Crônica
A garrafa de vinho, guardada
muitos anos da última safra, que estava sobre a mesa, e justo agora resolvi
beber.
Um dia li no jornal a
verdade subtendida diante dos fatos. Daqueles acontecimentos de quando a chuva principiou
a cair, foi quando todos em sintonia abriram os guarda-chuvas.
Coitados! Eles estavam tão
amargurados, dependurados no cabide do armário, torcendo para que a chuva
viesse avassaladoramente. Que deus cuide para que os telhados não lhes ouvissem.
Aquilo parecia uma
coreografia, no momento que vi a chuva resplandecer dentro de ti; contemplando
um pouco o que havia dentro de mim. Pouco detalhado, porém, convincente; e eu,
com a taça de vinho na mão, sorvi o primeiro gole, antes dos minutos iniciais
da Ópera “Carmina Burana”.
Os livros lidos, relidos,
trelidos, se encontravam na cômoda com teias de aranha. Teias de aranha também
se desenhavam nos olhos da boneca de porcelana. Disseram-me que o teatro, que
também é mágico, principia agora. Esqueci de ler a previsão do tempo, suponho
que seja por isso que ela não veio.
Na semana passada, eu te vi,
mas não lhe conheci. Parece que você estava mais sorridente do que o normal. O
que você me diz? Pois nossas forças não se exauriram. Tomara que as luzes que
enaltecem os jasmins teçam tuas flores, porque as bromélias não têm mais dores
por aqui. Então, que não percamos o foco, a eloqüência de luz.
(Carlos André)
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