Capítulo
XXIX – É preciso...
No governo de João
Figueiredo, que seria o último militar durante a ditadura, a assumir a
presidência, que ocorreria a Anistia. Diríamos: a compra do “perdão” para
aqueles que estavam exilados ou com os direitos cassados, como se fosse
necessário comprar indulgências para se salvar, retornar para seu país de origem.
Ainda em 1977, no final
deste ano, Cyndi retornará para sua casa em Guanabara. Alfred se impõe a
decisão de Cyndi quando ambos estão a conversar no quarto:
- Cyndi, não quero que você
vá embora daqui!
- Querido, sempre que
possível, eu vou vim visitar vocês!
- Mas eu desejo que você
fique com a gente... pra sempre!
- As coisas não são assim,
Alfred! Eu tenho sonhos também.
- Eu sei...
- Além do mais, a Margaret
já está com sete anos.
- Cyndi, eu queria muito que
sua estadia durasse para sempre! – Alfred chora, lágrimas sinceras. Ele tenta
até se conter, mas não aguenta e se agarra nos braços acolhedores de Cyndi.
- Eu estou retornando para
arrumar um emprego, e tentar comprar uma casa. Dar um sentido a mais para o meu
retorno a Guanabara. Não quero viver sempre à custa dos meus pais. É preciso
ser independente em certas questões!
- E quando isso acontecer,
você...
- Sim, irei convidar todos
vocês, para vir conhecer a minha nova casa! Não é, querida Margaret?
Cyndi mirava carinhosamente a
Margaret, que acabava de chegar da aula de balé, colocava a mochila no sofá, e
entrava no quarto de Alfred:
- É verdade que você vai
embora? – Perguntava Margaret.
- Sim, querida Cyndi!
- Não vá, por favor!
- Eu tenho que ir, não há
escolhas. Logo, logo, nós três iremos nos encontrar de novo. Eu prometo! –
Cyndi finalizava os argumentos, pouco convincentes naquele momento para os dois
primos.
Sim, é preciso! É preciso arrumar
a cama quando se levanta; trocar a água do jarro de flores; preparar o café, e separar
os jornais de ontem das edições de hoje. É preciso...
(Carlos André)
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