu coração estava aflito por dentro, tuas mãos estavam frias mais do que o comum nesta estação de inverno. Plínio também estava receoso em não querer prever no que aquele diálogo desencadearia.

Suponhamos que se Plínio traísse Irene, e esta o encontrando num restaurante acompanhando de tua nova amante, o que passaria pela mente de Irene? Irene pegaria um garfo da mesa de algum cliente e tentaria matá-los? Até então, não sabemos do nível emocional e psicológico de Irene em determinadas situações.  

Por isso que sempre digo aos meus pacientes: amem-se e não se matem. Respire no contar até três. Pois cada ação, seja ela tenebrosa ou de bom agrado, pode resultar em uma reação que na maioria dos casos, será irreversível, e em certos drinks, de uma tacada só: reversível na mudança inovadora de perspectiva quanto aos relacionamentos.


(Carlos André) 

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