Capítulo
XXXIII – O escândalo, com o perfume do sândalo que brotou da terra;
- Espero que dê certo meu
querido irmão! Até já me conformei com a não ida a Moscou!
- Caso não seja agora, você
terá outras oportunidades de ir querida irmã!
Um “toc, toc” se ouvia da
porta. Era Leocádia chamando-os para irem almoçar.
- Já estamos indo mamma! –
Do quarto, Alfred respondia – Vamos lá almoçar Margaret!
- Não estou com tanta fome!
– Respondia a Margaret, convincente de seus ideais aos dez anos de idade. Notem
que a diferença de idade entre ambos eram de seis anos.
- Anime-se!! Não é você que
me disse que já tinha se conformado?
- Va bene, va bene, va
bene... – Margaret, rapidamente se levantava da cama, abria a porta e se
direcionava para a cozinha.
- Nostra!! – Exclamava
Alfred para as paredes.
Na cozinha, vendo a filha
mais conformada com o assunto “Moscou”, Leocádia, aproximando-se de Margaret,
exclamava:
- Vem cá, minha querida! A
mãe te ama tanto, e sempre quer o seu bem! Quando você estiver um pouco maior
com certeza entenderás, se é que já não entende!
Leocádia acariciava os
longos cabelos castanhos de Margaret que herdara de sua genética, além da pele
clara; os lábios, olhos, e nariz, tem inteira característica genética de
Armênio. Alfred só herdara os olhos de Leocádia, os lábios delgados, o nariz e
o feitio dos pés. Agora, a pele morena (semelhante ao romantismo dos matizes da
“Grande Figura Nua Deitada” de Modigliani, que se encontrava exposto na parede
do Jornal Um Novo Olhar, e a pintura “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci que
se encontrava na sala), fora herdada de Armênio, além do cabelo um tanto macio.
Sem contar que Alfred, agora deixava um pouco sua barba crescer, mesmo que
gostasse sempre de mantê-la baixa, mas utilizava deste estilo para encarar
grandes decisões – eu diria grandes concertos de piano que estavam por vir -.
- Dona Leocádia, hoje eu
tenho que sair um pouco mais cedo, aquilo que eu tinha lhe falado: a minha amiga
Gabriela está se recuperando de um câncer de mamas. Eu até arrumei a casa antes
do horário previsto – Dizia Luíza justificando a saída mais cedo.
- Eu até estranhei a
Gabriela não ter mais vindo lhe ajudar na faxina do apartamento. Ela é tão
competente no que faz! – Elogiava Leocádia no momento de infortúnio da
Gabriela.
- Compartilho da mesma
opinião sua dona Leocádia!
- Tome! Vou lhe dar este dinheiro
para você passar na floricultura e comprar um buquê de margaridas para a
Gabriela. Diga que as margaridas são em nome da família Alves Botticelli
Fellini, que a deseja uma ótima recuperação!
- Obrigada pela gentileza
Dona Leocádia! Farei isso agora mesmo. Até amanhã! – Ansiosa, se apressava Luíza.
- Por nada Luíza! Não queres
almoçar conosco antes de ir?
- Não, dona Leocádia! Eu
agradeço, mas desta vez não. Estou com muita pressa...
- Sì! Até amanhã.
- Tchau Margaret!
- Ciao Luisa!
Bem provável que Luíza
passasse na floricultura logo que saísse do apartamento, todavia, antes disso e
de passar na casa da Gabriela, ela foi resolver algum assunto pendente com o
taxista que a estava esperando.
Na casa da família de Cyndi,
em Guanabara, tudo ocorria bem. Madalena estava com a clientela cheia: várias
encomendas para costura. Giuseppe estava desempregado. Cyndi havia arrumado
emprego na parte da manhã no consultório odontológico do casal Lucélia e
Fernando, que haviam mudado para a Guanabara e transferido o consultório, mesmo
ainda tendo uma filial em Belo Horizonte, no sentido Lagoa da Pampulha. Além do
emprego, Cyndi conseguiu dar uma entrada no apartamento da Vila Horizonte, hoje
Bairro Pompeia em Belo Horizonte, e faltava a última prestação do mês para ser
paga: enfim, declarar o retorno às terras mineiras.
“Ding dong”, é a campainha do
apartamento a tocar, exatamente às oito horas no “prego”. Às nove horas da
manhã, Madalena chega cansada da Loja e percebe a porta entreaberta, e exclama:
“Que estranho!”. Madalena se dirige a passos lentos para o seu quarto, pois
prevê que algum ladrão tenha entrado no apartamento. Ao abrir a porta do
quarto, Madalena, utilizarei uma linguagem da botânica apropriada para o
momento, se depara com Giuseppe “trepando” com Luíza, que estava com perfume de
sândalo esparramado por todo corpo, rebolava e gemia feito uma loba, por cima
do pênis do quarentão Giuseppe.
(Carlos André)
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