Capítulo
XXII – Há luz dentro do espaço onde não houvera;
- Madalena, Madalena... –
Sussurrava Giuseppe – Olhe o que eu encontrei dentro do colchão – Madalena viu
uma carta em suas mãos que paralisavam pelo ar, simétricas com a urgência da
leitura.
- Uma carta! De quem seria
esta carta? – Perguntara Madalena sem ao menos imaginar de quem seria.
- Deve ser de algum preso
que esteve aqui! – Objetivara Giuseppe.
- Qualquer em seu bolso!
- Mas primeiro eu tenho que
ler o que está escrito nela!
- Eles vão escutar!
- Vou ler bem baixinho
então!
E, assim, Giuseppe lera a
carta que no cabeçalho superior estava amarelada, talvez pelo nível de poeira
que havia na cela. A carta dizia o seguinte:
“Tantas vezes pensei de que
modo sair daqui, desta prisão imunda. Outras vezes pensei em enganar algum
guarda de plantão, avisando que eu me encontrava em mau estado, que eu
precisava de um médico urgente. Porém, ninguém me atendia, dizia serem lorotas
o que eu dizia.
A você que me lê, e se
encontra nesse estado degradante, peço-lhe uma coisa: não crie falsos alarmes,
eles já sabem de tudo.
Caso eu saia vivo daqui, é
porque tive sorte. Não, tive mais do que sorte. Em mim procedeu a justiça de
ser, e não transparecer aquilo que eles chamarão no gabinete de teatro de
amadores, ou como eles gostam de dizer: “é melhor você ficar calado”.
Assinado: Gildásio.”
Enquanto Giuseppe terminava
de ler a carta, Alfred entrava no palco para iniciar sua apresentação, mesmo
sem a presença dos tios nas poltronas, agora já explicada para o leitor,
exceto, para a família que os esperava chegarem a Belo Horizonte. Por isso, que sempre acredito que há luz dentro do espaço onde não houvera.
(Carlos André)
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