Deram-me naftalina filosófica
Para que eu absorvesse nos poros da
ignorância humana
Subjugaram meus preceitos e destruíram meu
tédio
Desvalorizaram meu ópio
O veneno da língua de cada vez.
Cansaram de me internar nos castelos da hipocrisia
Só porque os militares odiavam o que eu
pensava
O que nós pensávamos
Acreditávamos filosoficamente
No fim daquilo tudo.
Sentados naquele tabuleiro de jogos
intelectuais
Bebíamos uma dose de niilismo
Antes de degustar de um bom prato cartesiano
Porém, eu não saí de lá hipócrita.
Tirei férias da literatura alternativa
Estou escrevendo mais literatura moderna,
filosófica e existencialista
Todavia, se por via das dúvidas houver uma
via correta
Mostrarei o motivo que vim.
Ainda estou à procura daquele ponto
indefinido
Estou escrevendo o vazio
Para depois me compreender de vez!!
(Carlos André)
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