Capítulo
XXXVI – Leocádia se encontra indignada!
- Por que você fez isso
Giuseppe?!
- Irmã, eu não sei exatamente
o porquê, mas sei que fiz com toda a racionalidade de um homem que ama.
- Por mais que eu e a
Madalena, não nos damos tanto certo, ela não merecia passar por isso.
- Mas minha querida irmã, eu
não pensei tanto em não fazer; digo de aceitar a sedução de Luíza, o seu olhar
tentador. Várias vezes esse olhar me perseguia quando eu vinha para cá. Eu me
permitia sentir mais um pouco daquilo que me foi roubado faz tanto tempo: a
paixão, se apaixonar outra vez!
- Caro fratello, eu não
repreendo que você se apaixone por outra, mas que pelo menos se apaixone já
separado de sua esposa, sem que esse anel de compromisso, esteja ainda
enfeitado em seu dedo!
- Sì cara sorella! Assumo
toda a culpa. De fato, eu escolhi a Luíza, pois meu coração não sabia há tanto
tempo o que era sentir desejo e atração carnal por outra mulher.
- Afinal de contas, se você
era infeliz há tanto tempo, por que você não se separou da Madalena?
- Talvez para não atrapalhar
a boa relação que voltava a se estabelecer entre Cyndi e Madalena.
- Giuseppe, Giuseppe, não
seja tosco de argumentos em minha frente! A nostra madre e o nostro padre, que
Deus os tenha, nunca lhe perdoaria por este feito.
- Irmã, te peço: me perdoe!
Eu ajoelho em seus pés!
- Deixe de teatro Giuseppe!
Levante-se! Comporte-se. Você como irmão mais velho, deveria dar o exemplo.
- Você sabe muito bem que a minha relação com
Madalena nos últimos tempos ia se desmoronando pelas beiradas. Cyndi, um dia até
me disse se surpreendendo de como o nosso casamento se sobrevivia, Madalena
indisposta de sair, atarefada em suas costuras, e eu disposto de corpo e alma a
vir para Belo Horizonte, sair do tumulto daquela empresa onde eu trabalhava,
refrescar a mente, estabelecer a saúde.
- Tio?! – Era a Margaret que
acabava de chegar da aula de balé, e se surpreendia com visita inesperada do
seu tio.
- Margaret, minha querida
bailarina! Olhe como você cresceu! Como vai a escola e as aulas de balé?
- Vão bem, no melhor do
possível, tio!
- Margaret, eu e seu tio
estamos conversando. Por favor filha, vá pra seu quarto se trocar.
- Está bem, madre!
(Carlos André)
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