Capítulo
XXI – O Interrogatório;
- O que esses aí estão
cansando aqui? – Perguntou logo o general... - que evitarei citar o nome, para ser mais
fácil de ser esquecido - logo quando Giuseppe e Madalena chegaram ao gabinete.
- General, a escolta pediu
para trazerem eles, pois o senhorzinho aqui não está com a identidade! – Respondera
o subordinado do general.
- É! Você, e suponho que sua
mulher teve falta de forte hoje! Estamos procurando alguns comunistas que
estavam localizados exatamente na Guanabara.
- Mas não há nada de errado
com meus documentos, lhe garanto!
- Pode ser mesmo que não
haja! Mas...
- Senhor, estamos indo ver
uma apresentação de piano do nosso sobrinho!
- Senhor não, general! Não
esqueça com quem esteja falando! Oh, um pianista, ficarei muito honrado de
conhecer, mas não estamos aqui para falar de música; quero lhe fazer algumas
perguntas sobre um fusca cinza, caso tenha visto; – Ríspido e contundente
bravejara o general ajeitando os apetrechos da farda.
- Perdoe-me general! Eu sei
o meu lugar – Não tão exaltado como parecesse, Giuseppe havia se pronunciado.
- Leve esta senhora para
fora, enquanto interrogo este infeliz!
- Não a machuque! Peço que
minha mulher fique aqui, do meu lado!
- Não iremos machucá-la! –
Riu sarcasticamente o subordinado aos comandos do general.
- Tudo bem! Só leve ela pra
cela então – Soltou uma gargalhada de superioridade o general.
- O quê!!! – exaltara
Giuseppe com razão – Nós não fizemos nada!
- Então me responda cinco
perguntas básicas.
- Pois então general, peço
que me faça as perguntas que eu responderei caso eu saiba de alguma informação
– Solicitou um pouco trêmulo dentro da alma Giuseppe: sua testa franzia, e os
olhos se encontravam turvos, visto que tinha perdido os óculos no meio do
caminho.
- Sim, você sabe muito bem
que eu não estou aqui pra brincadeira! Você viu algum fusca cinza de placa...
RJ7469 indo para Belo Horizonte?
- Sim!
- Humm! – Surpreendera o
general, pois esperava que Giuseppe dissesse “NÃO” com todas as letras.
- Exatamente isso! Sim, eu
vi um fusca cinza, mas não notei o número da placa. Vi que corria em alta
velocidade. Ultrapassou o meu carro e seguiu.
- Pois bem! Temos aqui um
aliado que não mente!
- Já podemos ir?
- Ainda não! Faltam a
segunda, terceira e quarta pergunta!
- Então me faça, que se eu
souber eu respondo! – Dava pra ver que Giuseppe tentava se firmar nas pernas,
não transparecendo qualquer alarme de desespero.
- Não me esconda nada! Você
viu alguma moça branca de cabelos ruivos, e que estava usando óculos pretos, e
que estava sentado ao lado do motorista?
- Sim, havia uma moça ao
lado do motorista, mas era de cabelos loiros!
- Possa ser que fosse uma
peruca! – Supôs o general que no final da suposição, desenhava um laivo de um
riso mordaz no canto dos lábios.
- Não sei lhe dizer general!
- Havia mais pessoas no
banco de trás?
- Não! Só havia eles dois!
- Pois bem! A quinta
pergunta é: vocês querem passar uma noite na cela, pra saber como é que
funciona o sistema?
- Se me permite eu lhe
dizer: eu lhe respondi todas as perguntas que eu sabia.
- Sim! É porque tem aquela
coisa: se eu prender vocês, vão dizer por aí que eu sou o “cara”, o destemido,
onde ninguém manda ou desmanda nele; porém, se eu liberar vocês, vão me
apunhalar pelas costas, principalmente os de lá de cima, dizendo que sou um
general “bonzinho”, amigo de todos... o que você me supõe que eu faça?
- Não sei senhor general! Só
peço que não machuque minha esposa!
- Tudo bem! Vou deixar vocês
passarem uma noite na cela. Assim, eu não comprometerei minha reputação – Decidiu
o general, que colocava o ponto final naquela história.
Giuseppe e Madalena passaram
a noite na cela, sem direito a água ou comida. Havia um colchão rasgado e sujo,
onde eles puderam pelo menos descansar suas cabeças: descansar um pouco do
interrogatório.
(Carlos André)
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