Capítulo
XXXIV - O Desfecho do Adultério;
- Que sem-vergonhice é essa
em cima da minha cama!!! – Gritava em fúria e a plenos pulmões a Madalena.
Luíza, estando completamente nua e suada, logo pula da cama e tampa o rosto.
Tenta, pelo menos!
- Querida, espere... –
gaguejava o coitado do tal Giuseppe, que não encontrava palavras exatas para
justificar a traição, aquele adultério! – Acalme querida, que eu posso te
explicar!
- Que querida o quê
Giuseppe! Explicar?!!! Não será preciso, está aí sua explicação, todinha em pé.
Sua empregadinha duma figa! Não, melhor dizendo, uma puta da esquina... pensa
que eu não posso lhe reconhecer?!! Sai de Belo Horizonte para vim até Guanabara,
até o nosso apartamento... e você, Giuseppe, é o maior culpado por deixar se
seduzir por essa daí – Madalena logo correu em direção a Luíza, e desferiu um
tapa daqueles de doer e deixar marca por uma semana no rosto da Luíza.
- Não faça isso, pelo amor
de Deus!! – Gritava Giuseppe.
- Eu te mato, sua
imprestável!! – Berrava Madalena, abrindo as duas mãos que se tremiam e
agarrando com os punhos fechados - e com toda vivacidade - os cabelos da
empregada Luíza, puxava e arrancava grandes mechas do seu couro cabeludo. “Ai,
ai, ai, pare, por favor! Desculpe... me perdoe!” Sim, exatamente ela: Luíza, a
empregada de longa data, da casa da família dos Alves Botticelli Fellini, que
se encontrava ajoelhada e gritava de dor, enquanto Madalena puxava o cabelo e
batia em seu rosto.
- Desculpas?! Agora eu não
quero ouvir desculpas e nunca te perdoarei. Isso não se faz sua sem-vergonha,
além do mais, com homem casado, pai de família.
- Mas... eu não tenho culpa...ai,
ai! Seu marido que me escolheu... ai, pare, chega disso Dona Madalena!
- Olhe ela, querendo se
safar! Mas pense que eu sou boba?! Que eu não sou esperta?! Não me diga que
você aprendeu isso na escola de bons modos! - Satirizava Madalena, e continuava
puxando com toda força os cabelos da Luíza, e por último cuspia em sua cara,
fazendo o catarro amargo de indignação escorrer em sua face branca e
avermelhada.
Nesse vai e vem do diálogo,
dar tempo de Giuseppe colocar a cueca e vestir a calça. Giuseppe retira
Madalena de cima de Luíza. Esta chora de tanta dor. Há um laivo de sangue em
seu braço esquerdo, arranhado pelas unhas afiadas de Madalena. Luíza deixa o
quarto (lembre-se leitor, que ela ainda está nua) e corre até o banheiro.
Enquanto isso, Madalena que
ainda não exprimiu nenhuma lágrima significativa de frente para seu marido (ou
ex-marido) traidor, resolve dar uma bofetada na face direita dele. Giuseppe não
se revida. Nunca se passara em sua mente retribuir aquele tapa, daquela manhã
longe de ser esquecida.
Giuseppe estava calmo e
sereno.
Às vezes Giuseppe pensava:
“Isso não era pra ter acontecido!” ou “Eu deixei me envolver pelas tentações da
carne!” Nenhuma das duas sentenças do seu pensando iam de acordo do que estava
por vir.
- Giuseppe! Quero que você
pegue suas coisas e caia o fora daqui! – Disparava Madalena já decidida no que
iria fazer.
- Madalena, te lo chiedo...
vamos conversar! – Era pouco de se entender o motivo que Giuseppe utilizava o
“eu te peço” em italiano, já que em nenhum momento da cena de adultério, ele
exalta sua descendência.
- Não venha com lamúrias pra
cima de mim, Giuseppe! Eu te conheço faz tanto tempo, e um deslize como este de
tamanha proporção, quebra o clima de qualquer relação que foi sustentada por
muitos anos, feito a nossa!
- Dar tempo de reparar os
danos cometidos! Perdoa-me!
- Não! Por favor, vista e dê
o fora daqui! Vá... vai correndo pra casa de sua irmãzinha Leocádia, quem sabe
ela possa te ajudar! Não se esqueça de levar sua amante que está lá no
banheiro, chorando. Hoje mesmo sua filha saberá de sua façanha.
Assim sendo, Giuseppe coloca
rapidamente algumas roupas na maleta. Pega o vestido florido da cama, enrolado na
calcinha molhada da Luíza, enquanto esta lava seus braços na pia do banheiro.
- Luíza, se vista! Chamarei
o táxi pra você! – Giuseppe entrega o vestido e a calcinha.
- E pra onde você vai?
- Eu não sei ainda!
- Eu não quero ficar só! – Desesperava
em prantos a Luíza.
- Acalme-se! – Giuseppe
tentava conter a situação – Pedirei o taxista para te deixar no aeroporto
próximo daqui! Trate de pegar o avião e ir direto para sua casa em Belo
Horizonte. Tudo bem?
- Sim, tudo bem! Farei o que
você me pede.
(Carlos André)
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