Capítulo
XVIII – 1974;
O ano era 1974, e muitos
acontecimentos de certa relevância aconteceram no Brasil ditatorial, dentre
eles: a destituição do general Médici pelo agora general Ernesto Geisel em 15
de março; a união da Guanabara ao Estado do Rio de Janeiro em 1º de julho, fato
este que abalou Madalena, nem tanto assim Giuseppe.
- Pérola, você irá ao meu
concerto no Palácio das Artes?
- Não sei Alfred, minha mãe
não me deu a resposta se vem me buscar!
- Se você quiser, eu peço
meus pais para te levar!
- Não Alfred, desta vez não!
Gostaria muito em ir com minha mãe, assim, ela fosse finalmente assistir você
em público!
- Acredito que é chato ter
pais separados, não é? Desculpe se eu disse algo que não devia.
- Não se desculpe! Sim, mas
já acostumei, mesmo sentindo a falta do meu pai todo dia! Ele sempre se
esforça...sinto isso, mas por causa do trabalho, ela vem num final de semana
sim e no outro não.
- E o novo namorado da sua
mãe, você gosta dele?
- Não... nem um pouco! Ele é
até legal, mas vou fazer de tudo para eles brigarem!
- Pérola, você tem que
tentar, mesmo não gostando, em não se emburrar com o namorado de sua mãe; se de
fato ela é feliz com ele, por que tentar fazer com que ambos briguem e se
separem?
- Minha mãe é feliz com meu
pai! Somente ele, somente ele! – Repetia Pérola sem pestanejar.
- Tudo bem! – Consentiu
Alfred, muito mais para que o diálogo nesse assunto não se prolongasse. Houve uma
longa pausa enquanto caminhavam de mãos dadas do pátio da escola até o
portão. Muitos diriam “Esses dois, humm” ou “um de nove e o outro de dez, se
combinam: isso vai dar namoro”, porém, o que havia eram especulações. Alfred e
Pérola eram grandes amigos. Não posso adiantar ao leitor se essa amizade
prolongaria em algo sério, esperemos para ver! O que posso dizer é que ambos se
despediram com um beijo no rosto. Elas já estão esperando no portão: a Eliene
veio buscar a Pérola, e Luíza o Alfred.
- Tchau Pérola! Esperarei
você no concerto!
- Tchau Alfred! Farei o
possível para está presente!
(Carlos André)
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